Tipo de atuação: Industrial - Bebidas
Por: LahMorato • 20/9/2016 • Relatório de pesquisa • 1.597 Palavras (7 Páginas) • 307 Visualizações
1. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
Nome: Vinícola Góes
Localização: Estrada do Vinho, Km 09 – Canguera – São Roque/SP
Tipo de atuação: Industrial - Bebidas
Tamanho: Empresa de pequeno porte
Início das Operações: 1938
2. HISTÓRICO
Em 1946, os irmãos Gumercindo e Roque de Góes, fundaram a Vinhos Palmares, que obteve grande sucesso comercial. Roque de Góes teve 7 filhos, e Gumercindo de Góes teve 8 filhos, sendo muitas pessoas para administrar uma só empresa eles acabaram se separando, Roque ficou com a Vinhos Palmares e Gumercindo construiu uma nova vinícola no início dos anos 60, junto com seus filhos. No ano de 1963 se iniciou oficialmente a produção dos Vinhos Góes, em homenagem ao sobrenome e às origens da família, registrada posteriormente como Viti-Vinícola Góes. Um dos primeiros mercados conquistados pela Vinícola Góes foi o do Brasil Central com a remessa de um lote completo de vinhos para a recém inaugurada Brasília.
As décadas de 60 e 70 foram favoráveis à vitivinicultura com um crescimento promissor em todo o mercado brasileiro. Uma dos grandes motivos para o crescimento foi a realização das tradicionais Festas do Vinho, que divulgaram os produtos da Vinícola Góes no cenário nacional. Nestas festas foram conquistados diversos prêmios, na primeira safra no ano de 1963, como primeiro lugar do seu vinho Rosado Licoroso, seguindo assim, até o último ano em que aconteceu o concurso, em 1973, com a conquista do 1o Prêmio com o vinho Tinto de Mesa Seco.
Iniciou-se em São Roque uma série de investimentos, sendo um município favorável ao plantio da uva, devido ao seu clima e também ao seu histórico, pois desde a fundação da cidade já foram cultivados grandes vinhedos: em 1985, adquiriram a propriedade, instalações e a marca dos afamados vinhos Quinta Jubair: em 1989, a atividade de distribuição com a abertura da Distribuidora de Bebidas Góes; em 2001 inauguraram o Vale do Vinho Restaurante; em 2002, entrando na área dos não alcoólicos, abriram a Góes Indústria de Bebidas. Em 2003, fizeram um grande investimento na própria região de origem, Canguera, adquirindo a propriedade da antiga Companhia de Vermouth Cinzano, onde planejaram fazer o replantio de uvas e elaborar vinhos a partir das variedades viníferas que estavam sendo desenvolvidas no próprio campo experimental da vinícola, localizado na antiga propriedade do Vinho Quinta Jubair. Com o mercado em franco desenvolvimento, a produção, que era elaborada com uvas de seus próprios vinhedos, não supriu a demanda, por isso, a Vinícola Góes buscou, no Rio Grande do Sul, um pólo alternativo. E, no ano de 1989, na cidade de Flores da Cunha, adquiriu uma vinícola em sociedade com a Família Venturini, garantindo assim o suprimento de uvas e ingressando também na linha de vinhos finos, lançando no final da década de 90, a linha Quinta Jubair Varietais e o Espumante Moscatel Vívere. Em 14 de novembro de 2003, os Góes inauguraram a “Loja da Adega”, lançando mais um novo produto, o refrescante chopp de vinho “GrapeCool”. Todo esse patrimônio empresarial é dirigido pelos filhos e netos de Gumercindo de Góes, isto é, a terceira e quarta geração do patriarca Nhô Dito Góes, que começou como um simples lavrador e, juntamente com outros pioneiros, transformou Canguera no Vale das Adegas, e a Vinícola Góes em uma das principais vinícolas do País.
3. DESCRIÇÃO DOS SETORES E LOCAIS VISITADOS
O primeiro local visitado foi o galpão de armazenamento de vinhos que são produzidos e que chegam da vinícola do Rio Grande do Sul. Este local foi construído pelo fundador da vinícola e utilizava anteriormente a gravidade no processo de produção, pois não existiam tecnologias acessíveis de bombeamento. Os tanques utilizados na época de fundação eram feitos de alvenaria com aplicação de resina no interior do tanque para evitar o contato do vinho com a parede. Hoje além desses tanques, também são utilizados os tanques modernos de aço inox, que proporcionam muito mais praticidade para o local principalmente no momento de limpeza. O enólogo faz todo o controle logístico do local, que possui 46 tanques, planejando quais serão os tanques utilizados em cada abastecimento de vinho. Nesse mesmo local temos também a filtragem do vinho utilizando a argila mineral, que proporciona para o vinho a limpeza e o brilho ideal.
O segundo local que visitamos possuía também grandes pipas de armazenamento e também algumas barricas de carvalho, onde o vinho adquire o aroma e sabor característico da madeira. O ambiente possui alguns itens históricos que a vinícola utilizava em seus primeiros anos, demonstrando o quanto o trabalho exigia do trabalhador por ser extremamente braçal.
Em seguida pudemos ver o envase do vinho através de um maquinário moderno que tem capacidade de engarrafar 50 mil litros de vinho por dia. Por questões logísticas o envase é diário, portanto é engarrafado apenas um tipo de vinho por dia para evitar perdas em questão de tempo, pois a cada vez que é necessário trocar o tipo do vinho perde-se cerca de 30 minutos na limpeza. Ao final do dia é realizada a lavagem da maquina com o uso de produtos específicos para a limpeza, levando de 30 minutos à uma hora. Nessa mesma maquina saem as garrafas cheias e em seguida passam por uma esteira onde começa o processo de lacrar, selar e encaixotar o produto final. É um local estrategicamente posicionado, pois o acesso ao caminhão de distribuição é logo em frente.
Para conhecer melhor a produção em si do vinho nos locomovemos para outro endereço da vinícola Góes. Com hectares de cultivo de algumas variedades de uva, a vinícola é uma das únicas que ainda produzem suas próprias uvas na cidade. Pudemos observar nesse local que se utiliza o cultivo das uvas em y e logo próximo outro local que cultiva utilizando espaldeiras, ambas com alguns pontos positivos e negativos. Existem duas safras no ano, porém a colheita só acontece realmente uma vez no ano, em janeiro, o que é um problema em algumas ocasiões em que há um índice maior de precipitações, o que ocorreu esse ano, fazendo com que o cultivo da uva no Brasil perdesse cerca de 70% da safra. Nesse local entendemos também que os vinhos finos são feitos a partir de uvas de origem europeias e os vinhos comuns são feitos com uvas americanas. A uva americana produz em um hectare cerca de 20 a 25 toneladas, enquanto a uva europeia produz cerca de 6 a 12 toneladas. Essa plantação é renovada a cada 10 anos e a videira só começa a produzir após três anos.
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