Trabalho de Verificação de Equipamento Topograficos
Por: Matheus Henrique Santos de Jesus • 19/2/2024 • Bibliografia • 4.616 Palavras (19 Páginas) • 44 Visualizações
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Universidade Federal da Bahia - UFBA
Instituto de Transporte e Geodésia
ENG J27
TOPOGRAFIA - PROCESSAMENTO E AJUSTAMENTO
INSTRUMENTAÇÃO TOPOGRÁFICA
Discentes: Adailton Barros, José Luiz, Matheus Henrique, Rogério Suzart, Simone Vita, Taís dos Santos, Wayner Freitas
Docente: Marcony
RESUMO
Na execução de levantamentos topográficos de precisão, é fundamental a utilização de equipamentos que possibilitem a obtenção de dados confiáveis. Entretanto, para que o instrumento esteja operando em perfeitas condições de uso, deve-se realizar periodicamente os processos de verificação e retificação devido aos desgastes sofridos ao longo do tempo.
Como qualquer instrumento de coleta de dados se manuseados adequadamente, esses instrumentos mantêm suas características originais por um longo período, no entanto, é essencial as verificações periódicas das condições que o equipamento deve atender. Logo, quando essas condições não forem adequadas para garantir a precisão necessária ao trabalho em questão, é recomendável submeter o instrumento a processos de ajustes e retificação devido aos desgastes sofridos ao longo do tempo, pois existem alguns erros instrumentais, que afetam a precisão e acurácia das medidas, entre eles:
• Erro da verticalidade do eixo principal;
• Erro de colimação ou linha de visada;
• Erro de inclinação do eixo secundário;
• Erro de zênite;
• Erro da excentricidade do limbo;
• Erro de desvio da vertical;
• Erro de zero;
• Erro do prumo Óptico.
Desse modo, os profissionais que atuam nessa área devem ter conhecimento das principais técnicas empregadas na comprovação de teodolitos e níveis. Com isto poderá ele definir se um determinado instrumento está em condições de ser utilizado antes de iniciar qualquer tipo de trabalho.
- VERIFICAÇÃO E RETIFICAÇÃO DE TEODOLITO E ESTAÇÃO TOTAL
Os equipamentos são destinados a mensurações angulares, visando a determinação dos ângulos internos ou externos de uma poligonal e da posição dos detalhes necessários ao levantamento (VEIGA et al., 2012). Os equipamentos existentes no mercado são classificados de acordo com as suas finalidades e formas. Quanto à primeira, podem ser topográficos, geodésicos e astronômicos, e quanto à segunda, em ópticos mecânicos ou eletrônicos. Em relação à precisão, a NBR 13133 (ABNT, 2021) classifica os equipamentos segundo o desvio padrão de uma direção observada em duas posições da luneta, de acordo com a Tabela 1 e 2.
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Figure 1 - Classificação dos equipamentos.
FONTE: ABNT (2021)
A composição básica de um equipamento compreende o sistema de eixos, dois círculos graduados ou limbos (um horizontal e um vertical), uma luneta que pode ser rotacionada ao redor dos eixos vertical e horizontal e as bolhas. Este equipamento é construído de tal forma que seu sistema de eixos (Figura 1) obedeça a uma série de condições que, quando não satisfeitas, implicam em valores angulares obtidos não condizentes com a realidade (VEIGA et al., 2012).
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Figura 2 - Modelo de equipamento.
A retificação é o conjunto de operações realizadas em um equipamento atuando nos parafusos de retificação, de modo a corrigir o erro determinado no processo de verificação, tendo por objetivo fazer com que o instrumento volte a operar dentro de sua prescrição nominal (FAGGION, 2004).
- Fontes de Erro nas medições angulares
Nas operações de medição angular, desde a materialização do vértice do ângulo até a leitura do mesmo, uma série de erros podem ocorrer. Dentre as principais fontes que dão origem a erros, destacam-se aquela devida à centralização do instrumento no ponto, o nivelamento do instrumento, a refração atmosférica, a precisão na pontaria e, principalmente, os erros axiais do instrumento.
- Ajustes do Instrumento
1.2.1 Nível da alidade
A diretriz do nível da alidade, que é a reta tangente à curva da superfície interior do nível em seu ponto médio, quando a bolha está perfeitamente calada, deve ser perpendicular ao eixo vertical quando a bolha está no centro.
Comprovação:
- Deve-se afrouxar o parafuso de fixação do movimento da alidade e girar até que o nível fique paralelo a dois parafusos calantes e com estes faz-se a bolha ocupar o centro. Gira-se de um ângulo reto e com o terceiro parafuso calante faz-se a bolha ocupar novamente o centro. Voltando à posição inicial, verifica-se se a bolha permanece calada. Repete-se essa operação até que nestas duas posições a bolha sempre fique calada. Em seguida dá-se um giro de 180º e verifica-se se a bolha deslocou ou não. Se a bolha se desloca do centro, indica que o nível requer correção.
A correção deve ser realizada distribuindo a metade do erro detectado nos parafusos calantes e a outra metade nos parafusos de retificação do nível.
1.2.2 Fio vertical do retículo
Este deve estar num plano perpendicular ao eixo horizontal.
Comprovação:
- A uma certa distância do instrumento, coloca-se um fio de prumo. Com o instrumento nivelado, colima-se o fio de prumo, e este deve coincidir com o fio vertical do retículo. Não ocorrendo a coincidência, é necessário fazer a correção.
- Pode-se também verificar a presença desse erro, selecionando-se um ponto que seja bem nítido e interceptando com a parte superior ou inferior do fio vertical. Em seguida rotaciona-se a luneta em torno do seu eixo e verifica-se se o fio vertical permanece sobre o ponto. Se não há alteração o fio vertical está correto, caso contrário deve-se corrigir.
A correção deve ser feita afrouxando-se os parafusos que prendem a placa onde estão gravados os retículos (total de 4 parafusos). Desprendida a placa, esta deve ser girada até que se consiga a coincidência.
1.2.3 A linha de colimação deve ser perpendicular ao eixo horizontal:
Comprovação:
- Com o instrumento nivelado aponta-se para uma estaca A colocada a 100 metros e fixa-se os movimentos do aparelho. Tomba-se a luneta e a uma distância de 100 metros coloca-se a estaca B. Afrouxando-se o parafuso de fixação do movimento da alidade gira-se o instrumento até colimar o ponto A. Colimado o ponto A (instrumento na posição invertida), soltando o parafuso de fixação da rotação da luneta, bascula-se até visualizar o ponto B. Se o ponto B não estiver colimado, coloca-se uma estaca C no ponto que está sendo colimado e mede-se a distância que separa estes dois pontos. Coloca-se uma outra estaca D à quarta parte desta distância que é o erro que se deve corrigir.
- Uma outra forma de verificar esse erro é, com o instrumento nivelado apontar para um sinal bem nítido e fazer a leitura azimutal na posição CE e, em seguida, fazer a leitura na posição CD e verificar se a diferença é de 180º. A diferença que existir, para 180º, é o dobro do erro de colimação. O ajuste deve ser realizado através dos parafusos de ajuste horizontal do retículo, afrouxando-se um e apertando o oposto. Repete-se essa operação até que esteja correto.
1.2.4 Erro de Inclinação
Comprovação:
- O instrumento deve ser instalado próximo de parede de edifício ou alguma outra construção para que o ângulo vertical formado seja maior que 45º. Visa-se um ponto bem nítido na parte superior e com a alidade fixa imprime-se um giro da luneta e visando a parte inferior marca-se um segundo ponto. Invertendo-se a posição da luneta visa-se o ponto da parte superior e com o movimento da alidade preso rotacionar a luneta até visar o ponto da parte inferior. A diferença porventura encontrada é o dobro do erro de inclinação. O ajuste, apenas nos instrumentos antigos, é feito através do parafuso de correção do eixo horizontal.
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1.2.5 Erro de Índice
Comprovação:
- Com o instrumento nivelado visar um ponto bem nítido, de preferência próximo a altura do horizonte, fazer leituras conjugadas e verificar se a soma das distâncias zenitais é igual a 360º (ZCE + ZCD = 360º ?). Se a soma não for 360º o instrumento apresenta erro de índice (Pz) que é a metade da diferença encontrada [((ZCE+ZCD)-360)/2].
O ajuste deve ser realizado, registrando-se no instrumento o valor da zenital correta e através dos parafusos de retificação deslocar os retículos no sentido vertical, sempre afrouxando um e apertando o oposto.
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