Resíduos no Brasil: Um Grande Mercado Emergente
Por: Paola Lorenzetti • 3/5/2020 • Trabalho acadêmico • 2.892 Palavras (12 Páginas) • 382 Visualizações
Depois de muitos anos, no final de 2005, o Brasil tinha começado a consolidar uma transformação econômica nunca vista antes. Vínhamos de um passado de inflação descontrolada e desgoverno econômico. Mas o cenário agora era mais animador: moeda estável, crescimento econômico sólido, e balanças comerciais positivas. O progresso econômico resultou também em expectativas mais altas e menores contrastes entre classes, regiões e comunidades.
Países que como o Brasil desenvolveram sua economia rapidamente, enfrentavam problemas com a criação e gestão de infraestruturas de serviços básicos. Uma infraestrutura precária e ineficiente tinha impactos negativos na capacidade econômica de um país e mais efetivamente na produção e distribuição de mercadorias e serviços, mas em contrapartida a área mais afetada é de serviços humanos básicos.
As classes mais pobres do Brasil, que já sofriam com o abandono e o mal atendimento dos serviços básicos, tinha suas necessidades ignoradas por diferentes administrações que somente “empurravam com a barriga” o problema. Contudo, a elite do país reconheceu que havia chegado o momento de tratar das necessidades humanas mais básicas com novas políticas, aumentado os investimentos no setor e inserindo uma nova mentalidade. O governo do Presidente Lula, assumiu o compromisso de tratar a gestão de resíduos sólidos. Por muitos este governo foi tratado como salvador da pátria, mas no fim pouco resolveram a questão que se propuseram a solucionar e o seu legado foi marcado por escândalos e corrupção.
Fatores como crescimento demográfico, afluência econômica, maior consumo, e urbanização continuaram a aumentar gradativamente a geração de resíduos em diferentes regiões do país. O maior problema foi que a capacidade de processamento de resíduos já estava sobrecarrega e além disso, as práticas atuais até então adotadas, contribuíam para a liberação de gás metano, um gás estufa (GHG) na atmosfera, e poluíam o solo e a água.
O Brasil enfrentou grandes dificuldades no financiamento de investimentos em projetos de infraestrutura, e a necessidade da população, agora em 2010, eram bem maiores do que o poder público poderia financiar, executar e gerencias tais empreendimentos de larga escala. O pensamento inovador, a abertura ao compartilhamento de riscos, a resolução política foi necessária para instalar soluções que acelerariam o fornecimento de serviços de gestão de resíduos em grande escala e com a qualidade que a sociedade brasileira exigia.
O crescimento econômico, a expansão das atividades industriais, o crescimento da urbanização, e o incremento de novos consumidores vindo de países emergentes contribuíam para o aumento do volume de resíduos sólidos em todo o mundo. Isso representa novos desafios para os dirigentes dos países que tem que se adequar aos constantes aumentos da quantidade de resíduos. Estima-se que em 2003, quase 1,8 bilhões de toneladas de materiais foram produzidos em todo o mundo. A situação era ainda mais desafiadora em países emergentes, onde os governantes enfrentavam a falta de recursos para administrar a situação. O Banco Mundial previu que cerca de 30-60% de todos resíduos urbanos tenham permanecido sem recolhimento, e menos de 50% da população teria sido atendida.
O Brasil é o quinto maior país do mundo, e tem um terço das florestas do planeta. Em 2004, tinha uma população de 180 milhões e seu bruto interno bruto era o decido no ranking mundial. Além disso, era o país mais industrializado da América Latina e a cidade de São Paula era a terceira maior do mundo. Apesar disso desses fatores positivos, nesse mesmo ano aproximadamente 25% da população vivia abaixo da linha da pobreza. Os grupos mais pobres tinham acesso limitado a cuidados com saúde, educação, contratação, água limpa e serviços de saneamento. O maior desafio enfrentado pelo gestão governamental era o desenvolvimento humano desigual, e embora o governo do então presidente Lula tenha tentado mudar essa realidade, as medidas tomadas não geraram resultados para cessar o problema.
Embora a simples menção do efeito estufa traga preocupação, ele na verdade é benéfico e a vida na terre depende dele, mas sua intensificação pode causar dano ambiental e econômico. Esta intensificação é o resultado de emissões adicionais de gases estufa – GHG, que é produzido pela atividade humana na produção agrícola e industrial, gado, gestão de resíduos, assim como o consumo excessivo de produtos e serviços. Desde a Revolução Industrial, as atividades humanas geram um aumento contínuo da concentração de GHG na atmosfera. Os cientistas se referem a esse feito como interferência antropogênica no clima, ou seja, uma alteração que é causada por mãos humanas.
O efeito estufa tem alarmado a comunidade cientifica nas últimas décadas do século XX, por causa do rápido aumento de emissões de gases GHG na atmosfera procedentes de emissões antropogênicas. O gás mais preocupante foi o gás carbônico - CO2, porque seus níveis haviam aumentado muito após a Revolução Industrial. Este gás e responsável por 60% do efeito estuda antropogênico. O CO2 é encontrado naturalmente na atmosfera, mas a queima de carvão, petróleo e gás natural contribui para o seu aumento.
Já o gás metano contribui para o aumento de 20% do efeito estufa. As fontes principais de GHG são a agricultura, aterros e drenagem de resíduos ligados a mineração de carvão e a produção de gás natural.
O aquecimento global tem preocupado nos últimos anos ainda mais a comunidade cientifica, e eles preveem como resultado desse processo aumento do nível do mar, derretimento das geleiras e capotas polares, perda da biodiversidade, aumento de doenças transmitidas por mosquitos e outros hospedeiros, alteração dos níveis de chuva, aumento de fenômenos meteorológicos extremos, perde de áreas agrícolas e aumento da desertificação, problemas com o abastecimento de água potável e aumento nos fluxos migratórios.
Mas as consequências sociais e econômicas, advindo das previsões levantadas são catastróficas e preocupam bastante. Sempre que temos uma degradação ambiental, diminuímos em parte a nossa capacidade de produzir insumos, trazendo pontos negativos que alteram ainda mais nossa existência na terra. Em alguns casos, os danos causados ao planeta podem ser irremediáveis. Nações insulares e cidades que possuem localização costeira, estão mais vulneráveis as alterações climáticas, pois vivem com a probabilidade de serem inundadas em algum momento.
O modelo antigo de gestão de resíduos sólidos, era composto por coleta, depósito em terra, e incineração de resíduos caseiros. Já os resíduos industriais não recebiam
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