Pedido De Vida

Discussões sobre a educação e os mecanismos nela adotados já

preocupavam os filósofos gregos há mais de 2000 anos e continua a ocupar a

atenção de educadores, pesquisadores e gestores. Como contrabalançar os

diversos elementos do processo de ensino-aprendizagem? Que metodologia e

recursos utilizar nas diferentes disciplinas escolares? Para responder estas e

outras perguntas, propostas didáticas mais centradas na efetiva participação

dos alunos foram ganhando espaço.

E essa discussão perpassa a educação a distância sob novas formas,

entre outras razões porque surgem novos papéis, como o do tutor. A

concepção de tutoria aparece carregada de mal-entendidos e novos problemas

que podem afetar diretamente o aluno, desestimulando ou levando-o à evasão.

Neste artigo destacaremos, a partir de uma reflexão sobre o papel do

professor/tutor no processo de ensino–aprendizagem, alguns problemas

referentes a tutoria e a fatores que os provocam, centrando a análise na

avaliação de um grupo de tutores de um curso de ensino superior feita pelo

“professor gestor” e na autoavaliação dos mesmos.

2. O papel do professor/tutor na Educação a Distância

Comumente, na EaD há uma distinção entre professor e tutor. Em

especial no modelo adotado pelo sistema UAB (Universidade aberta do Brasil)

temos que: o professor produz o material instrucional e as atividades da

disciplina e gerencia sua execução; e o tutor atua diretamente com os alunos,

ainda que a distância, sanando suas dúvidas, avaliando-os, tentando identificar

suas dificuldades e mediando o processo de aprendizagem.

Vamos analisar alguns aspectos do papel do tutor. O primeiro é que

tutores e alunos estão, em geral, em locais distintos, o que torna mais

complexo o processo de ensino-aprendizagem. Um segundo aspecto é

decorrente do uso da tecnologia como instrumento mediador e as dificuldades

inerentes ao seu uso. Dar uma explicação presencial, falando, escrevendo no

quadro e olhando nos olhos não requer as mesmas habilidades que fazer isso

por meio de um computador. Aqui o tutor precisa usar os mais diferentes

recursos para se fazer compreender e o aluno também precisa saber manipular o instrumento computacional. Como citado em [2], o tutor deve ainda, orientar

debates entre alunos, presenciais ou por meio de tecnologias.

Há, também, os aspectos afetivos e emocionais. O tutor deve ser capaz

de identificar e lidar com emoções, buscando proporcionar apoio motivacional

aos alunos que necessitarem e mantendo contato constante

[3]

.

Porém, cabe ao professor-gestor criar um ambiente no qual os alunos se

envolvam com os materiais, relacionando-os às suas vidas, transformando-os

em conhecimento pessoal. O professor deve criar, ainda, atividades em grupo,

que incentivem a socialização, a colaboração e a cooperação

[3]

. O tutor atuaria

como estimulador desta socialização, mesmo