RELATÓRIO DO SEMINÁRIO SOBRE PROJETOS DE FUNDAÇÕES: DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÕES EM SAPATAS
Por: Germano Gerçossimo • 1/9/2021 • Relatório de pesquisa • 1.498 Palavras (6 Páginas) • 218 Visualizações
GCI031 FUNDAÇÕES E OBRAS DE TERRA
RELATÓRIO DO SEMINÁRIO SOBRE PROJETOS DE FUNDAÇÕES:
DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÕES EM SAPATAS
Alunos:
UBERLÂNDIA, JUNHO DE 2021
1. Objetivo
Este documento tem como objetivo apresentar o projeto de dimensionamento dos elementos de fundação em sapatas e estimativa de recalque para a referida obra.
2. Resumo
A estrutura de fundação foi dimensionada para uma edificação residencial sem subsolo, com 6 pavimentos e cobertura. A fundação é do tipo rasa: sapatas.
Tendo em mãos a distribuição das cargas nos pilares e o ensaio de Nspt, o primeiro passo foi o cálculo das dimensões da base das sapatas que é a parte responsável pela distribuição das tensões da estrutura para o solo. Com isso, foi feita a estimativa do recalque para verificar se o comportamento da estrutura e do solo está dentro do aceitável.
3. Introdução
3.1. Sapata
A NBR 6122 define as fundações superficiais como “elemento em que a carga é transmitida ao terreno pelas tensões distribuídas sob a base da fundação, e a profundidade de assentamento em relação ao terreno adjacente à fundação é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação.” A sapata é o tipo mais comum de fundação rasa, é caracterizada pela sua estrutura em concreto armado, cuja armadura resiste às tensões de tração.
[pic 1]
Figura 3.1.1 – Elemento de fundação: sapata
(fonte: Google Imagens)
A área de base é que define como vai ser a distribuição das tensões, e é necessário dimensioná-la dentro de limites para que não ocorra o comprometimento da estrutura devido ao recalque da fundação ou ruptura do solo. Podemos ter sapatas do tipo: circular, quadrada, retangular e corrida. Neste projeto foram dimensionadas sapatas quadradas e retangulares, sendo que a relação para o segundo tipo é , sendo L e B as dimensões laterais.[pic 2]
As sapatas também podem ser rígidas ou flexíveis, para atender-se o requisito de sapatas rígidas, que são mais estáveis, tem-se a relação , onde h é a altura total do pilar.[pic 3]
Sapatas com viga alavancada: Segundo a NBR 6122 (3.3.6), viga alavanca é o “elemento estrutural que recebe as cargas de um ou dois pilares (ou pontos de carga) e é dimensionado de modo a transmiti-las centradas às fundações. Da utilização de viga de equilíbrio resultam cargas nas fundações diferentes das cargas dos pilares nelas atuantes.”
as sapatas alavancadas encontram-se na região de divisa do terreno, onde não é possível ter uma área inteira em volta do pilar e ocorre uma excentricidade entre o centro de gravidade do pilar e o centro de gravidade da sapata. Então associa-sea uma sapata adjacente para equilibrar o momento fletor.
[pic 4]
Figura 3.1.2 – sapata com viga alavancada
(fonte: Google Imagens)
Outra consideração importante é que a área onde o pilar entra em contato com a estrutura de fundação foi estipulada com um espaço de 10 cm em torno do pilar.
3.2. Sondagem à percussão - SPT
É um processo realizado para reconhecimento do solo, que permite a classificação inicial do seu tipo e suas propriedades. É feita uma perfuração com o uso de um amostrador que recebe golpes uniformes de um martelo com peso normatizado. Com isso, obtém-se o Nspt, que é o número de golpes necessários para se cravar o amostrador nos 30cm finais do solo para cada metro.
[pic 5]
Figura 3.2.1 – Ensaio Nspt
(fonte: Google Imagens)
O resultado é um gráfico que mostra a relação entre o a profundidade e o Nspt, contendo também o nível da água, que é identificado ao decorrer da perfuração.
[pic 6]
Figura 3.2.2 – resultados da sondagem SPT
(fonte: Autor)
3.3. Pilares
Os pilares são os responsáveis pela transmissão dos esforços da estrutura para a fundação, e também pela sua estabilidade geral. A planta de locação dos pilares juntamente com a relação dos esforços solicitados em cada pilar, é o ponto de partida do dimensionamento, que permite o cálculo da área das sapatas com base no esforço solicitado e a tensão admissível do solo. E também permite a verificação se as dimensões estipuladas não entrarão em conflito.
Segue a planta de pilares do projeto:
[pic 7]
Figura 3.3.1 – Planta de locação dos pilares (em m)
(fonte: Autor)
Analisando a disposição dos pilares, foi previsto: P2 alavancado em P5, P1 e P3 alavancados em P4, P7 alavancado em P8 e P11 alavancado em P12
A distribuição dos esforços e as dimensões dos pilares é a seguinte:
[pic 8]
Obs: O pilar P9 tem seção exclusiva
[pic 9]
Figura 3.3.2 – detalhes da seção do pilar P9 (em m)
(fonte: Notas de aula – cálculo e dimensionamento de sapatas)
4. Dimensionamento e cálculos
4.1. Nspt e tensão admissível
[pic 10]
O cálculo do Nspt médio foi baseado na sondagem SPT (figura 4) e o bulbo de tensões gerado de acordo com as dimensões da base. A cota do piso do projeto é -1m, a cota estipulada para a sapata foi -2 m. O caso mais crítico previsto foi o de uma sapata quadrada com dimensão 1x1, cujo Nspt médio resultou em 9 golpes.
O próximo passo foi o uso de métodos semi-empíricos para a determinação da tensão admissível, com referência em Teixeira (1996a), Teixeira (1996b) e Mello (1975), onde:
[pic 11]
A partir desses resultados, o valor atribuído para a tensão admissível foi σadm = 185 kPa.
4.2. Sapatas isoladas
O dimensionamento como sapata isolada foi feito para os pilares P6, P10, P13 e P14. Sendo P13 com área retangular e os outros com dimensão quadrada.
O cálculo foi feito considerando a área mínima necessária para que a distribuição dos esforços respeite a tensão admissível. De forma geral, , onde Pd equivale a 1,05 * carga no pilar.[pic 12]
A altura da sapata (h) e a altura do rodapé (h0) foram dados pela relação:
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