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Tópicos Especiais Em Agroecologias E Sistemas Agroflorestais

Por:   •  24/10/2022  •  Resenha  •  1.672 Palavras (7 Páginas)  •  122 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE ESTUDOS SUPERIORES

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES FLORESTAIS

BACHARELADO EM ENGENHARIA FLORESTAL

DISCIPLINA: Tópicos Especiais Em Agroecologias E Sistemas Agroflorestais

ARTIGO 1: Cercas vivas como ferramentas para a conservação da biodiversidade: um estudo de caso com aves e plantas

INTRODUÇÃO

Cercas vivas podem atuar como ferramentas para a conservação da biodiversidade, fornecendo habitat para espécies nativas e aumentando a conectividade na paisagem.

As paisagens rurais e, em geral, todos os tipos de paisagens tropicais desmatadas são vistas como simples mosaicos de manchas florestais imersas em pastagens e campos agrícolas.

As cercas vivas são fileiras lineares de plantas lenhosas que prestam serviços importantes aos sistemas agrícolas e pecuários, bem como às diversas espécies que as utilizam.

        As cercas vivas são foram classificadas de acordo com sua origem: plantada, espontânea e remanescente.

        As cercas vivas plantadas tendem a ter árvores da mesma idade e a permanecer estruturalmente simples devido aos cortes recorrentes pelos agricultores.

        Cercas remanescentes ou espontâneas surgem da regeneração natural de espécies florestais através da dispersão de sementes pelo vento e animais, e podem crescer sob cercas ou arames farpados colocados por agricultores.

        As cercas vivas também podem servir como habitat, poleiros e locais de forrageamento para pássaros, morcegos, besouros e mamíferos não voadores, o que incentiva a alta diversidade em paisagens desmatadas.

        A presença de cercas vivas pode ajudar na conservação da biodiversidade, fornecendo habitat, aumentando a conectividade da paisagem e aumentando a complexidade estrutural em paisagens agrícolas.

        A maioria dos estudos se concentrou principalmente em remanescentes florestais, mas há um interesse crescente por outros elementos da paisagem rural, como sistemas produtivos, cercas vivas e outros habitats antropogênicos.

        O objetivo desta pesquisa foi avaliar a influência das características de cerca viva na riqueza de espécies e uso de cerca por aves em uma paisagem sub-andina, examinando fatores locais (composição e estrutura florística) e paisagísticos (conexão com fragmentos florestais).

MATERIAIS E MÉTODOS

        Região de estudo e seleção de locais de estudo
        Este estudo foi realizado em uma área de cerca de 3000 ha na vertente ocidental da Cordilheira Central dos Andes colombianos, no Município de Aranzazu, Departamento de Caldas, na Colômbia.

        A área faz parte de uma extensa paisagem coberta por pastagens de gado com fragmentos florestais em encostas íngremes e ao longo das margens de rios e riachos.

        Existem 16 tipos diferentes de coberturas vegetais na área, dominadas por pastagens (60% da área) e manchas florestais (20,3%). Cercas vivas são uma característica comum desta paisagem, variando muito em sua origem, composição floral e estrutura.

        A fim de testar se a composição florística e a estrutura das cercas tiveram efeito sobre a diversidade aviária, e se a conexão das cercas aos fragmentos florestais fez uma contribuição semelhante, selecionamos três tipos de cercas vivas com base nas características florísticas.

        A seleção das cercas foi baseada em levantamentos de campo e fotografias aéreas seguidas de medições de campo. Todas as cercas foram imersas em uma matriz de pastagem. As cercas plantadas geralmente consistiam em uma fileira linear de uma única espécie de árvore plantada e as cercas espontâneas eram floristicamente diversas.

        Métodos de campo

        Foi estabelecido um transecto de 150 m ao longo de cada cerca. A composição e estrutura de aves e plantas foram amostradas ao longo de cada transecto dentro de cada cerca.

        Para árvores e arbustos, registrou-se cobertura vegetal e área basal. As árvores eram todos os indivíduos com DAP (diâmetro à altura do peito) 5 cm e os arbustos eram todos aqueles com diâmetro do caule de 0,5 a 2,5 cm, medido a 50 cm acima do solo.

        A cobertura vegetal foi medida em metros quadrados da área projetada no chão para cada copa de árvore ou arbusto.

        Os levantamentos de aves consistiram em caminhar por 1 h no transecto de 150 m que percorria uma cerca viva, registrando todos os indivíduos por espécie observados e/ou ouvidos, o uso do habitat e a direção de seus movimentos ao longo desta ou entre as cercas para outros elementos da paisagem.

        Fez-se 10 visitas a cada cerca viva por um total de 250 censos, de agosto a novembro de 2004. A amostragem foi feita a uma distância de 5 m da cerca tomando-se o cuidado de não influenciar a direção de deslocamento da ave, entre 06:00–10:30 horas e 16:00–18:00 horas, evitando manhãs e tardes com vento forte ou chuva.

        Análise de dados

        Estimou-se a riqueza de espécies de plantas para cada tipo de cerca, usando o estimador Jackknife 2. Além da comparação do número médio de espécies de plantas entre os tipos de cercas por meio de análises de variância de uma via (ANOVA).

        Uma análise semelhante foi feita para determinar se havia diferenças significativas entre os tipos de cercas, em relação a cada uma das variáveis estruturais estudadas.

        A riqueza de aves (ou seja, número total de espécies em uma comunidade), número médio de indivíduos e número médio de espécies foi calculada para cada tipo de cerca.

        A fim de estabelecer se diferentes tipos de cercas diferem na composição e abundância de espécies de aves, comparamos riqueza, número médio de espécies. e número médio de indivíduos por espécie entre os tipos de cercas usando ANOVAs de uma via. Também avaliou-se a correlação da riqueza de aves com a riqueza, estrutura e conectividade de plantas, usando uma análise de regressão múltipla com um teste t de significância na regressão que corresponde a: a = 0,05 (Zar 1999).

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