Relatório Prensagem
Por: Miguel Wu • 22/10/2018 • Relatório de pesquisa • 1.089 Palavras (5 Páginas) • 197 Visualizações
PRENSAGEM
Diego Penachini, Isabela Carbone Abud, João Pedro Martins Oliveira, Miguel Wu, Vitor Polli
Departamento de Engenharia de Materiais – Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Londrina – Paraná – Brasil
e-mail:isa.abud@gmail.com
Resumo: Neste experimento tem o objetivo de estudar a compactação dos pós de argilas sódica que passam pelo processo de prensagem uniaxial e isostática, e por fim sinterização que tem a finalidade de verificar o comportamento das densidades das amostras com ligantes e as amostras sem ligantes. Resultados indicam amostras com ligantes tiveram maior densificação e resistência a verde durante a prensagem uniaxial, porém essas amostras tiveram uma limitação de densificação na etapa de prensagem isostática devido a aderência dos ligantes nas partículas que influência a fluidez na densificação. As peças sinterizadas que tiveram maiores cargas campactadas durante a prensagem isostática apresentavam maiores retrações, pois estas amostras sofreram maiores pressões para aproximar as partículas e possibilitar a eliminação dos poros.
Palavras-chave: Prensagem uniaxial, Prensagem isostática e Densificação.
Introdução
Uma operação de conformação baseada na compactação de um pó granulado é denominada de prensagem. Esse pó fica contido em uma matriz rígida ou em um molde flexível e por meio de uma determinada pressão é compactado. [1]
As operações de prensagem compreendem em 3 etapas: preenchimento da cavidade do molde, compactação da massa e extração da peça. [1]
A prensagem possuiu uma elevada produtividade, tornando-a assim o procedimento mais utilizado na conformação de peças cerâmicas. Outras vantagens do processo é a facilidade em produzir peças de variados tamanhos e formas, além de sua facilidade de automação. [1]
Existem dois tipos gerais de prensas, as uniaxiais e as isostáticas. Para a prensagem uniaxial, através de uma matriz rígida, o pó cerâmico é compactado com uma pressão na direção axial, por meio de pulsões rígidos. [1]
Na Figura 1 é possível observar que a prensa pode fornecer carga em apenas uma direção, onde para este caso, o produto final é uma peça pequena e de geometria simples, ou uma carga aplicada nas duas direções (dupla ação), sendo utilizado para peças maiores e com geometrias mais complexas. [1]
Figura 1 - Prensagem uniaxial.
[pic 1]
Fonte: Albero, 2000.
Na figura 2 é possível analisar uma prensagem isostática, onde a compactação ocorre no interior de um molde flexível, que possuiu um fluído pressurizado. Por ser empregado em peças mais complexas, que apresentem detalhes e relevos, essa prensagem garante uma distribuição mais homogênea da pressão na superfície da peça. [1]
Figura 2- Prensagem isostática.
[pic 2]
Fonte: Albero, 2000.
Materiais e métodos
Materiais
- Argila sódica (J. Reminas Minaração
- Ligante: Polietilonoglicol 1500 PA (massa molar média 1000-2000 gr/mol)
- Lubrificante: Kala Micro óleo spray
- Paquímetro JAAS precision
- Balança Analítica
- Máquina de vácuo BS250
- Prensa Isostática SXKYYC
Métodos
Seis amostras foram preparadas em duas composições diferentes, com 5% de ligante e outras três cuja composição não apresenta ligante. Após serem prensadas a uma carga de 5 toneladas, aferiu-se as medidas das seis amostras com o paquímetro e as massas através da balançaa fim de determinar a densidade a verde das amostras.
Os valores de densidade das seis amostras prensadas uniaxialmente calculadas a partir do volume medido e da massa de cada uma delas é apresentado na Tabela 1.
Utilizou-se o lubrificante nas amostras e embalou-as sob vácuo, com a máquina de vácuo BS250, e foram submetida a prensagem isostática na prensa SXKYYC.
Resultados e discussões
Os valores de densidade das seis amostras prensadas uniaxialmente calculadas a partir do volume medido e da massa de cada uma delas são apresentados na Tabela 1. As amostras I, II e III apresentaram valores inferiores de densidade comparadas às amostras IV, V e VI. Essa diferença se deve às amostras IV, V e VI apresentarem o 5% em peso de polietilenoglicol, o qual desempenha a função de ligante na massa cerâmica, facilitando a compactação do pó durante a prensagem, resultando em valores superiores de densidade. O ligante (normalmente orgânico) possui principalmente o papel de conferir resistência mecânica ao corpo a verde, além de melhorar o acabamento superficial, este aditivo será decomposto durante a queima da peça cerâmica, portanto valores acima de 5% de ligante não são recomendados, para que não ocorram falhas na peça como trincas ou bolhas.
Tabela 1: Densidades a verde das amostras prensadas unixialmente.
Amostra | Densidade (g/cm3) | |
Semligante | Amostra I | 1,939 |
Amostra II | 1,923 | |
Amostra III | 1,937 | |
Com ligante | Amostra IV | 2,003 |
Amostra V | 2,115 | |
Amostra VI | 2,037 |
Fonte: Autoria própria.
Após a prensagem isostática e queima das peças se obteve os volumes das peças como apresentados na tabela 2.
Tabela 2: Valores de volume das amostras prensadas uniaxialmente, prensagem isostática, após a queima e valores de retração volumétrica final.
Amostra | Volume Uniaxial (cm3) | Volume Isostática (cm3) | Volume Queima (cm3) | Retração Volumétrica (%) | |
Sem ligante | I | 10,434 | - | 10,22 | 2,05 |
II | 10,433 | 9,918 (50 Mpa) | 9,833 | 5,75 | |
III | 10,111 | 9,492 (100 Mpa) | 9,223 | 8,68 | |
Com ligante | IV | 10,279 | 9,66 (100 Mpa) | 9,456 | 8,01 |
V | 9,565 | 9,472 (50 Mpa) | 9,474 | 0,972 | |
VI | 10,007 | - | 9,605 | 4,02 |
Fonte: Autoria própria.
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