Percepção socioambiental dos usuários e residentes do entorno de um parque urbano.
Por: Igor Morais • 4/4/2019 • Artigo • 2.155 Palavras (9 Páginas) • 287 Visualizações
XXI Encontro de Iniciação à Pesquisa Universidade de Fortaleza
19 à 23 de Outubro de 2015
Percepção socioambiental dos usuários e residentes do entorno de um parque urbano.
Vanelle Pereira Peixoto1 (IC)*, Ícaro Silva Morais1 (IC), Igor Silva Morais1 (IC), Natalia de Paula Taveira2(IC), Márcia Thelma Rios Donato Marino4 (PO), Denise Fernandes4 (PQ),
1. Universidade de Fortaleza – PROBIC/UNIFOR - Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária 2. Universidade de Fortaleza – PAVIC/UNIFOR - Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária
3. Universidade de Fortaleza – FUNCAP/UNIFOR - Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária 4. Universidade de Fortaleza – Docente - Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária
* vanellepeixoto@gmail.com
Palavras-chave: Parque Ecológico do Cocó. Percepção socioambiental. Impactos socioambientais.
Resumo
Parques ecológicos urbanos são áreas que possuem extrema importância socioambiental e estão diretamente ligados à melhoria da qualidade de vida da população e ao próprio espaço geográfico no qual está inserido. O Parque Ecológico do Cocó se encontra neste contexto, entretanto, ao longo das últimas quatro décadas, ele tem sofrido diversos impactos antrópicos. Neste estudo foi observado que o perfil socioeconômico dos usuários do Setor 3 do Parque Ecológico do Cocó revela que a maior parte dos entrevistados possui nível superior e ensino médio completo, fato associado à alta faixa de renda mensal da maioria das famílias que residem na zona urbana. Esta amostra demonstrou uma percepção socioambiental bastante significativa quanto aos problemas vivenciados na área do Parque. Quanto à Educação Ambiental e aos interesses nas causas ambientais possui um espírito conservacionista associado a uma conscientização ambiental significativa junto às ações de preservação e controle. Dessa forma, foi possível induzir que o nível de escolarização do indivíduo é de extrema importância para a preservação das áreas verdes e ações voltadas para a cobrança de políticas públicas que busquem um desenvolvimento sustentável.
Introdução
Parque ecológico é um território caracterizado pelo cuidado especial que recebem as espécies que o habita. Normalmente, a gestão desses espaços está a cargo do Estado. Um parque ecológico tem como objetivo proteger o ecossistema em que se desenvolve, embora estas regiões também sirvam como recreação e permitam ao público conhecer e desfrutar a natureza de um determinado lugar.
Parque urbano é uma área verde com função ecológica, estética e de lazer, no entanto, com uma extensão maior que as praças e jardins públicos (BRASIL, s.d.). Segundo Scanavaca Júnior (2012), ecológica é a função principal da floresta, bem como a recuperação de ambientes degradados pela industrialização; a estética é a harmonização dos diferentes estilos arquitetônicos existentes nas cidades; e a função social é a democratização dos espaços públicos destinados ao lazer e recreação.
De acordo com o Art. 8o, § 1o, da Resolução CONAMA No 369/2006, considera-se área verde de domínio público "o espaço de domínio público que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, ISSN 18088449 1
propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização". (BRASIL, 2006).
Parques são áreas verdes com mais de 10 hectares destinados ao lazer ativo ou passivo, à preservação da flora e da fauna ou dos atributos naturais que possam caracterizar a unidade de paisagem na qual o Parque está inserido, bem como promover a melhoria das condições de conforto ambiental nas cidades (SCANAVACA, 2012).
Os Parques distritais ou setoriais devem possuir de 6 a 7 m2/habitante e área mínima de 100 ha e ser de grande beleza natural. (CAVALHEIRO; DEL PICCHIA, 1992).
O Parque Ecológico do Cocó, objeto deste estudo, possui extrema importância ambiental e social. A área do Parque abrangida pelos decretos No 20.253/89 e 22.587/93, compreende o trecho da BR-116 à foz do Rio Cocó, localizado no Município de Fortaleza, estado do Ceará, perfazendo um total de 1.155,2 hectares (Figura 1).
Figura 1: Imagem da delimitação da área do Parque Ecológico do Cocó, de acordo com os decretos de 1989 (1.046,22 ha) e 1993 (1.155,2 ha).
Fonte: BRASIL, 2013.
De acordo com a Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE, sua criação objetivou proteger e conservar os recursos naturais existentes, de forma a recuperar e manter o equilíbrio ecológico necessário à preservação da biota terrestre e aquática e propiciar condições para atividades de educação, recreação, turismo ecológico e pesquisa científica, bem como proporcionar o contato direto da população com o ambiente natural, envolvendo-a nas suas ações de preservação e controle, despertando o espírito conservacionista das populações ribeirinhas. (CEARÁ, 2010).
O Parque Ecológico do Rio Cocó está passivo de inúmeros impactos ambientais, como ocupações irregulares e invasões em área de preservação permanente, disposição de resíduos sólidos, estações de
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tratamento de esgoto da Lagoa da Zeza, Lagamar e Dendê e lagoa de estabilização do Tancredo Neves, lançamento de efluentes de ligações clandestinas, projeto de construção de mais uma ponte sobre o rio Cocó, dentre outros.
Assim, é possível observar que grande parte desses impactos é causada, muitas vezes, pela falta de formação de cunho ambiental e escolarização dos usuários do Parque. Portanto, esse estudo visa quantificar e qualificar o perfil e as diversas percepções socioambientais relacionadas aos usuários do Setor 3 do Parque Ecológico do Cocó, localizado no bairro Papicú, área de jurisdição da SER II, em Fortaleza.
Metodologia
Inicialmente, foram levantados materiais bibliográficos para formação do banco de dados, por meio de análise de revisões de literatura em produções acadêmicas, livros, publicações, pesquisa documental, sites governamentais, dentre outros, referentes às temáticas a serem investigadas. As etapas de campo caracterizam-se por visitas à população local, aos setores do Parque e à comunidade do entorno, para a coleta de dados “in loco”, a fim
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