Pegada Ecologica

QUANTOS PLANETAS SERIAM NECESSÁRIOS PARA MANTER O SEU ESTILO DE VIDA?

Stéfano Praxedes Corrêa

Aluno do curso de Engenharia Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA.

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RESUMO

A pegada ecológica corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar, necessárias para gerar alimentos, habitação, energia e bens e serviços que sustentem o estilo de vida de uma pessoa, cidade ou país. Ou seja, trata-se de traduzir em medida de área a extensão de território que uma pessoa ou sociedade utiliza, em média, para se sustentar. O cálculo da pegada ecológica de uma pessoa pode ser feito através de diversos websites que fazem esse cálculo baseados nas respostas de um quiz sobre o estilo de vida do indivíduo. Para este trabalho utilizei o website myfootprint.org, que apresenta como resultado uma estimativa de quantos planetas Terra seriam necessários para manter meu estilo de vida caso todos no planeta vivessem de acordo com ele.

PALAVRAS-CHAVE: Pegada ecológica, sustentabilidade, estilo de vida.

INTRODUÇÃO

Para a  nossa sobrevivência  e melhoria na qualidade de vida, nós, seres humanos, exploramos diversos recursos encontrados no meio ambiente natural. A água e a comida, por exemplo, são encontradas na natureza para satisfazer as nossas necessidades, para uma habitação ser construída, áreas verdes precisam ser desmatadas. Além disso, existe o avanço tecnológico que circunda a população atual acarretando um aumento na produção industrial para suprir as necessidades desta população e, consequentemente, mais matéria-prima é retirada da natureza, mais indústrias são implantadas e mais emissões atmosféricas são liberadas no meio ambiente, poluindo-a. Cada uma dessas alterações deixa marcas no planeta em que vivemos, de forma que a pegada ecológica é uma das formas de representar o quanto as ações antrópicas afetam a natureza.

Para sabermos se o crescimento econômico e tecnológico aliado ás necessidades básicas dos seres humanos podem ou não ser suportados pelo planeta, surge então o conceito de sustentabilidade ambiental, que representa ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações.

Dessa forma, a pegada ecológica apresenta-se como uma forma de avaliar se o estilo de vida de uma pessoa ou sociedade é sustentável ou não.

MINHA PEGADA ECOLÓGICA

Pegada Ecológica é o impacto, rastros ou as consequências deixadas pelas atividades humanas (comércio, indústria, agricultura, transportes, consumo) no meio ambiente. Quanto maior a pegada ecológica de uma atividade, mais danos causados no meio ambiente, ou seja, é de acordo com o estilo de vida de cada indivíduo. Expressada em hectares globais, permite comparar diferentes padrões de consumo e verificar se estão dentro da capacidade ecológica do planeta. Um hectare global significa um hectare de produtividade média mundial para terras e águas produtivas em um ano.

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O termo foi primeiramente usado em 1992 por William Rees, um ecologista e professor canadiano da Universidade de Colúmbia Britânica. Em 1996, Rees e o coautor Mathis Wackernagel publicaram o livro chamado Our Ecological Footprint: Reducing Human Impact on the Earth, apresentando ao mundo um novo conceito no universo da sustentabilidade, que se refere à quantidade de terra e água que seria necessária para sustentar as gerações atuais, tendo em conta todos os recursos materiais e energéticos gastos por uma determinada população ou pessoa.

Pode-se dizer que a pegada ecológica possui os seguintes componentes básicos:

• Área arável usada para produzir alimentos para a população;
• Área usada em pastagens;
• Área usada para urbanização;
• Área verde que deve ser disponibilizada para a absorção do CO2 produzido pelas atividades;
• Área de florestas para fornecer recursos naturais, principalmente madeira.

Recentemente, a Pegada Ecológica (abreviada como EF de “Ecological Footprint”) tem sido sugerida não só como conceito, mas também como um método que pode gerar uma avaliação de sustentabilidade de forma objetiva, agregada, não tendenciosa e com indicadores unidimensionais (Wackernagel e Rees, 1996).

A metodologia tem o foco voltado para as atividades humanas que dependem dos serviços naturais ou que comprometem essa habilidade de fornecimento de serviços. Como tanto os recursos renováveis quanto a absorção do impacto humano na natureza dependem da saúde e integridade dos ecossistemas, a capacidade regenerativa é considerada um indicador da habilidade natural de suporte da vida no planeta (Monfreda et al., 2004). A fim de se rastrear a demanda humana sobre esses serviços, foram desenvolvidos cálculos para se estimar o quanto da capacidade regenerativa da biosfera é utilizada pela economia humana.

A pegada ecológica é atualmente usada ao redor do globo como um indicador de sustentabilidade ambiental e pode ser usado para medir e gerenciar o uso de recursos através da economia. É comumente usado para explorar a sustentabilidade do estilo de vida de indivíduos, cidades e nações, visto que a produção de bens e consumo tem aumentado significativamente e o espaço físico terrestre disponível já não é suficiente para nos sustentar no elevado padrão atual. Para assegurar a existência das condições favoráveis à vida precisamos viver de acordo com o que a Terra pode fornecer e não com o que gostaríamos que ela fornecesse. Avaliar até que ponto o nosso impacto já ultrapassou o limite é essencial, pois só assim poderemos saber se vivemos de forma sustentável.