Trabalho Tendências Educacionais e Suas Influências no Brasil
Por: AlmeidaNIck • 15/3/2017 • Pesquisas Acadêmicas • 1.631 Palavras (7 Páginas) • 414 Visualizações
INTRODUÇÃO
Devemos formar alunos reflexivos e críticos para a sociedade como também não podemos esquecer que o ensino da técnica e a produtividade são de suma importância nos dias atuais com um mundo globalizado e industrializado.
Até que ponto podemos aplicar cada tendência dentro da escola para aperfeiçoar o ensino-aprendizagem?
O presente trabalho visa levantar as principais tendências educacionais e suas influências no cenário brasileiro relacionando os principais autores que abordavam tais conteúdos e, aliado a um contexto histórico, fazermos um paralelo de como surgiram e seus legados na sociedade brasileira.
Para como tal, lemos artigos elaborados por profissionais e estudiosos na área de atuação para ter uma visão distinta de cada linha de pensamento junto com a perspectiva de cada autor. Este presente trabalho abordará: A Tendência Liberal Tradicional, Tendência Liberal Renovada, Tendência Liberal Tecnicista, Tendência Progressista Libertadora, Tendência Progressista Libertária e Tendência Progressista Crítico Social (ou Tendência Histórico – Crítica).
DESENVOLVIMENTO
No Brasil, desde a sua colonização, as ordens religiosas tiveram grande papel no cenário educacional, como a Companhia de Jesus, e foi através dela que Padre Manoel da Nóbrega implementou aqui o Ratio Studiorum, um plano de ensino dividido em duas etapas principais, onde a primeira consistia em ensinar doutrina católica, língua portuguesa e alfabetização, e a segunda em ensinar canto e música instrumental. Foram essas ordens as pioneiras pela educação tradicional advindas da Europa para o Brasil colônia.
Existem duas vertentes pedagógicas principais: as liberais e as progressivistas, cada uma com suas subdivisões. A primeira tendência que podemos mencionar é o Liberalismo tradicional, que surgiu no Brasil no século XIX influenciado pela revolução francesa, pelo liberalismo e pelo capitalismo. Para essa vertente “o homem é produto do meio", a consciência humana se forma a partir de relações com o ambiente que, devem ser direcionadas unicamente pelo professor.
O individuo é orientado a ser um membro produtivo na sociedade, participando da sua manutenção e permanência da classe dominante no poder, já que os alunos eram na sua grande maioria filhos de homens de posses, mantendo assim a sociedade estagnada ao modelo sócio-político vigente. A relação professor aluno é baseada no conceito de dominador e dominado, onde o educador é o detentor do saber e a ele cabe instruir e orientar os valores morais e educacionais.
Os liberais tradicionais defendem que o conteúdo material (livros) produzido é mais importante que a vivencia dos alunos e desprezam os conhecimentos adquiridos por eles fora da escola para processo de aprendizagem, não havia qualquer relação com o vivido pelos alunos e o visto, tornando-os assim meros espectadores na sala de aula. A metodologia de ensino é constituída basicamente pela repetição e memorização, pela leitura de livros densos e correção de exercícios, tudo muito maçante, onde esses não poderiam ser questionados, tornando os alunos acríticos, eram como um vaso de argila a serem moldados pelas mãos dos seus mestres. Essa tendência ainda existe e é praticada fortemente no meio escolar, em todos os níveis da educação. Em resumo, a palavra de ordem dessa tendência é autoridade e disciplina, os conteúdos eram dados tal forma que não poderiam ser questionados, uma vez que só os resultados finais eram mostrados.
Ainda no Liberalismo, mas com outro conceito de educação avançando um pouco mais no tempo chegamos ao século XX, entre as décadas de 20 e 30 em que a tendência liberal ganhava uma nova cara para um novo contesto social, e foi assim que a nomearam Tendência Liberal Renovada, exatamente pela proposta renovadora que apresentava. O Brasil já não era mais um império, tão pouco uma colônia, a democracia havia chegado e com ela uma nova forma de pensamento, uma nova concepção filosofia de educação. O ideal democrático de inclusão chagava também a educação e defendia uma escola para todos. Essa Escola Nova como ficou conhecida, tinha a força dos movimentos sociais, mas não da elite dominante. Esse movimento de renovação foi sem dúvida a maior transformação pedagógica do país porque tinha antes de tudo caráter inclusivo das classes populares antes segregadas. Essa tendência tinha algumas subvertentes, entre elas a Renovada Progressista ou Pragmática que tinha como principais representantes John Dewey e Anísio Teixeira, que defendiam a importância da integralidade do conhecimento obtido com a vida do sujeito. A educação não podia ser apenas conhecimento acabado e sim integrado a vida. Outra subvertente da escola nova foi a não-diretiva, defendida por Carl Rogers que tinha como linha teórica a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP). Rogers tinha claramente a ideia de que o homem tinha aptidões específicas e individuais, e que a escola deveria ser um direcionador para tal.
Também temos a linha Piagetiana, de Jean Piaget que teve grande papel na pedagogia brasileira principalmente na época da escola renovada, mas que se estendeu até os dias atuais. Segundo Piaget o processo de aprendizagem consiste em assimilação e acomodação do aluno, resultando em adaptação, ou seja, aprendizado.
Em resumo, entendemos sobre Escola nova ou Escola Renovada um movimento social que pedia pela inclusão de educação para as classes mais baixas e a necessidade com a chegada da democracia de pessoas mais conscientes, ativas e capazes de direcionar suas próprias vidas, nasce o homem moderno. "Do ponto de vista da Escola Nova, os conhecimentos já obtidos pela ciência e acumulados pela humanidade não precisariam ser transmitidos aos alunos, pois acreditava-se que, passando por esses métodos, eles seriam naturalmente encontrados e organizados” (FUSARI e FERRAZ, 1992, p. 28). Essa tendência torna o professor figura secundária e coloca o aluno no centro do processo, dando-o assim autonomia para criar, inventar, descobrir e despertar o interesse em si próprio e o educador irá apenas facilitar esse caminho.
Ao final da década de 60 surge a última ramificação da tendência liberal no Brasil, o Tecnicismo, com uma abordagem quase mecânica de educação autoritária, encabeçado principalmente pelo regime militar. Movimento influenciado pelo Behaviorismo, defendido pelo comportamentista norte-americano Skinner (vale assistir o filme Laranja Mecânica 1973, para entender mais a fundo a sua abordagem). Se aproveitando do golpe os militares refazem o cenário educacional a seu modo, e o seu modo era totalitário e inquestionável. Tinham como principal interesse atender as necessidades da sociedade capitalista e manterem a posição de dominação.
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