Trabalho de semiótica
Por: zurock • 21/8/2015 • Trabalho acadêmico • 596 Palavras (3 Páginas) • 265 Visualizações
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Faculdades ICESP/Promove de Brasília
Nome: Raiane Gonçalves Oliveira
Disciplina: Semiótica
Professor: Luiz Reis
Análise Semiótica do documentário “Baraka” (EUA, 1992)
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O documentário Baraka (1992) traz uma reflexão sobre o mundo e diversas situações da vivência da humanidade, desde as religiões, a construção da sociedade, a natureza, os animais, as raças, o trabalho, as doenças, as culturas, entre outras questões, de forma silenciosa, apenas com imagens e sons ambientes.
Através de filmagens produzidas em 24 países, o longa-metragem mostra as diversas formas de espiritualidade no mundo, como o budismo, o cristianismo, o islamismo e o judaísmo, de culturas, como as danças em tribos africanas e indígenas, e de comportamentos.
Ele apresenta, ainda, as mais variadas manifestações da natureza, com cenas da água, o ar e o fogo. Além disso, há comparações entre a rotina dos seres humanos e as suas invenções, sobre o quanto eles tornam a se parecer com as próprias máquinas, de sua própria criação.
Em outras cenas, o documentário mostra a miséria, a fome, com pessoas morando nas ruas e catando lixo. A destruição da natureza também é relatada na filmagem, que mostra o prejuízo de forma semelhante em todos os países.
Como um todo, o filme tenta transmitir a essência de todos os tipos de vida na Terra, com críticas ao modo como vivem os seres humanos e à forma como tratam com desrespeito as vidas com inteligência inferior a deles, como as plantas e os animais.
Fazendo uma análise semiótica acerca do documentário, muitas cenas trazem consigo signos que servem para ajudar na crítica do autor às questões levantadas no filme. Em uma das cenas que se passa no Brasil, por exemplo, na Mata Atlântica, uma serra elétrica corta uma árvore de grande altura. A serra, ao mesmo tempo que é um ícone, ao cortar a árvore, se torna um símbolo, que remete à ideia de destruição. Neste caso, a cena mostra a terceiridade.
Em outro momento, o filme critica a rotina dos japoneses, com toda a sua tecnologia, que torna mecanizada vida e sem emoções a vida dos orientais. Aliás, a crítica não é direcionada somente aos japoneses, mas também aos seres humanos de todo o mundo que se parecem com as suas invenções, as máquinas.
Na cena que mostra o processo de preparação de pintos em uma fábrica de ovos e, de forma sincronizada, vários cidadãos japoneses entrando em um metrô lotado, os animais têm o papel de ícones e, ao mesmo tempo, de símbolos, representando o quanto os seres humanos não são tão diferentes dos animais. Ainda, por outro lado, o metrô se torna um índice, uma vez que ele possui relação direta com o ser humano. Ele é um indício de que o ser humano esteve na Terra e o inventou.
Outra cena representa bem o afeto das pessoas uma para com a outra, mesmo com a miséria. Ao mesmo tempo em que cada um dos moradores de rua representam símbolos da pobreza, coletivamente, quando estão abraçados nas cenas, tornam-se também um símbolo de afeto em meio à pobreza.
Em mais uma parte do longa-metragem é possível perceber a crítica em relação à questão da inferioridade a que os seres humanos submetem os animais. Na cena em que seres humanos e animais dividem restos de alimentos no lixão, os bichos se tornam símbolos de um homem pobre, o mesmo que se sente superior às demais vidas no planeta.
Em suma, o documentário Baraka é, como classificam os críticos de cinema, um poema visual, que tenta fazer jus ao significado original da palavra, traduzida em “respirar a vida” ou, ainda, “essência da vida”, uma ótima de mundo e sobrevivência nele.
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