O caminho dos parques urbanos
Por: _jpcosta • 21/3/2017 • Trabalho acadêmico • 597 Palavras (3 Páginas) • 719 Visualizações
A origem dos parques se fundamenta em dois pontos primordiais e norteadores: a urbanização e a industrialização dos países. Os parques, definidos como equipamentos públicos, têm a sua história marcada através de experiências inglesas, francesas e norte-americanas; os primeiros parques urbanos surgiram paralelamente à formação das cidades em fins do século XVIII, sendo o seu apogeu nas décadas de 1850 e 1860, na Europa e nos Estados Unidos. a ideia de sistema de parques aparece no século XIX com Olmsted nos Estados Unidos, onde o verde passa a ser incorporado na cidade, através de referências europeias com arborização de vias e criação de anéis verdes. Na passagem destes séculos, o parque que antes era ricamente elaborado e decorado, torna-se também, segundo Macedo (2003), um elemento urbano comum, pois não só as principais capitais possuem belos parques, como também comunidades urbanas de médio e pequeno porte. Exemplos disso são os parques criados em estações de água nas cidades de Araxá e Poços de Caldas, ambos em Minas Gerais; assim como inúmeros passeios públicos em Curitiba, Recife e Fortaleza, que chegam aos nossos dias em bom estado de conservação.
O processo de urbanização no Brasil, se intensificou a partir dos anos 1950, caracterizando-se pela crescente concentração da população e das atividades econômicas em poucas cidades, que se tornaram metrópoles com a chegada das novas formas de produção e consumo, aliadas aos novos padrões econômicos e culturais. Nos anos 50 e 60, em função do processo de urbanização extenso e intenso, cidades como Rio de Janeiro e São Paulo apresentavam carência de espaços ao ar livre e destinados ao público de massa. O século XX é conhecido como o período da consolidação da arquitetura paisagística brasileira, o ato de projetar o espaço livre, torna-se antes de tudo objeto de trabalho de profissionais que passam a criar tantos espaços públicos quanto privados, havendo em suas obras o desprendimento das antigas influências europeias e a incorporação de um caráter nacionalista, com características tropicais e assumindo identidade própria. Ao contrário do que ocorria no século anterior, o lazer recebeu uma nova representação, desempenhando importante papel na mentalidade dos indivíduos, o lazer ganhou status científico e adquiriu aceitação como função urbana.
Paralelo à história dos parques, seguem também as suas características que com o passar dos anos incorporaram novos elementos, que a arquitetura paisagística pode ser identificada por três grandes linhas: a Linha Eclética, a Moderna e a Linha Contemporânea. A Linha Eclética, trata o espaço livre dentro de uma visão romântica e idílica, recriava espaços que remetem a paraísos perdidos, campos bucólicos ou jardins de palácios reais, Os espaços até então criados eram destinados à contemplação e aos passeios, através de caminhos sinuosos e recantos, utilização da água presente em fontes, chafarizes, lagos e espelhos d’água, e uso de vegetação bem elaborada. A Linha Moderna, tornou-se uma nova corrente de pensamento, cuja característica marcante era o abandono a qualquer referência do passado, adotava uma forte postura nacionalista, onde a vegetação nativa era sobrevalorizada, as atividades recreativas passaram a ser incorporadas nos parques através da inserção de: playgrounds, áreas de convívio familiar, quadras poliesportivas, bem como as atividades culturais como: museus, anfiteatros, bibliotecas e teatros. E a Linha Contemporânea, tem novos posicionamentos do ponto de vista ecológico e onde surgem novas organizações para os espaços livres, os quais são permitidos a utilização de antigos ícones do passado. São parques que se apresentam com característica pós-moderna, pois elementos do Ecletismo passam a ser reincorporados, bem como influências de ideias desconstrutivistas e simbólicas.
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