OS COMPOSTOS DE PREOCUPAÇÃO EMERGENTE

COMPOSTOS DE PREOCUPAÇÃO EMERGENTE

BRUNO P. RAMINELLI, JÚLIA C. VOGES  e JULIA S. HEBERLE

São substâncias potencialmente tóxicas encontradas na água, e como seus efeitos ainda não são completamente conhecidos elas não estão incluídas nos programas de monitoramento de rotina e nem nos processos de tratamento das ETES’s e ETA’s.

Como exemplo podem ser citados os ftalatos, pesticidas, compostos polihalogenados, medicamentos, cosméticos e outros produtos de uso pessoal. As fontes de emissão desses compostos são bastante variadas, como rejeios indústriais, urbanos e de tratamento de esgoto. A principal fonte de emissão são os efluentes do tratamento de esgoto, pois a partir dele os compostos vão diretamente para o ambiente aquático, além também do esgoto doméstico que contém níveis altos de compostos emergentes e continuamente é despejado diretamente nos corpos hídricos.

Os efeitos destes compostos em animais e seres humanos são diversos. Em um caso que ocorreu na Flórida/EUA, pesquisadores notaram que o número de crocodilos presentes no lago Apopka vinha diminuindo a cada ano, e após serem realizados estudos sobre o assunto foi concluído que pesticídas que iam para o lago causavam efeitos nos ovos, interferindo no sistema reprodutor dos animais. Pode se incluir também que estudos relacionados a endócrinos mostram que a exposição a esta substância leva a feminização de peixes, alterações no desenvolvimento de moluscos e anfíbios, e desenvolvimento anormal de órgãos em organismos aquáticos.

Os processos de tratamentos da água e esgoto convencionais não mostram resultados satisfatórios na remoção de contaminantes emergentes. Tais contaminantes que passam pelo processo de tratamento e mesmo assim continuam com uma concentração resultante considerável.

Como possuímos uma vasta gama desses compostos, é normal que tenhamos uma grande variedade nas propriedades físico-químicas deles, o que implica na necessidade de estudos específicos para cada tipo de característica predominante. Isso explica a complexibilidade do assunto e a demora para se obter tratamentos com resultados que sejam efetivos e aplicáveis em grande escala.

Segundo RODRIGUES e col. (2017, p.10) “esses tratamentos podem ser amplamente divididos em tecnologias de mudança de fase, tratamento biológico e processos de oxidação avançados”. Neste mesmo estudo, foi concluído que para estimar a remoção dos ECs, comumente é feito através da concentração antes e depois do processo de tratamento. (RODRIGUES e col., 2017, p.10)

A tabela 1 a seguir mostra os principais métodos de remoção de ECs para cada tipo de tecnologia classificada nesse artigo.

Tabela 1 –Principais métodos de remoção de ECs

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Fonte: Elaborada pelo grupo

REFERENCIAS

RODRIGUES, O. et. al. Treatment Technologies for Emerging Contaminants in water: A review. Chemical Engineering Journal. 2017, 323, pp. 361-380.

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