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Pesquise sobre características de Solo em Belém

Por:   •  14/3/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.217 Palavras (5 Páginas)  •  248 Visualizações

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3) Pesquise sobre características de Solo em Belém.

A cidade de Belém, no estado do Pará, situa-se às margens do Rio Guamá e da Baia do Guajará, numa província geológica de cobertura Cenozóica. A estratigrafia de seu subsolo é composta basicamente por sedimentos aluvionares recentes, até uma profundidade de aproximadamente 150m, pertencentes tanto ao período do Quaternário quanto ao do Terciário, depositados sobre rochas carbonáticas do Mioceno Inferior, que não afloram na área da cidade (Sampaio Jr., 1995). Uma grande parte da região metropolitana de Belém esta assente num perfil geológico caracterizado por uma camada superficial de argila orgânica cinza com espessura variada, sobrejacente a uma camada resistente de areia. Abaixo da camada de areia, encontram-se solos argilosos com consistência variando de mole a média, encontrados em profundidades que variam de 7 m a 30 m. Os mesmos merecem um estudo detalhado de suas propriedades, tanto do ponto de vista geológico quanto geotécnico. Sendo de grande importância o estudo de suas resistência e compressibilidade. Com a verticalização das edificações na cidade de Belém, as cargas aplicadas na camada resistente de areia, nas regiões de baixada, têm se tornado muito elevadas. Nessas circunstâncias, é de se esperar que, apesar da rigidez desta camada, exista uma transferência de parte do carregamento para as camadas de solos argilosos subjacentes, fato este que fez Sampaio Jr. (1995) levar em consideração a possibilidade de uma deformação excessiva na camada inferior por consolidação ou o fenômeno de subsidência, que é o recalque de grandes áreas. Para fundamentação satisfatória de um projeto de fundação, os ensaios diretos são os mais utilizados, pois são os que melhor atendem aos objetivos de uma investigação geotécnica, podendo apresentar processo manual por trados, poços, ou trincheiras e, processo mecânico como as sondagens a percussão com circulação d’água, as sondagens rotativas e as mistas.

Em Belém, os principais métodos empregados são:

  1. Trados Manuais Escavações diretas através da perfuração por giro manual de uma broca tipo helicoidal, cavadeira ou torcido, ligada a uma haste de ferro ou aço de ½” ou ¾” de diâmetro, geralmente até 3,0 metros de profundidade ou, até atingir solo impenetrável ou o nível do lençol freático, com retirada de amostras deformadas, utilizado em reconhecimento rápido e de baixo custo, para análise de camadas superficiais. Seu processo é definido pela NBR-9603 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Em Belém este tipo de ensaio é utilizado em pequenas investigações como os de obras viárias e, na escavação inicial, geralmente até o nível d’água nas sondagens a percussão com circulação d’água.
  2. b) Poços São processos de escavação manual direta com o uso de pás, picaretas, balde e sarilho, que permite a identificação precisa das camadas, com obtenção de amostras indeformadas, limitada ao nível do lençol freático ou a estabilidade do solo. Junto com as trincheiras, estes ensaios são padronizados pela NBR-9604 da ABNT. Em Belém este tipo de investigação é bastante comum em pequenas obras, embora sem obedecer às prescrições normativas.
  3. c) Sondagem a Percussão com Circulação D’Água – Método SPT São sondagens de reconhecimento direto, normalizados através da NBR-6484 da ABNT, que consistem basicamente em perfurar o terreno ao longo da profundidade Figura 3.1, inicialmente com um trado manual (geralmente até o nível d’água) e depois por lavagem com o uso de um trépano em bisel cortante auxiliado por circulação d’água, por um sistema motor-bomba, intercalando-se a cada metro perfurado, a cravação de 45 cm (dividido em três intervalos de 15cm) de um amostrador padrão, sob a ação da percussão de um martelo de peso padrão de 65 kg, caindo livremente de uma altura de 75 cm, e registrando-se o número de golpes necessários à penetração de cada intervalo do amostrador, o qual têm corpo bi-partido, onde ficam contidas as amostras deformadas retiradas a cada metro, para classificação e caracterização das camadas. Este ensaio, em função das medidas do amostrador e processo de execução da amostragem acima descrito, inicialmente padronizado nos Estados Unidos, tem a denominação de Standard Penetration Test – SPT, e pode ser complementado com medidas de torque, com o uso de um torquímetro, disco centralizador e pino adaptador, chamado SPT-T. O número de golpes medidos a cada metro, necessário para cravação dos dois últimos intervalos de 15cm do amostrador padrão, é definido por Índice de Resistência a Penetração (N), que fornece uma boa indicação preliminar da consistência dos solos argilosos e do grau de compacidade dos solos arenosos, além de outras correlações geotécnicas, bastante utilizadas na engenharia de fundações. As condições de paralisação do ensaio se dão à percussão, quando em 3 m sucessivos se obtiver índices de penetração superiores a 45golpes/15cm; ou em 4m sucessivos, entre 45/15 e 45/30 ou, em 5m sucessivos entre 45/30 e 45/45, e ainda, após 5 golpes com penetração nula, sendo no caso desta ocorrência em profundidades inferiores a 8,0 metros, se deslocar 2,0m o furo, até no máximo quatro vezes. O SPT é o tipo de ensaio que fundamenta praticamente todas as definições de projetos de fundações na cidade de Belém, o que comprova a importância que seus resultados representam para parametrização de índices geotécnicos locais.
  4. Ensaio de Palheta / ”Vane – Test” Procedimento utilizado para determinação da resistência não drenada dos solos Su, (principalmente para solos moles), realizado através da correlação com o torque necessário para submeter em movimento de rotação constante padrão de 6º /min, uma palheta constituída de quatro abas dispostas em cruz, com diâmetro total igual à metade da altura (Figura 3.2). Este ensaio é padronizado pela NBR-1095 da ABNT, que adota as dimensões de 130 mm de altura e 65 mm de largura para a palheta, podendo ser processado nos furos de sondagem ou por perfuração própria, devendo o tempo de espera entre a cravação e a rotação, se manter em 1min, sendo o torque geralmente medido através de um dispositivo mecânico instalado na superfície do terreno. Em Belém, além de estudos acadêmicos, este ensaio só foi utilizado com maior expressão, para fundamentar serviços de aterro em solos compressíveis como os das obras da macro-drenagem da bacia do Una.

É inquestionável em quase todo o mundo, a maior utilização do ensaio SPT, em relação a todos os demais. A preferência por este esta metodologia, se justifica entre outras razões, por se tratar de um ensaio direto de custo relativamente baixo, que permite além da coleta de amostras, classificação das camadas, identificação do nível do lençol freático, alcance de grandes profundidades, equipamentos de fácil manuseio e uso em locais de difícil acesso, a obtenção do índice de resistência à penetração NSPT, o qual já tem estudado na comunidade científica, correlações com diversas características geotécnicas, que variam de acordo com as padronizações do ensaio adotadas em cada local e com a eficiência do equipamento utilizado. A eficiência do SPT brasileiro, quando executado sob os rigores da NBR-6484, é em média de 72 % (DÉCOURT apud HACHICH et al., 1996, p.123), sendo a 60% a referência internacional mais usada, podendo se converter N72 para N 60 multiplicando-se por 1,2 (72/60). Ainda que as correlações baseadas no SPT não possam ser consideradas de grande precisão, pois sofrem variação em função da metodologia e eficiência do ensaio, além de condicionantes como da profundidade e pressão da camada; envelhecimento da amostra; forma da fundação entre outros, permitem estabelecer uma indicação preliminar bastante útil nos estudos geotécnicos.

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