PROBLEMAS ESPECIAIS EM FUNDAÇÕES PROFUNDAS
Por: RenataSilva123 • 28/3/2017 • Resenha • 1.131 Palavras (5 Páginas) • 705 Visualizações
PROBLEMAS ESPECIAIS EM FUNDAÇÕES PROFUNDAS
RESUMO: O artigo intitulado “Problemas especiais em fundações profundas” visa abordar os tipos de problemas que devem ser considerados ao se tratar de fundações profundas, sendo eles atrito negativo, influência de sobrecargas unilaterais ou assimétricas e flambagem de estacas. Além disso, aborda problemas causados em decorrência da obra de implantação das fundações, sendo estes os danos causados a edificações próximas e mesmo a outras estacas, e desvios do alinhamento. O objetivo deste estudo é identificar o tipo de solo onde será implantada a edificação e qual problema pode surgir em decorrência disso, para então encontrar a solução correta para cada situação, evitando assim que a estrutura sofra recalque ou entre em colapso.
Palavras-chave: Problemas. Fundação. Atrito. Tschebotarioff. Estacas. Sobrecargas. Flambagem.
ABSTRACT: The article entitled “Special problems in deep foundations” aims to address the types of issues that should be considered when dealing with deep foundations , being negative friction, influence of unilateral or asymmetrical overloads and buckling stakes. Furthermore, it addresses problems caused as a result of the work of implementation of the foundations , which are the damage to nearby buildings and even other stakes and alignment deviations. The aim of this study is to identify the type of soil where it will be located the building and what problems may arise as a result, and then find the right solution for every situation , thus preventing the structure suffers repression or collapses.
Keywords: problems. Foundation. Friction. Tschebotarioff. Stakes. Overloads. Buckling.
Dentre os problemas especiais ocorridos em fundações profundas podem destacar-se o atrito negativo, os esforços devidos a sobrecargas assimétricas (“Efeito Tschebotarioff”), a flambagem de estacas e os problemas causados pela cravação de estacas. Ocorre atrito lateral entre o solo e a estaca quando há um deslocamento relativo entre os mesmos. Quando a estaca recalca mais que o solo, ocorre o atrito positivo, que contribui para a capacidade de carga da mesma. Já quando o recalque do solo é maior, ocorre o atrito negativo, que sobrecarrega a estaca. O atrito negativo é um fenômeno que deve ser sempre observado quando há uma situação de solo mole.
De acordo com ALONSO (1989), quando uma estaca atravessa uma camada de solo compressível, pode-se ocorrer este fenômeno. Segundo Velloso e Lopes (2010), um exemplo de caso em que o atrito negativo se manifesta é quando uma estaca cravada, através de uma camada de argila mole, deforma um determinado volume dessa argila. A mesma, deformada, tende a se adensar sob a ação de seu próprio peso, o que faz com que ela recalque em relação à estaca. E suma, o atrito negativo ocorre quando o recalque do terreno em torno da estaca é maior do que o da estaca, do contrário, ocorre atrito positivo. Haverá uma certa profundidade onde estes recalques serão iguais, chamada de ponto neutro. Acima deste ponto tem-se atrito negativo, e abaixo, atrito positivo.
O atrito negativo depende do deslocamento relativo entre o solo e a estaca, ou seja, da diferença entre os recalques dos mesmos, portanto estes recalques não podem ser calculados independentemente. Há casos em que o atrito negativo assume valores tão elevados que a adoção de recursos que os reduzam se mostra economicamente interessante. De acordo com Velloso e Lopes (2010), no Brasil o recurso utilizado foi a pintura da estaca, com o emprego de betumes especiais disponíveis no mercado brasileiro. A validade da pintura betuminosa é confirmada pela comparação dos resultados de provas de cargas em estacas pintadas e não pintadas, executadas no mesmo terreno.
De acordo com Velloso e Lopes (2010), toda sobrecarga aplicada diretamente sobre um solo de fundação induz tensões e deslocamentos no interior da massa de solo, tanto na direção vertical como na horizontal. Em casos onde existem estacas próximas a área carregada (e a sobrecarga se situar de forma assimétrica em relação às estacas), estas impedirão a deformação do solo e, consequentemente, ficarão sujeitas aos esforços. Esse fenômeno ganhou o nome de Efeito Tschebotarioff, pois foi descrito em detalhes pela primeira vez por Tschebotarioff, em 1962. Segundo ele, para a avaliação dos esforços de flexão em estacas devido à sobrecarga assimétrica, há que se distinguirem duas condições limite. No primeiro caso, as estacas atravessam solos arenosos fofos, suscetíveis de deformações até elevadas por ação de tensões altas como, por exemplo, na base de muros de arrimo com fundação direta. No segundo caso, as estacas são cravadas através de uma camada de argila mole, que não é comprimida, mas apenas deslocada pela cravação das estacas. Este depósito argiloso, ainda mais se amolgado, sofrerá, pela ação de uma sobrecarga, primeiro deslocamento horizontal (a volume constante) e depois adensamento, ambos causando solicitação nas estacas.
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