Teor de cloro

DETERMINAÇÃO DO CLORO EM PRODUTOS DOMÉSTICOS

POR TITULOMETRIA DE OXIRREDUÇÃO

C. C. F. de FREITAS1, I. J. M. de PRAXEDES1, L. A. F. FREITAS1, M. A. de SOUZA NETO1, M. T. de O. BRITO1

        

1 Universidade Federal Rural do Semiárido, Departamento de Ciência e Tecnologia

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RESUMO – O presente artigo objetiva o estabelecimento do teor de cloro em certos produtos domésticos por intermédio da titulometria de oxirredução, de forma que possam ser absorvidos os princípios e comportamentos das reações de oxirredução (ou redox), assim como, observar suas aplicações. A metodologia em prática pode ser dividida em duas partes, uma primeira que consistiu na padronização da solução de tiossulfato de sódio com iodato de potássio, para uma posterior determinação da capacidade de oxidação de um removedor doméstico. Em ambos os procedimentos executados notou-se que houve transferência de elétrons (fundamentação básica de uma reação redox). Com os dados em mãos, realizou-se os cálculos que resultaram em um teor de cloro abaixo do padrão determinado pela agência reguladora (ANVISA).

         Palavras chaves: Oxirredução, Titulação, Transferência de elétrons, Teor de cloro.

1. INTRODUÇÃO

Alguns agentes oxidantes, comumente, são utilizados por indústrias químicas com o propósito de realizar algumas funções domésticas, como por exemplo, remoção de manchas e clareamento de tecidos em geral (denominados de alvejantes). Algumas substâncias devido às suas atribuições oxidantes, são utilizadas também em clínicas de odontologia.

Os compostos mais utilizados em alvejantes são o sal NaOCl ─ hipoclorito de sódio (mais especificamente o ânion OCl-) e o peróxido de hidrogênio (H2O2), chamados comercialmente de água sanitária e água oxigenada, respectivamente.

Para que aconteça a remoção das manchas e um consequente clareamento de tecidos, faz-se necessária a ocorrência de uma reação de oxidação na própria roupa, dessa forma os alvejantes atuam como agentes oxidantes, pois já responsáveis por desencadear uma reação de oxidação no tecido.

A produção de hipoclorito de sódio é baseada na seguinte reação:

2 NaOH(aq) + Cl2(g)  →   NaOCl(aq) + NaCl(aq) + H2O(l)

Nela pode ocorrer a dissociação do hipoclorito de sódio:

NaClO(s) → Na+(aq) + ClO–(aq)

        Em presença de água o íon hipoclorito pode reagir e formar o ácido hipocloroso, como na reação que segue:

ClO–(aq) + H2O(l) → HClO(aq) + OH–(aq)

Acontece em muitos casos a diminuição do teor de cloro livre, seja por negligência das próprias indústrias ou mesmo por fins lucrativos. Como forma de controle a legislação define o intervalo entre 2,0 a 2,5 % p/p para fins de registro. Entretanto, para fins de fiscalização, a Anvisa considera um intervalo de aceitação entre 1,75 e 2,75 % p/p.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

        A experiência foi dividida em duas etapas. A padronização da solução de Tiossulfato de Sódio com Iodato de Potássio e, a determinação da capacidade de oxidação de um removedor doméstico. A seguir, de maneira detalhada as etapas:

Primeira parte (padronização da solução de tiossulfato de sódio com iodato de potássio):

Colocou-se a solução Na2S2O3 em uma bureta de 25mL, depois abrindo-a e preenchendo-a novamente para a saída das bolhas. Notou-se o seu volume inicial. Em um Erlenmeyer de 125mL, adicionou-se 5mL de KIO3 0,01M utilizando a pipeta. Foi colocado 5mL de água e 0,4g de KI no Erlenmeyer, após isso, agitou o mesmo até a dissolução do KI. Em seguida, foi adicionado 2,5mL de H2SO4 1M, misturando a solução. Percebeu-se o aparecimento de uma cor escura, identificando a presença do iodo. Logo depois, titulou-se com Na2S2O3 0,05 M que havia sido colocado inicialmente na bureta, até o desaparecimento da cor escura para um tom de amarelo claro. Mediu-se 2mL do indicador de amido 1% e a colocou na solução. Continuou-se a titulação, até o desaparecimento da cor azul escura presente por causa do indicador. Percebeu-se a mudança de cor do azul para uma solução incolor e, então, notou-se o volume deslocado do tiossulfato usado na bureta para a titulação.

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Segunda parte (determinação da capacidade de oxidação de um removedor doméstico):

Pipetou-se 0,5g da amostra de hipoclorito de sódio, colocando-a em um Erlenmeyer de 125mL, após, acrescentou-se 25mL de água destilada e 1g de KI. A solução foi agitada até a dissolução do KI. Em seguida, foi adicionado 2,5mL de H2SO4, deixando a solução com cor escura (marrom). Logo depois, a titulação foi iniciada usando o tiossulfato de sódio 0,05 M, até que o composto mude de sua cor para um tom de amarelo. Assim, foi colocado 2mL do indicador de amido 1%, mudando a cor para um tom de azul escuro. A titulação foi reiniciada utilizando o mesmo titulante, até que a solução transforme, ficando incolor. Notou-se o volume utilizado do tiossulfato de sódio. Por fim, os cálculos para a porcentagem do cloro na amostra foram feitos, como está descrito na próxima seção.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Padronização da solução de Tiossulfato de Sódio com Iodato de Potássio

        Volume inicial da bureta: 25mL

        Volume utilizado na mudança de cor do azul-escuro para o amarelo-pálido: 2,7mL

        Volume utilizado após a inserção da solução indicadora de amido 1%: 0,4mL

Determinação da capacidade de oxidação de um removedor doméstico

        Volume utilizado até a coloração chegar próximo ao amarelo-claro: 0,9mL

        Volume utilizado após a inserção da solução indicadora de amido 1%: 0,35mL