Resenha - Filme COMO ESTRELAS NA TERRA
Por: Fernando Soares • 24/5/2019 • Trabalho acadêmico • 1.214 Palavras (5 Páginas) • 529 Visualizações
UNESC PORTO VELHO
CARLOS FERNANDO SOARES DE LIMA
TRABALHO DISCENTE EFETIVO 2
RESENHA CRÍTICA – FILME: COMO ESTRELAS NA TERRA
Porto Velho - RO
2019
CARLOS FERNANDO SOREA DE LIMA
RESENHA CRÍTICA – FILME: COMO ESTRELAS NA TERRA
TRABALHO DISCENTE EFETIVO 2
Disciplina: Fundamentos de cálculos, prof.ª: Aucenei da Fonseca.
Porto Velho - RO
2019
O filme apresenta a vida de um aluno com dislexia, suas dificuldades, seu contexto familiar, mas também é uma profunda crítica aos sistemas educacionais e encaminhamentos escolares dados a problemas de aprendizagem. O personagem central, Ishaan Awasthi, interpretado por Darsheel Safary, é um menino de 9 anos que apresenta dificuldades na escrita e leitura. Aparece no começo do filme como uma figura que perturba a sua própria família, os vizinhos e a classe onde estuda. As dificuldades apresentadas pelo garoto, são sintomas da dislexia e que não eram compreendidos pela família e pelos profissionais da escola. A repetição na terceira série e o medo que o garoto pudesse perder mais um ano letivo, faz o pai de Ishaan tomar a atitude de colocá-lo num colégio interno longe da família no meio do ano letivo. As dificuldades escolares as de relacionamentos são concebidas pelo pai como preguiça, recebimento em demasia de mimo pela mãe e desatenção.
A figura do pai é retratada no filme como intolerante aos erros e derrotas e com extremas dificuldades nas reações de afeto para com os filhos. A mãe aparece num papel submisso, mas acolhedora mesmo sem reconhecer o que ocorre com o filho. As comparações entre os filhos são inúmeras vezes apresentadas no filme. A obra retrata bem as dificuldades e a dinâmica familiar de quem tem um filho com dificuldades de aprendizagem e que esse problema se acentua conforme os ambientes hostis que a criança está inserida. As falas dos professores e dos pais sempre gritando no começo do filme retratam a impaciência primeiramente com aquilo que é relativo a infância e consequentemente com aquilo que o transtorno de linguagem apresenta. Quando o pai fala ao professor que já tinham feito de tudo, e de que não tinha outra opção a não ser colocá-lo num colégio interno, vemos aqui a crítica feita as famílias em relação as cobranças e demandas exageradas incorporadas pelos pais diante dos filhos advindas de sistema que aprova ou reprova e que zela pela competitividade. A intolerância do pai diante de uma problemática é o estopim para acentuação da dificuldade do garoto.
O longa metragem apresenta brilhantemente uma crítica ao sistema educacional brasileiro nas atitudes agressivas e intolerantes dos professores com as salas cheias de alunos e com o lema da disciplina, ordem e competitividade. A falta de aproximação dos professores com os alunos é retratada no filme. O contato distante e aos gritos pela chamada de atenção, percebe-se no filme, como um problema pode se tornar ainda maior para uma criança se o professor não estiver realmente interessado naquilo que escolheu para exercer como sua profissão. O esmero e a atitude de um professor em investigar as razões daquilo que se passam com o aluno além da sala de aula. A realização profissional é apresentada no filme além da identificação que o professor tem com o aluno por ter tido dificuldades escolares como as de Ishaan. O contentamento em realizar a docência é apresentado nos momentos em que ele está na escola de Ishaan, mas também numa outra escola onde ele trabalha com alunos especiais. Gostar do que se faz revela amor nas atitudes da profissão docente.
A figura contagiante do professor é acompanhada de muita música durante o filme, as músicas utilizadas retratam bem cada momento de angústia vividos pelo personagem principal ou de alegria quando o novo professor de artes chega para dar a sua primeira aula. A coragem do professor é um ponto alto desta obra, com a atitude de apostar em alguém que já estava rotulado pelos demais colegas de trabalho. A metodologia dos demais professores é retratada no filme como parecidas e sem muito interesse pelos alunos contendo também o momento intrigante da palmatória. As posturas entre os demais são as mesmas com a justificativa de que a direção zela por disciplina. Uma cena retrata a forma em que muitas instituições se encontram quando o novo professor de artes pergunta se ele poderia colocar os desenhos dos alunos no armário e os demais respondem que ali só poderia somente os livros. No armário só pode guardar o que está determinado, não há lugar para questionamentos ou mudanças. A contestação da mudança é apresentada quando rotulam também o novo professor de flautista maluco, mesmo assim o professor pede apoio ao diretor para trabalhar com Ishaan. É sem dúvida o ápice do filme quando os dois, professor e aluno começam a trabalhar três horas a mais depois das aulas. O empenho e dedicação do professor unidos ao esforço do aluno começam a modificar as cenas iniciais do filme em relação ao ensino e aprendizagem. Dois momentos impactantes nesta obra é a postura do professor com o pai do aluno em duas cenas: quando ele vai na casa da família de Ishaan e pede que ele leia chinês e o pai diz que é impossível e o professor faz o pai se colocar no lugar do filho o chamando de insolente e dizendo para se esforçar mais e outro momento é quando ele vai na escola falar com o professor a fim de que ele mude a primeira impressão pelo ocorrido em sua casa e o professor novamente mostra que o pai realmente não se importa com seu próprio filho.
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