QUAL O PROCESSO ESTUDADO?

QUAL O PROCESSO ESTUDADO?

Este trabalho apresenta o dimensionamento dos lotes econômicos de produção em uma célula de produção de arcos ortodônticos e tem como objetivo otimizar a utilização dos recursos dessa empresa, além de ter como proposta apresentar o dimensionamento dos lotes econômicos de produção (LEP). Tornando assim, a empresa em Lean Manufacturing, isto é, uma filosofia para fabricar produtos eliminando todos os elementos desnecessários na cadeia produtiva

Os principais elementos desnecessários são baseados nessas oito perdas: superprodução, espera, transporte, superprocessamento, excesso de estoque, movimento desnecessário, defeitos e desperdício da criatividade dos funcionários.

QUAL O PROBLEMA QUE O ARTIGO QUER RESOLVER?

O ambiente de produção da empresa de arcos ortodônticos utilizado é o make-to-stock (MTS) para garantir que os produtos estejam sempre à pronta entrega para os clientes e assim os estoques chegam a ser de dois meses de matéria prima e três meses de produto acabado.

Através de relatórios gerados da empresa, foi elaborado o gráfico abaixo, onde se verifica a grande quantidade de ordens de produção que vinham sendo processadas pela célula de arcos ortodônticos da empresa.

[pic 1]

No processo produtivo, desde o setor de planejamento, passando pela produção, inspeção de qualidade e estoque, realizou-se uma análise das atividades que agregavam ou não valor ao produto, ou seja, seguindo os conceitos do Lean Manufacturing foram identificadas quais atividades deveriam ser eliminadas ou pudessem ser realizadas com menor frequência, eliminando assim alguns desperdícios.

[pic 2]

Em função dos dados coletados, oportunidades de melhorias foram identificadas, bem como uma descrição da ação a ser tomada:

• Níveis de estoque: pelo fato da empresa trabalhar com níveis de estoque altos, caracterizados por uma produção make-to-stock, não seria teoricamente necessário que várias ordens de produção fossem abertas de um mesmo produto no mesmo mês.
• Atividades que não agregam valor: identificou-se que todas, exceto a atividade de produzir o arco em si, são atividades que não agregam valor ao produto e poderiam ser otimizadas para terem seus impactos reduzidos no fluxo de fabricação do produto.
• Taxa de produção (P): a taxa de produção dada pela equação (1), mostrou que a capacidade de produção era grande o suficiente para atender a demanda de um mês completo. Mesmo que todos os produtos tivessem que ser fabricados, a capacidade de atender a demanda era suficientemente grande, o que trazia diversas oportunidades no que diz respeito a lotes de produção, devido à possibilidade de padronização.

[pic 3]

(1)

• Custo fixo de setup (A): essa variável demonstrou-se a mais sensível nos cálculos de lote econômico e por esse motivo foi única variável estudada mais de uma vez.  No primeiro ciclo da pesquisa-ação, o custo de setup (A1) foi calculado levando em consideração o custo fixo dispendido nas horas de setor parado para realização do setup.

Após a primeira simulação, verificou-se que seria possível valorizar com um custo maior as horas de setup para troca de ordem de produção. Daí então, a quantidade de produtos que a empresa deixa de produzir nos períodos de setup passou a ser considerada como custo de setup (A2).

[pic 4]

(2)

[pic 5]

(3)

QUAL FERRAMENTA USADA PARA RESOLVER O PROBLEMA?

CICLO 1

Analisando os dados e as diversas oportunidades de melhorias identificadas no processo de programação da produção na célula, iniciou-se o dimensionamento dos lotes econômicos de produção. As diretrizes utilizadas para o cálculo foram as seguintes:

• Equação para dimensionamento:

[pic 6]

(4)

Onde:

Q* = lote econômico de produção de um determinado produto;

A = neste caso levamos em consideração A1, conforme equação 2;

D = demanda mensal de um produto;

h = o custo de estocagem foi calculado seguindo a equação [pic 7];

P = calculada seguindo a taxa de produção máxima através da equação 1.

Através dessas fórmulas foram realizados os cálculos de lotes econômicos de todos os itens fabricados pela célula de arcos ortodônticos foram determinados. Essa equação foi calculada para todos os itens da demanda, de forma que todos os produtos tiveram seus lotes calculados.

[pic 8]

Tendo o valor dos lotes determinados, foi iniciada então uma simulação utilizando o Excel para verificar como funcionaria o sistema de aberturas de ordens de produção na célula de arcos ortodônticos.

A simulação foi realizada considerando uma espécie de fluxo de caixa, onde os produtos saiam mensalmente gerando saldos negativos de estoques e as ordens de produção são geradas para fazerem a reposição desses estoques. Para isso foram levadas em conta:

• A demanda mensal de produtos prevista até o final de 2016;
• Os lotes econômicos dimensionados no ciclo 01;
• Os lotes utilizados atualmente para programação da produção;
• Os saldos de estoque do determinado momento.

[pic 9]

Analisando a figura 5, é possível concluir que os números das ordens de produção sofreriam um aumento de 16% caso os lotes dimensionados no ciclo 01 fossem implementados na programação da célula de arcos. Isso demonstra que por mais que os lotes passassem a ser economicamente viáveis, conforme foram calculados, para o ambiente de produção estudado ao invés de uma melhoria estar sendo proposta o que estaria acontecendo seria um aumento do número de setups.