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Revisão de Literatura Nanotecnologia

Por:   •  13/6/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.050 Palavras (5 Páginas)  •  202 Visualizações

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  1. Revisão da Literatura

        

A nanotecnologia é o entendimento e manuseio de matéria em nanoescala, ou seja, em escala de átomos e moléculas. Dentre as mais diversas áreas de aplicação, algumas delas são: indústria automotiva e aeronáutica, setor de energia, instrumentação e medicina. Em 2001, foi lançado no Brasil o Programa Brasileiro de Nanociência e Nanotecnologia, que teve como foco inicial a pesquisa de nanodispositivos semicondutores, materiais nanoestruturados, entre outros.

Entretanto, a Nanociência e Nanotecnologia não restringe-se apenas aos materiais e dispositivos semicondutores, envolve materiais plásticos (polímeros), cerâmicas, materiais isolantes e materiais metálicos de alta resistência e confiabilidade, materiais biológicos entre outros [...]” (SILVA JR., 2002, web).

Ela atua em diversas áreas e vem crescendo rapidamente nos últimos anos, inclusive no mercado de cosméticos. A primeira empresa a lançar um produto nanotecnológico foi a Lancôme, com um creme para o rosto transportado por nanocápsulas de vitamina E pura, combatendo o envelhecimento da pele.

No Brasil, o interesse pela nanotecnologia aplicada aos cosméticos é recente, mas tem envolvido cada vez mais empresas e pesquisadores das principais universidades brasileiras (ERENO, 2008, p. 80).

A primeira empresa brasileira a produzir um produto de beleza com nanotecnologia envolvida foi O Boticário, com um creme antissinais para o rosto chamado Nanoserum, em parceria com o laboratório francês Comucel, com um investimento de aproximadamente R$ 14 milhões e faz parte da linha Active.

Essa recente tecnologia está presente em vários cosméticos já utilizados pela população regularmente, como “[...] xampus, condicionadores, pastas de dentes, cremes anti-rugas, cremes anticelulites, clareador de pele, hidratantes, pós-faciais, loções pós-barba, desodorantes, sabonetes, fotoprotetores [...]” (FRONZA et al, 2007).

A nanotecnologia utiliza de nanotubos, materiais nanocristalinos, nanopartículas, dentre outros, feitos de diferentes nanomateriais, cada um com seu propósito. Dentre os principais nanomateriais utilizados em cosméticos destacam-se as nanopartículas hidrofûbicas de sílica, nanopartículas lipídicas, nanoestruturas de PMAA/PEO e nanopartículas de prata”. (RAMOS; e PASA, 2007, p.101).

Existe uma grande variedade de oportunidades para a aplicação da nanotecnologia na indústria cosmética devido aos seus atributos. As principais características das nanopartículas são que elas têm uma grande superfície de contato com a pele, assim, gerando um contato grande com o número de partículas, por unidade de peso, outras características são com o pequeno tamanho dessas nanopartículas, isso auxilia no melhor desempenho do produto (DAUDT et al., 2013). Além disso, segundo Silva et al. (2017), a nanotecnologia aplicada aos cosméticos melhora a qualidade dos produtos, pois ela potencializa a hidratação da pele por meio da recuperação de substâncias naturais presentes no corpo humano.

A nanotecnologia tem ganhado o mercado, pela facilidade da aplicação e adesão a pele, por esse motivo, atualmente ela é aplicada principalmente em produtos dirigidos a pele, tanto do rosto ou do corpo, tendo como maior objetivo reduzir os efeitos do envelhecimento da pele e fotoproteção (BAILLO, 2012, p. 275, apud, Pesquisa Fapesp, 2008). Uns dos primeiros produtos a usar a nanocápsulas foi o creme anti-rugas, usando a vitamina A em cápsula, as atuações das partículas funcionam com a ativação do reservatório, assim, liberando as substâncias lentamente (DAUDT et al., 2013).

A nanotecnologia em cosmética está principalmente aplicada aos fotoprotetores pois “a forma nanoencapsulada permitiu obter um amplo espectro de proteção solar melhorando até mesmo a estabilidade dos filtros, a interação com o estrato córneo e a permanência do protetor na superfície da pele” (SILVA, 2013).

Apesar dos inúmeros benefícios que a nanotecnologia apresenta, os consumidores não possuem informações claras da utilização da nanotecnologia nos produtos. “Existem nanocosméticos que já se encontram no mercado e os consumidores não estão cientes dos seus riscos potenciais” (DUTRA, 2009). Além disso, conforme Baril et al. (2010) a ausência da biocompatibilidade dos materiais utilizados e a toxicidade são outros possíveis riscos na aplicação de nanopartículas.

 Dutra (2009), afirma que o uso contínuo dessas partículas pode gerar riscos ao penetrar e transpor a corrente sanguínea, pois seus efeitos não são totalmente elucidados. Não menos importante, é preciso considerar os impactos ambientais também, que de acordo com Farias (2011), quando se pensa nos impactos da nanotecnologia sobre o meio ambiente, conclui-se que ainda não se pode responder a todos os campos possíveis, pois a esta tecnologia ainda está evoluindo e os trabalhos referentes à toxicidade dos produtos com a nanotecnologia aplicada são escassos.

Desse modo, é imprescindível mais pesquisas sobre o assunto para que possa esclarecer os benefícios e malefícios que essa tecnologia provoca, pois “a aplicação da nanotecnologia em especial a produtos voltados a saúde é muito vantajosa e pode trazer avanços jamais vistos pela humanidade” (ELIPECHUK; RONSONI, 2012). A partir disso, acredita-se que essa tecnologia tem muito a ser explorada e estudada para que seja possível alcançar saídas para os pontos negativos e se beneficiar dos pontos positivos efetivamente.

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