Trabalho de extensao

1. INTRODUÇÃO

O termo Hidráulica derivou-se da raiz grega Hidro, que tem o significado de água. Entende-se por Hidráulica todas as leis e comportamentos relativos à água ou outro fluido, ou seja, Hidráulica é o estudo das características e uso dos fluidos sob pressão.

Nem sempre foi fácil contar com o tipo de estrutura que conhecemos hoje, e o sistema hidráulico possuía em muitos lugares um sentido diferente do que nos é comum. No Egito, por exemplo, o sistema de distribuição por diques das águas do Nilo caracterizava o aspecto social, a distribuição de terras.

Em Roma havia 13 aquedutos que levava água dos montes vizinhos destinados ao uso público e somente o excesso era excedido a particulares. Os serviços públicos de higiene, como fontes, latrinas e termas existiam em abundância, compensando a ausência deste no meio privado.

Os primeiros estudos sobre a ciência hidráulica aconteceram na Renascença. Pesquisas que foram executadas por Leonardo da Vinci, Girolamo Cardano, Giovan Battista Benedetti, entre outros, contribuíram para formação dos fundamentos da hidráulica. (CORRADI, 2003)

De modo geral, era precário o estado sanitário das cidades brasileiras durante o período colonial e, mesmo, durante as primeiras décadas do Reino Unido e do Império: não havia drenagem das águas pluviais, nem dos esgotos.

No Brasil, foram os holandeses que executaram as primeiras obras hidráulicas que incluíam construções de diques, obras de drenagem, execução de canais e ancoradouros (AZEVEDO NETTO, 1886:39). A atuação dos portugueses nas obras hidráulicas deu-se através dos trabalhos desenvolvidos pelos engenheiros enviados para a Colônia.

A hidráulica é de grande importância para solucionar questões de saneamento básico, abastecimento público, drenagem, esgotamento sanitário dentre outros. Ela serve de instrumento para promover a melhoria na saúde e nas condições de vida de uma população, principalmente através do controle e prevenção de doenças, promoção de hábitos higiênicos, limpeza pública, etc.

O crescimento desordenado das grandes cidades juntamente com o processo de urbanização provocou no Brasil graves problemas urbanos, principalmente em função da ineficiência ou ausência do planejamento e da demanda não atendida pelo sistema de saneamento (SOARES, 2002).

Este trabalho tem como objetivo executar o conhecimento em Hidráulica pondo em pauta a hidráulica aplicada e os problemas encontrados no local, fazendo um presto descritivo da área em estudo.        

                                                        

1. METODOLOGIA

Utilizou-se uma metodologia descritiva coligado ao referencial bibliográfico referente a tema em estudo com uma abordagem qualitativa. Sem nem um tipo de manipulação pela pesquisadora quanto aos fenômenos encontrados.

1. DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

1. ILHA DE CARATATEUA – OUTEIRO

A área de estudo está localizada na Ilha de Caratateua - Outeiro. A ilha está distante cerca de 25 km do centro de Belém (porção norte do município de Belém) e ligada diretamente a Icoaraci (distrito de Belém). Possui cerca de 80. 000 habitantes, distribuídas em 4 bairros ( Água Boa, Brasília, Itaiteua e São João do Outeiro). A ilha é banhada por águas doces, turvas, de característica barrenta, provenientes da baía do Guajará. Caratateua é uma região balneária muito procurada, em especial devido a proximidade com a Capital, por pessoas que vão em busca de suas sete praias de água doce.

 Figura 1: Local do estudo[pic 1]

Fonte: IBGE, 2000 - modificado.

Figura 2: Praia do Amor, Outeiro.

[pic 2]

Fonte: Street View - Google Maps 2012.

As ilhas se situam, primeiro, em um plano de relações espaciais e territoriais que influenciam a organização das sociedades que vivem nelas, seus sistemas culturais, políticos, econômicos e ambientais e as trocas com outros espaços. Segundo, as ilhas se particularizam em virtude das características do sítio onde se localizam, seja pelo fator distância (absoluta, relativa ou relacional) ou pelos atributos da natureza, que é uma base na qual recursos são valorizados e cujos atributos e dinâmica influenciam o cotidiano ambiental das pessoas (clima, amenidades, azares geomorfológicos e impactos das mudanças físico-ambientais). As interações entre os atributos de ordem humana e física variam ao longo do tempo, o que constitui um objeto de estudo para a Geografia Histórica, de maneira muito próxima ao campo da História Ambiental (FERRO, 1979; SILVA, 1997).

3.2 BAIRRO ÁGUA BOA, OUTEIRO

O bairro da água boa é um dos mais populosos da ilha de Outeiro. Abastecida pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém (SAAEB), como os outros bairros da Ilha de Caratateua, ainda há locais em que não se tem acesso ao serviço de água encanada.

As ruas do bairro, por ser o local de acesso a ilha, são bastante movimentadas. Entretanto, apesar de ser uma das opções como balneário da capital paraense, a estrutura física das ruas não corresponde as expectativas dos banhistas, afinal, apenas é dado uma manutenção em períodos de férias escolares e somente nas avenidas principais. Além da falta de sinalização de trânsito em todo o território.

Ao chegarem a um dos balneários (tanto no bairro em estudo quanto nos demais), os banhistas sentem falta de uma estrutura mais organizada referente à alimentação, principalmente para aqueles que estão com crianças. Os bares, botecos e as casas de show próximos as praias, utilizam uma tubulação comum para depositar efluentes (água de lavagem de louça, banheiros, etc.) em igarapés, que recebem todo o conteúdo e é diretamente transposto na praia até chegar no rio causando sujeira e erosão dos barrancos. Não há fiscalização das entidades públicas responsáveis pela proteção ao meio ambiente.

Figura 3: Lançamento de água de esgoto diretamente em um dos igarapés da Ilha

[pic 3]

Fonte: MEAMA, 2011

A drenagem urbana tem sido desenvolvida dentro de premissas estruturais onde os impactos são transferidos de montante para jusante sem nenhum controle de suas fontes. No escoamento esse processo tem provocado aumento da freqüência dos alagamentos e entupimento dos condutos  por sedimentos e a degradação da qualidade da água.

 A Ilha conta com menos de 4% de uma estrutura sanitária simples.  A maioria, feita pelos próprios moradores, geralmente por não suportarem os transbordos e consequentemente alagamentos no período chuvoso, já que 73% das travessas, passagens e ruas não são asfaltadas. Foram construídos bueiros, calçadas e meio-fio nas proximidades da Orla, aonde costumam freqüentar famílias que buscam mais tranqüilidade, e nas proximidades da Escola Bosque, posto de saúde e delegacia. Em outras localidades, a construção foi feita pelos próprios moradores com o intuito de diminuição de alagamentos, já que a água suja invadia as ruas.