Uso de polinômios
Relatório de pesquisa: Uso de polinômios. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: tatolira • 13/8/2013 • Relatório de pesquisa • 6.508 Palavras (27 Páginas) • 482 Visualizações
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Capítulo 2
Funções
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Adaptado do artigo de
Catherine Herr Mulligan
Uso de polinômios
para surpreender
Introdução
Ao ensinar álgebra, tento apresentar a matéria
como relevante e útil, mas não creio que seja
necessário manter sempre as considerações de
“relevância” ligadas ao mundo real. A maioria
dos meus alunos continuará estudando
Matemática e tento ensinar-lhes que a álgebra é
um instrumento que se usa em Matemática
superior − uma linguagem comum e um meio de
comunicação. As aplicações ao mundo real são
importantes, mas também é bom que os alunos
vejam como se usa a álgebra para o bem da
Matemática.
A aritmética dos polinômios é uma boa área
para implementar essa filosofia. A manipulação
de expressões polinomiais é uma técnica
essencial; no entanto, como qualquer habilidade
que exige prática, pode tornar-se repetitiva e
monótona.
Uma coleção de alguns “fatos surpreendentes”
permite ao aluno “descobrir” e então demonstrar
esses fatos, usando a aritmética dos polinômios.
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Alguns dos fatos envolvem “truques” para cálculo mental rápido, que
podem ser explicados, usando uma representação polinomial simples.
Nesta época de calculadoras, esses fenômenos são introduzidos, não
porque são rápidos, mas porque funcionam; os alunos são desafiados a
provar por que funcionam!
Fato Surpreendente 1
Se dois números de dois algarismos têm iguais os
algarismos das dezenas, e se os algarismos das unidades
somam 10, pode-se calcular seu produto
instantaneamente.
Se os alunos me testam, com 77 × 73, por exemplo,
respondo instantaneamente 5621. Após mais um ou dois
exemplos, revelo meu “truque”: multiplica-se o algarismo das
dezenas, 7, pelo seu sucessor, 8, achando 56, cujos algarismos
serão, nessa ordem, os algarismos dos milhares e das centenas
da resposta. Acrescenta-se à direita de 56 o produto dos
algarismos das unidades, 7 × 3 ou 21, obtendo-se 5621.
Podemos aumentar a confiança no processo, aplicandoo
a vários outros casos, mas muitos exemplos não constituem
uma demonstração. Porém, se usarmos binômios para
representar os números a serem multiplicados, podemos dar
uma demonstração que independe dos exemplos escolhidos.
Represente por a o algarismo das dezenas dos dois números
considerados e por b o algarismo das unidades do primeiro número. Então
o algarismo das unidades do segundo número será 10 − b.
Logo, 10a + b é o primeiro número e 10a + (10 − b), o segundo
número. Seu produto é:
(10a + b) × (10a + 10 −b) = ...= 100a (a + l) + b (10 − b).
Fato Surpreedente 2
Se você somar 1 ao produto de quatro inteiros consecutivos, o
resultado sempre será um quadrado perfeito.
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Alguns exemplos levarão os alunos a suspeitar que essa afirmação é
sempre verdadeira. Poderemos anotar nossas observações no quadronegro
assim:
1 × 2 × 3 × 4 +1 = 25 = 52, 2 × 3 × 4 × 5 +1 = 121 = 112,
97 × 98 × 99 × 100 + l = 94109401 = 97012.
Para obter uma prova desse fato, vamos representar os inteiros
consecutivos por: n, n+ l, n+2 e n + 3.
Então
n(n + l )(n + 2)(n + 3) + l = n4 + 6n3 +11n2 + 6n + 1 (l)
Temos, agora, dois procedimentos possíveis.
Alguns alunos notarão que o quadrado perfeito, nos nossos exemplos
numéricos, é o quadrado de 1 mais o produto do primeiro pelo último
termo da seqüência (é também o quadrado de 1 menos o produto do
segundo pelo terceiro termo da seqüência). Poderemos observar, por
exemplo, que
4 × 5 × 6 × 7 + l = 841 = 292 = (l + 4 × 7)2.
Expressando em polinômios, escrevemos
[1+ n(n + 3)]2 = n4 + 6n3 + 11n2 + 6n +1. (2)
Isso, além de confirmar que (1) é um quadrado perfeito,
também nos diz de que número é o quadrado perfeito.
Outra maneira de proceder é trabalhar diretamente a partir
de (1) e conjecturar que seria
...