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Relatório Eletrodo Revestido

Por:   •  25/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  6.457 Palavras (26 Páginas)  •  894 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Relatório da prática do processo de Soldagem por Eletrodo Revestido

Relatório apresentado pelo aluno Daniel Mazzette Souza como requisito parcial de avaliação da disciplina TM354-Soldagem, do Departamento de Engenharia Mecânica da UFPR.

Prof. Hélio Padilha

Novembro

2015

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  1. INTRODUÇÃO

  1. FUNDAMENTOS

   A soldagem a arco com eletrodos revestidos (Shielded Metal Arc Welding-SMAW) é um processo que produz a coalescência entre metais pelo aquecimento destes com um arco elétrico estabelecido entre um eletrodo metálico revestido e a peça que está sendo soldada. O processo é mostrado esquematicamente na Figura 1.

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Figura 1 - Desenho esquemático de uma soldagem com eletrodo revestido

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   O eletrodo revestido consiste de uma vareta metálica, chamada "alma", trefilada ou fundida, que conduz corrente elétrica e fornece metal de adição para enchimento da junta. A alma é coberta por uma mistura de diferentes materiais, numa camada que forma o “revestimento" do eletrodo. Este revestimento tem diversas funções na soldagem, principalmente:

  • estabilizar o arco elétrico;
  • ajustar a composição química do cordão, pela adição de elementos de liga e eliminação de impurezas;
  • proteger a poça de fusão e o metal de solda contra contaminação pela atmosfera, através da geração de gases e de uma camada de escória; e
  • conferir características operacionais, mecânicas e metalúrgicas ao eletrodo e à solda.

   A possibilidade de inúmeras formulações para o revestimento explica a principal característica deste processo, que é a sua grande versatilidade em termos de ligas soldáveis, características operacionais e características mecânicas e metalúrgicas do metal depositado. O custo relativamente baixo e a simplicidade do equipamento necessário comparados com outros processos, e a possibilidade de uso em locais de difícil acesso ou abertos, sujeitos à ação de ventos, são outras características importantes.

   Quando comparada com outros processos, particularmente com a soldagem com eletrodo consumível e proteção gasosa e com soldagem a arco submerso, a soldagem com eletrodos revestidos apresenta como principal limitação uma baixa produtividade, tanto em termos de taxa de deposição (entre 1,0 e 2,55 kg/h para eletrodos de aço carbono, por exemplo), como em termos do fator de ocupação do soldador (porcentagem total do tempo de soldagem com o arco de soldagem em operação), em geral inferior a 40%. Outras limitações são a necessidade de um treinamento especifico para o soldador, que é demorado e oneroso, particularmente para certas aplicações, necessidade de cuidados especiais com os eletrodos, principalmente com os do tipo básico, e o grande volume de gases e fumos gerados no processo, que podem ser prejudiciais à saúde, particularmente em ambientes fechados.

   A soldagem com eletrodos revestidos foi o principal processo de soldagem usado industrialmente até os anos 60. A partir daí sua importância relativa vem decrescendo, particularmente nos países mais desenvolvidos. No Brasil isto também ocorre, embora de forma mais lenta.

   A soldagem com eletrodos revestidos é usada na fabricação e montagem de diferentes equipamentos e estruturas, tanto em oficina como no campo, sendo particularmente interessante neste último caso. O processo é usado basicamente como uma operação manual, sendo muitas vezes chamado simplesmente de soldagem manual. Somente uma variação "mecanizada" do processo, a soldagem por gravidade, tem sido utilizada na indústria de forma mais intensa, principalmente em estaleiros.

   A soldagem manual pode ser usada em grande número de materiais, como aços carbono, aço de baixa, média e alta liga, aços inoxidáveis, ferros fundidos, alumínio, cobre, níquel e ligas destes, por exemplo.

   Metais de baixo ponto de fusão como o chumbo, estanho e zinco, em geral, não são soldáveis a arco e metais refratários ou muito reativos, como o titânio, zircônio, molibdénio e nióbio não são soldáveis com eletrodos revestidos. Diferentes combinações de metais dissimilares podem ser soldadas por esse processo. Para espessuras inferiores a 2 mm, o material é facilmente perfurado pelo calor do arco, em caso de manipulação indevida e para espessuras muito grandes, a baixa produtividade do processo é o principal fator limitante. Assim, a soldagem com eletrodos revestidos é usada mais frequentemente para espessuras entre 3 e 40 mm, em aços.

  1. EQUIPAMENTOS

   Os equipamentos de um posto de soldagem manual com eletrodos revestidos compreendem, em geral, fonte de energia, cabos, porta-eletrodos, ferramentas (picadeira, escova de aço etc.) e materiais de segurança (máscara, óculos, avental etc.), como mostrado na Figura 2.

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Figura 2 - Equipamento para soldagem com eletrodos revestidos

a) Fonte de Energia

O suprimento de energia pode ser tanto corrente alternada como corrente contínua com eletrodo negativo (polaridade direta), ou corrente contínua com eletrodo positivo (polaridade inversa), dependendo das exigências de serviço.

- Corrente contínua - Polaridade direta (CC -): a peça é ligada ao pólo positivo e o eletrodo ao negativo. O bombardeio de elétrons dá-se na peça, a qual será a parte mais quente.

- Corrente contínua - Polaridade inversa (CC +): eletrodo positivo e a peça negativa. O bombardeio de elétrons dá-se na alma do eletrodo, o qual será a parte mais quente.

b) Cabos de Soldagem

São usados para conectar o alicate de eletrodo e o grampo à fonte de energia. Eles devem ser flexíveis para permitir fácil manipulação, especialmente do alicate de eletrodo. Eles fazem parte do circuito de soldagem e consistem de vários fios de cobre enrolados juntos e protegidos por um revestimento isolante e flexível (normalmente borracha sintética). Os cabos devem ser mantidos desenrolados, quando em operação, para evitar a queda de tensão e aumento de resistência por efeito Joule (é o aquecimento de um condutor que é percorrido por uma corrente elétrica).

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