Rio Tinto: um projeto que quase deu certo
Por: Ike12 • 15/2/2016 • Seminário • 984 Palavras (4 Páginas) • 725 Visualizações
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO VALE DO ACARAÚ – UVA
UNIVERSIDADE ABERTA VIDA – UNAVIDA
DISCIPLINA: HISTÓRIA ECONÔMICA GERAL E DO BRASIL
PROF. : Me. IORDAN QUAIROZ GOMES
ISAAC JOSÉ DA SILVA
Rio Tinto: um projeto que quase deu certo
Campina Grande
2015
Rio Tinto: um projeto que quase deu certo
A bela cidade de Rio Tinto surgiu no inicio do século XX, localizada a cerca de 54 km da capital paraibana, João Pessoa, a história do município de Rio Tinto chama a atenção pelo fato do surgimento do núcleo urbano ter se dado a partir da implantação de uma grande fábrica de tecelagem.
A família Lundgren tornou-se proprietária de grandes porções de terras em Pernambuco. No município de paulista na região metropolitana de Recife, Herman Lundgren de origem sueca, fundou grandes unidades fabris do ramo têxtil, onde empregavam milhares de pessoas. Frederico João Lundgren tendo como exemplo a experiência bem sucedida de seu pai, Herman Lundgren, em terras pernambucanas, pôs em prática um projeto audacioso no Estado da Paraíba, a fundação da Companhia de Tecelagem de Rio Tinto, no território denominado Engenho da Preguiça, onde hoje está localizada a cidade de Rio Tinto. A família Lundgren constituiu um verdadeiro império no nordeste, pois, as Unidades Fabris de Rio Tinto e de Paulista chegaram a ser consideradas o maior complexo têxtil da América do Sul. Embora a fábrica fosse erguida em um local precário, havia vários fatores que atraíram o olhar impulsivo do Coronel Frederico Lundgren, como a grande quantidade de matéria-prima na região, as terras com valores baixos, mão de obra barata, além da proximidade de rios navegáveis com saída para o mar que serviriam de escoadouros da produção . A unidade fabril de Rio Tinto foi inaugurada no dia 27 de dezembro de 1924.
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Imagem 1: vista panorâmica do Parque Industrial Companhia de Tecidos de Rio Tinto. Fonte: www.skyscrapercity.com
Com a chegada da Indústria naquele rústico ambiente, logo começaram as transformações no cenário do local. Navios trouxeram da Europa para Cabedelo as primeiras máquinas para a fábrica de tecidos. Pouco tempo depois, o rio Mamanguape ganhava um atracadouro para o desembarque de peças mecânicas de até 100 (cem) toneladas conduzidas desde o Porto de Cabedelo em barcos da própria empresa. A Companhia logo começou a urbanizar o território, construindo abrigo para os seus funcionários, foram erguidos chalés que lembram a arquitetura Alemã, e casas mais simples para os operários que pagavam o aluguel à empresa, também mercados para venda de alimento, delegacia, um espaço de entretenimento chamado de Cine Teatro Orion, a Igreja Católica e um hospital, enfim, vários locais que caracterizam um núcleo urbano, todos com um detalhe, os tijolos avermelhados, uma marca dos Lundgren. Aquele lugar rural passava a ter outras formas de sobrevivência. O território era também ocupado por tribos potiguaras que também sofreram com as mudanças ocasionadas pela industrialização, como por exemplo, a perda de terras. Hoje em dia, a maior parte dos imóveis da cidade de Rio Tinto ainda pertencem a família Lundgren e parte onde foi construída a cidade é reserva dos nativos, inclusive o local onde foi construída a luxuosa mansão dos Lundgren.
Os Lundgren contrataram angariadores para recrutar mão de obra inexperiente nas regiões circunvizinhas, que ao chegar a Rio Tinto, os seus elementos mais robustos eram escolhidos para o trabalho na tecelagem, os mais fracos para a seção de acabamento de panos. As posições técnicas e de administração ficavam nas mãos de trabalhadores europeus, sobretudo alemães que também trouxeram suas famílias.
No período em que a Companhia de Tecidos de Rio Tinto começava a sua produção, havia no sudeste do Brasil uma forte concentração de indústrias de vários setores. Segundo Ferreira e Delgado (2008. P. 221) “os dados da década de 1920 indicam a tendência crescente da concentração industrial nas regiões onde a dinâmica da economia cafeeira era mais acentuada”. Os Lundgrens fizeram diferente, montaram seus “impérios” longe das vozes dos sindicalistas que lutavam pelos direitos dos operários. Os operários tinham grande admiração e respeito ao Coronel Frederico Lundgren, prova disso foi o monumento erguido pelos funcionários em homenagem ao fundador da cidade.
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