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RELATÓRIO TÉCNICO PARA OBTENÇÃO DE OUTORGA DE ÁGUA SUBTERRÂNEA

Por:   •  23/11/2022  •  Abstract  •  2.261 Palavras (10 Páginas)  •  155 Visualizações

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RELATÓRIO TÉCNICO PARA OBTENÇÃO DE OUTORGA DE ÁGUA SUBTERRÂNEA

- POÇO TUBULAR PROFUNDO -

BACIA HIDROGRÁFICA ESTADUAL: RIO UBERABA

BACIA HIDROGRÁFICA FEDERAL: RIO GRANDE

REQUERENTE: 

RESPONSÁVEL TÉCNICO: 
MILTON DE SOUZA MACEDO NETO
ENG. DE MINAS - CREA/MG: 62.084/D

e-mail: milton.macedo@outlook.com.br

Uberaba (MG) – Novembro de 2020

SUMÁRIO

1. Caracterização e descrição geral         3 2. Geologia         3 3. Caracterização do sistema aqüífero         4 4. Finalidade do uso e Tipos de consumo da água         5 5. Balanço do uso da água         5 6. Condições de reservação         6 7. Métodos de tratamento e Sistema de recirculação de água         6 8. Justificativa da vazão requerida e Regime de Operação do Poço         6 9. Avaliações e observações sobre métodos de controle de vazão e níveis de água e interferências         7

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1. Caracterização e descrição geral
        
O poço tubular em estudo está instalado em uma residência.

A água oriunda do poço tubular em estudo atenderá a demanda das atividades de consumo humano (moradores e eventuais visitantes) e, também, para paisagismo (área com aproximadamente 600 metros quadrados) e higienização dos ambientes (limpeza de pátios, corredores, banheiros, dentre outros).

Com isto, conclui-se que a demanda de água necessária para este local, conforme poderá ser observado em detalhes, mais à frente, nesta documentação, é de 1,75 m³/dia ou aproximadamente 52,5 m³/mês, no período chuvoso e 5,95 m³/dia ou aproximadamente 178,5 m³/mês, no período sem chuvas (seca).

Por fim, ressalta-se que os efluentes domésticos gerados serão destinados a rede de coleta de esgotos da concessionária local da cidade de Uberaba (MG), sendo ela o CODAU - Centro Operacional de Desenvolvimento e Saneamento de Uberaba.

2. Geologia
        
A Geologia da cidade de Uberaba caracteriza-se pela presença de variados tipos rochosos da idade Mesozóica, tais como: Formação basáltica Serra Geral do Grupo Araxá, membro do Grupo São Bento constituído ainda pelas Formações Botucatu e Pirambóia; Complexo Goiano e rochas mais recentes do Grupo Bauru (formações Uberaba, Adamantina e Marília) sob sedimentos da Era Cenozóica.

A Formação Botucatu (203,6 a 145,5 m.a.) estende-se inferiormente a frente das encostas por toda a faixa de afloramento da Formação Serra Geral, e é constituída por arenitos de granulação fina a média, com bom arredondamento, apresentando acamamento plano-paralelo e estratificação cruzada planar. A Formação Adamantina (93,5 a 85,8 m.a.) é constituída por arenitos estratificados de colorações rosada a marrom e granulação fina, intercalados a lamitos arenosos maciços. A Formação Uberaba (89,3 a 83,5 m.a.) é formada por arenitos muito finos a lamitos siltosos, arenitos finos subordinados, com matriz argilosa, incluindo grande quantidade de materiais de retrabalhamento de rochas ígneas efusivas e intrusivas básicas, ultrabásicas e intermediárias, alcalinas ou não (HASUI, 1968). A Formação Marília (70,6 a 65,5 m.a.) é dividida nos membros Ponte Alta e Serra da Galga na região do Triângulo Mineiro, sendo o primeiro constituído essencialmente por calcários e o segundo por arenitos e lamitos arenosos.

A Formação Serra Geral é membro do Grupo São Bento o qual, estratigraficamente, repousa discordantemente sobre as rochas do Grupo Passa Dois, recoberta pelas rochas lateríticas mais recentes do Grupo Bauru.

Esse estrato geológico é formado por uma sucessão de derrames magmáticos de composição predominantemente básica, hiperabissais, sob formas preferenciais de diques e “sills”, dando origem às rochas basálticas de cor escura.

As lavas basálticas apresentam aspectos maciço, uniforme, amigdaloidal e vesicular, contendo fraturas irregulares e subconchoidais, com espessura variável entre 25 e 150 metros, ocorrendo intercalações lenticulares de arenitos.

O estudo das rochas vulcânicas mostra que ocorrem diversos derrames de idades geológicas diferenciadas. A maioria dos estudiosos do assunto concorda que a maior extensão de derrames basálticos ocorreu durante o Jurássico e o Cretáceo.

Em 1971, Minioli, Pouçano e Oliveira fizeram uma centena de amostragens para determinação da idade geocronológica através do método K-Ar, concluindo que as manifestações vulcânicas atingiram seu ponto culminante entre 115 e 130 milhões de anos, correspondente ao cretáceo inferior, porém uma das amostras de basalto datou a rocha de 94 milhões de anos.

Enfim, o basalto Serra Geral tem sua origem nos eventos de vulcanismo fissural, de caráter básico em ambiente continental. Almeida (1967), conclui que a Formação Serra Geral constitui o produto de um intenso vulcanismo básico fissural, conseqüente da reativação wealdeniana da plataforma brasileira, que provocou grandes geoclases, onde houve derrames de lavas basálticas, toleíticas, em ambiente desértico, que deu origem aos arenitos encaixados.

3. Caracterização do sistema aquífero
        
Justificado pelo fato de que não foi possível apresentar a documentação técnica de perfuração do poço artesiano (onde se poderia observar a litologia perfurada), não encontrada pelo requerente em seus arquivos, observa-se que o mesmo pode estar localizado no sistema aquífero Bauru (Arenito) ou no sistema aquífero Serra Geral (Basalto). Desta forma, apresenta-se, a seguir, informações a respeito destes dois sistemas.

        O Sistema Aquífero Bauru compreende os depósitos não confinados de água subterrânea, associados às fácies sedimentares do Grupo Bauru.

O sistema Aquífero Bauru é constituído de arenitos finos e mal selecionados na base (Formação Adamantina) e de arenitos argilos e calcíferos no topo (Formação Marília). É uma unidade hidrogeológica de extensão regional, contínua, livre a semi-confinada.

Os sedimentos estão sobrepostos aos basaltos da Formação Serra Geral e apesar do caráter intergranular da porosidade, o Sistema Aquífero Bauru é heterogêneo. As fácies que compõem o sistema aquífero apresentam distinção quanto à granulometria, porosidade, condutividade hidráulica e litotipo.

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