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Por:   •  1/12/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.185 Palavras (9 Páginas)  •  280 Visualizações

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CAROLINA TEIXEIRA CARVALHO

FABÍOLA GERALDA DE FREITAS

 

POR QUE O ESPÍRITO É MAIS FÁCIL DE SE COMPREENDER DO QUE O CORPO? Sobre a complexidade da produção de conhecimento humano, à luz da Segunda Meditação de Descartes e o argumento da cera.


Dissertação apresentada a Professora Dra. Glória como requisito parcial para obtenção da nota semestral na disciplina Introdução Ao Pensamento Filosófico, do curso de Psicologia, turno Integral, da Universidade Federal de São João Del Rei, Campus Dom Bosco.

São João del-Rei, MG

31/03/2015




















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POR QUE O ESPÍRITO É MAIS FÁCIL DE SE COMPREENDER DO QUE O CORPO? Sobre a complexidade da produção de conhecimento humano, à luz da Segunda Meditação de Descartes e o argumento da cera.


O ser humano sempre foi objeto de estudo dos mais brilhantes pensadores, não foi diferente com Descartes, que elegeu o ato de pensar como a característica mais interessante do homem. Os primeiros escritos que tratam deste assunto são as Meditações, as quais escreve com foco em chegar a estrutura das ciências, ou seja, uma forma mais segura e metódica de se obter o conhecimento verdadeiro sobre as coisas e o mundo. Assim, passa a se excluir como indivíduo e admite-se como um homem, composto por corpo e espírito. Tendo aceito essa verdade, passa a adotar o princípio da dúvida, a suspender, colocar em cheque, todo o conhecimento de seus antepassados, e submetê-lo a análise rigorosa para assim avançar em sua própria obra. Especificamente na segunda Meditação
(acrescentar o titudo da segunda meditação), convida o leitor a caminhar com ele lado a lado, com o intuito de se fazer compreender, defendendo a proposição, a qual tratará este texto, que é: o espírito é mais fácil de conhecer do que o corpo; usando o argumento simples e sagaz da cera, por exemplo, para nos permitir atingir a clareza da sua proposição.


Descartes  na Segunda Meditação trabalha a idéia do uso do princípio da dúvida como método para chegar ao conhecimento, para ele as proposições  que resistirem aos questionamentos providos pelo pensamento, não livre, mas comprometido, dirigido, racional, serão aceitas como verdade. Vem afirmar, em suas Meditações, como a compreensão do espírito é feita com mais facilidade do que a compreensão do corpo. Tal conclusão é partida da conclusão anterir advinda da Primeira Meditação
(acrescentar título da primeira meditação), ele é um Homem, e ele Pensa, é um ser pensante, está convicto de que a alma existe, assim como o pensamento, antes de estar convicto da existência tal como é capaz de apreender das características dos corpos. Acreditava que este corpo; extensão, movimento e lugar; eram manifestações do espírito,  podendo ser apreendido somente pelo pensamento. Levando sempre a dúvida ao seu ponto intenso, analisando todas as suas opiniões, até as que lhe parecem mais irrelevantes ou evidentes. Concluindo-se assim que duvidar das coisas que lhe parecem certas, fazem parte da trilha pro conhecimento verdadeiro, pois por exemplo quando sonha, o que é imaginário lhe parece real, é a representação imagética, o que o sentidos nos permite conhecer da realidade. Porém o objeto não existe como corpo, somente como espírito no sonho. Sendo assim, é possível afirmar que nada de corpóreo exista como a percepção realmente apresenta: mundo, corpo, objetos; por exemplo. O que nos vem a mente primeiro é o que se apresenta ao olho, ou aos outras sensibilidades humanas, mas não consegue abarcar a totalidade do fenômeno do objeto corporificado. A forma, o cheiro, a cor, etc, está  vulnérável as idiosincrasias do observador, e a algo ainda mais poderoso e universal: o tempo! Portanto o conhecimento produzido da análise somente do corpo para determinar a essência das coisas do mundo é refutável, e não dá chão firme ao conhecimento científico, que Descartes objetivava.


Além disso, seu escrito passeia por várias perguntas pertinentes. Explora a origem do corpo e deste espírito, se há um Deus ou um Gênio Maligno, ou se eles se auto criaria; se os dois existem com certa independência; questiona se existiríamos sem o corpo e os sentidos, levantando em conta a possibilidade de uma autoridade ardil enganá-lo a todo instante. Isto poderia realmente ocorrer, caso existisse um gênio maligno que colocasse em sua mente a impressão errônea de que há um mundo material; não negando e nem afirmando a realidade das coisas materiais. Dessas reflexões conclui que, se ao pensar que existe, por mais enganado que esteja, ele existiria, pois o pensamento tornaria essa verdade incontestável, tanto do ato de pensar quanto do objeto pensante. Evidenciando o peso do pensamento, ele afirma que o homem é composto das características do corpo e das ações da alma. Sendo a alma, responsável por toda animação do corpo, rara e sutil como um vento que se insinuava na figura de tal corpo; logo o que pertence a nós, por total, é o pensamento: "Eu sou, eu existo"; isto enquanto pensantes, um espírito com entendimento e razão. Sendo que a experiência de pensar endossa  a experiência de ser.

 

Chegado a esse ponto, usa do simples e sagaz argumento da cera como evidência de que o espírito é mais fácil de conhecer do que o corpo. Mostra como um pedaço de cera de abelha, sólido, cheiroso, doce, cheio de mel dentro das favas, é afetado por exterioridades, ao que ele escolhe o fogo para representar, agora, ela é brilhante, seu sabor diminui, liquidifica, seu cheiro esvai e o tamanho aumenta.  Descartes, afirma que isso demonstra que seria como a imaginação, os sentidos nos informam: doce, cheirosa e sólida; eis que entra o elemento fogo que é capaz de modificá-la. Mas deixa de por isso ser cera? Então o que é a cera? Já que seu corpo já é outro. como eu sei o que é cera, partindo para quase uma metalinguagem. Há de se admitir portanto que o corpo não é em absoluto o que lhe é permitido conhecer da natureza dos corpos. O que restou do quer era o conhecimento advindo do corpo, quase nada, então, a cera ainda vem de abelhas, ainda é doce, e possui extensão de forma de apresentação, dentro outros vários pontos que Descartes poderia citar. A cera é em essência, por fim, algo extenso e flexível, inacessível a imaginação sozinha, demonstrando que o que abarca essas flexibilidades, possibilidades e extensões é o entendimento; que para ele:



"é uma inspeção do espírito, que pode ser imperfeita e confusa, como era antes, ou,clara e distinta, como é presentemente, conforme minha atenção se dirigia mais ou menos as coisas que existem nelas e das quais é composta" (Descartes, 1641, p. 105)

Retomando, Descartes se fia nestas exposições, arremetadas pelo argumento da cera, para nos conduzir, tendo admitido esta “coisa pensante”, como alma, provando que esta é conhecida com uma maior facilidade que o corpo, pois se há a possibilidade de duvidarmos da clareza do mesmo, não podemos duvidar de que pensamos; já que o ato de duvidar só se é capaz devido ao ato de pensar. Ele também prova a existência verdadeira da alma como algo imaterial, diferentemente do corpo, por existir mesmo quando duvidamos da existência da matéria. Além do mais, como poder chegar-se a uma compreensão conclusiva e certa de algo que esta sobre efeito de coisas inconstantes como o tempo e os pensamentos; tornando assim impossível de se atingir o conhecimento verdadeiro de algo mutável e em construção como o objeto corpóreo. essência é algo claro, indubitável, em que lhe é possível avançar mais na sua pureza e  evidência,  assim como o ato de pensar que a caracteriza e compõe, também tem em sua existência ponto pacífico. Em contrapartida o objeto corpóreo se encontra em mutações e é inconstante, há incerteza de sua existência. Portanto a compreensão da complexidade do ser humano se deve em maior parte ao conhecimento produzido através do que nos dá a alma, imaterial, e o ato de pensar, debruçado e comprometido do que do corpo, material, e por por isso mesmo limitado.


São João del-Rei, 31 de Março de 2015Top of Form 1

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GLOSSÁRIO



DISTINÇÃO: Temos como ideia de distinção algo que é desenvolvido a partir de uma diferença, particularidade ou até mesmo qualidade. Embora tal ideia pode se contrapor ao pensamento de unidade e por outro lado, ao de confusão; tendo assim no primeiro caso o caráter ontológico e no segundo epistemológico.Sobretudo há a divisão popularizada depois de S. Tomás, que é a: distinção real e distinção de razão. A distinção real se refere as próprias coisas independente das operações mentais; tratando-se de uma carência de identidade, como por exemplo a alma e o corpo. Em contrapartida, a distinção de razão vem com a ideia de ser estabelecida só pela operação mental, mesmo não havendo a distinção real; como um bom exemplo da distinção de razão, o que se distingue o homem entre animalidade e racionalidade.
Há também a distinção modal, que pode se considerar como uma das vias da distinção real, como também a: distinção real pura e simples, modal e virtual. Na distinção pura e simples é quando se distingue a distinção real da de razão, enquanto a modal se refere à diferença entre uma coisa e seu modo ou modos. No entanto, a distinção virtual faz referência à virtude ou força que reside numa coisa que permite transfundir-se para outra. Assim como na distinção real, na distinção de razão há outras formas, como: a distinção de razão raciocinante e raciocinada. Enquanto a primeira é estabelecida pela mente nas coisas sem haver um fundamento para fazer, a segunda já é estabelecida pela mente em coisas não realmente distintas quando há algum fundamento na realidade para a fazer.


EVIDÊNCIA:
 A evidência têm-se como conceito a manifestação de algo em um objeto, que deixa claro a verdade nele existente. Em geral, pode dizer que é um saber certo, indubitável e que não se pode submeter a revisão, acentuando-se o aspecto subjetivo da palavra. Os escolásticos dividiram a evidência em dois tipos: a evidência de verdade ou objetiva e a evidência de credibilidade. Sendo a objetiva a que apoia-se no próprio objeto que se oferece ao entendimento e, a de credibilidade apoia-se no próprio fato de ser aceite como crível sem nenhuma dúvida. Alguns consideram que a evidência tenha papel decisivo outros negam esse papel, principalmente nos processos formais de raciocínio; considerando que a evidência é a apreensão direta da verdade de uma proposição por meio daquilo a que Descartes chamava uma "simples inspeção do espírito", baseando-se na intuição. Notando-se a limitação fundamental do conhecimento evidente a partir da ideia que a intuição não garante a consistência formal de um sistema.
Em contrapartida, alguns autores destacam que nãos e pode iludir-se com a evidência, pelo menos quando se apresentam os axiomas primitivos de um sistema. Tais autores, encontraram nas investigações lógicas os fenomenólogos, pelo estreitamento entre evidência e verdade. Essa evidência torna-se não tão simplesmente da percepção, não sendo superior à percepção adequada da verdade; é sua verificação mediante um ato peculiar. Um desses autores, Husserl, acredita que há várias classes de evidência: assertórica e apodíctica. A primeira aplica-se ao individual e é inadequada, já a segunda aplica-se às essências e é adequada. Existindo também quatro tipos de evidência, a natural, transcendental, apodíctica e adequada.



ESSÊNCIA:
Descartes não parte do zero para pensar a essência, ele leva em consideração a tradicional causa formal aristotélica, que abarca a essência das coisas ou o que ela é para ser reconhecida como este algo. Até aqui usa da tradição, para partir então para sua própria teoria das idéias. Desenvolve que idéia é em parte dimensão mental, mas possui representatividade, o que nomeia de imagens na Terceira Meditação. Assim, parte então para questionamentos, como lhe é peculiar, primeiro se essas coisas representadas por idéias existem mesmo, e segundo se é a idéia, a vontade do homem de pensá-las que produz as coisas, e já conclui que não, pois, se assim fosse elas seriam um nada, e não é verdade. Neste ponto define sua noção de essência, e admite que se de um lado os objetos dependam do pensamento humano, não é ele que os cria, e não é totalmente dependente da mente, antes certamente ela tem sua própria essência verdadeira, eterna e imutável.


CLAREZA: O termo clareza se faz necessário para Descartes, depois de que nas Meditações o mesmo chega a certeza de sua própria existência como "coisa pensante". Dá a clareza e distinção, status de critério para o verdadeiro, tudo aquilo que passa pelo crivo da dúvida como claro e distinto é digno de ser verdadeiro. Porém há que se comprometer com o exame da mente, que deve ser atilada, pois a percepção - ato interno de apreender o conhecimento das verdades da natureza, da natureza de Deus e ao objeto da matemática - nem sempre é clara e distinta, há que se ter uma luz interior que ele denomina intuição, há que se ter não qualquer percepção, mas percepção intelectual, que conduzirá aquelas verdades que não podem ser desfeitas, que uma vez pensadas não nos é possível refutar.



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS: FAZER CERTINHO DEPOIS

SEGUNDA MEDITAÇÃO

FERRATER MOURA



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