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Tecnicas Em Negociação

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Por:   •  6/3/2014  •  2.405 Palavras (10 Páginas)  •  314 Visualizações

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Comportamento organizacional

Jorge Fornari Gomes

Diretor de Recursos Humanos e Administração da American Express do Brasil

1. INTRODUÇÃO

Há alguns anos, um gerente de uma grande estatal estadual acreditava que teria chance de manter seu emprego quando da mudança do governo. Ele era um profissional confiante em sua capacidade e pensava que poderia demonstrar sua utilidade ao novo grupo que assumia o poder. Por outro lado, não tinha relações partidárias ou políticas e havia sido convidado pela diretoria anterior a trabalhar na empresa. Um dia depois de o novo grupo assumir a direção da empresa, ele foi dispensado.

Um outro gerente trabalhava para uma grande multinacional americana. Decidido a acelerar sua carreira, resolveu procurar novas oportunidades fora de sua empresa. Sendo um bom profissional, alternativas não lhe faltaram. A que ele considerou ser a melhor era oferecida por uma multinacional alemã, e ele a escolheu. Alguns meses mais tarde ele deixou a nova organização por não se ter adaptado ao sistema gerencial daquela empresa.

Nos dois exemplos dados percebemos um fenômeno comum: ambos os gerentes não avaliaram adequadamente as características das empresas. O primeiro foi ingênuo ao acreditar que uma regra poderia ser modificada, isto é, que o valor profissional poderia prevalecer sobre o revanchismo ou interesses políticos. O segundo não foi hábil o suficiente para perceber as significativas diferenças dos modelos de gestão americano e alemão, e mais, não avaliou sua capacidade de se adaptar ao novo modelo.

Neste trabalho procuraremos ressaltar a importância, para o sucesso profissional, do desenvolvimento da percepção e do senso crítico para analisar, avaliar e prever o comportamento das organizações.

2. ORGANIZAÇÕES E GERENTES

Vivemos, trabalhamos, influímos, somos influenciados e dependemos de organizações. Grande parte das nossas vidas está centrada em uma ou mais organizações e através delas realizamos muito do nosso prazer e dor. Para grande parte das pessoas, conhecer o funcionamento e a dinâmica destes complexos seres tem pouca importância. Para muitos, basta ligar o televisor na tomada e puxar o botão, pouco importando o complexo industrial que gera aquela caixa fantástica.

Entretanto, para nós que estamos do lado de dentro dos produtos e serviços que são oferecidos aos clientes e consumidores, torna-se vital conhecer, entender e ser capaz de lidar com as organizações e seus fenômenos.

Através de nossa educação e nossa experiência profissional, acumulamos conhecimentos sobre o comportamento organizacional e desde cedo percebemos que se compreender o comportamento das pessoas é difícil, o de grupos o é um pouco mais e o de organizações, mais ainda.

Como administradores, gerentes, executivos, temos como missão final fazer com que nossas organizações operem com eficácia e isto significa que precisamos ter domínio sobre elas, o que não é uma tarefa fácil.

Nossa eficácia está diretamente ligada à capacidade de observação constante do comportamento organizacional, de forma sistêmica e objetiva, isto é, conseguindo vê-lo como um todo, suas partes e as ligações entre elas, e tudo isto de forma descontaminada dos nossos valores e preconceitos. Cada organização é diferente da outra, como cada pessoa é diferente da outra. Entretanto, da mesma forma que as pessoas, elas possuem características constantes que nos permitem prever suas reações, bem como possuem padrões comuns entre si, o que nos permite sistematizar um referencial para compará-las.

Como dissemos, entender uma organização não é tarefa simples, mas não o fazer torna o trabalho gerencial impossível. Na verdade, todos nós, consciente ou inconscientemente, temos uma idéia sobre as organizações e como elas funcionam. Nossa idéia sobre elas vai sendo composta em nosso dia-a-dia através das milhares de informações que recebemos sobre o comportamento organizacional: selecionamos o que interessa às situações gerenciais das quais participamos, determinamos o significado que está por trás de cada um destes elementos importantes e verificamos como estes elementos estão ligados entre si (figura 1).

Analisando o comportamento das variáveis organizacionais, ao longo da nossa experiência profissional, vamos compondo um modelo sobre como as organizações se comportam. Por outro lado, através dos cursos, livros, artigos e familiarização com outras organizações, traçamos comparações que nos ajudam a aprimorar o nosso ideal de organização. Quanto mais sensíveis formos a este tipo de análise e comparações, mais apurado estará nosso senso crítico para interpretarmos e avaliarmos nossa própria organização e as demais.

3. MODELOS DE ORGANIZAÇÕES

As primeiras formas organizadas de trabalho de que temos notícia surgiram, provavelmente, com o povo de Karin Shan, quando este começou a cultivar trigo e cevada nativos e a domesticar carneiros e cães, iniciando a mudança que revolucionou o destino da humanidade, isto é, passando de uma sociedade de mera coleta de alimentos para a da sua produção. Isto ocorreu em 9000 aC, na Mesopotâmia.

Com a organização dos povos, surgiram dois tipos de organizações que até hoje têm poderosa influência sobre nós: a militar e areligiosa. Entretanto, foi com a descrição da burocracia feita por Max Weber e com os primeiros estudos sobre administração científica realizados por Taylor e Fayol, no início do nosso século, que passamos a dispor de modelos para orientar a ação gerencial. A partir da escola clássica, surgiram a contraposição da escola de relações humanas, os modelos racionalistas, a teoria geral dos sistemas, e muitas outras escolas de administração.

A crescente complexidade organizacional, colocando em risco a produtividade, associada à grande concorrência, foi a razão marcante para favorecer o surgimento das escolas de administração do início do nosso século. Desde então, os autores vêm desenvolvendo modelos explicativos para nos ajudarem a entender e lidar com as organizações e, para cada um deles, seu modelo representa a chave para a eficiência e eficácia.

Com um modelo em mãos, o administrador sai do campo da incerteza e sente-se mais seguro, pois tem uma idéia sobre como cada importante variável (componente organizacional) se comporta. Basta manejá-la adequadamente. A sensação de domínio se amplia com a capacidade de previsão de como estas variáveis reagirão à medida que atuarmos desta ou daquela maneira.

É

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