DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE: MÉTODOS DE STOKES E DO COPO FORD
Por: anninhabt • 6/5/2018 • Trabalho acadêmico • 3.703 Palavras (15 Páginas) • 738 Visualizações
[pic 1]
Faculdade de Engenharia Mecânica
Departamento de Energia
EM 847 - LABORATÓRIO DE CALOR E FLUIDOS
DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE:
MÉTODOS DE STOKES E DO COPO FORD
- INTRODUÇÃO
A viscosidade é uma das variáveis que caracteriza reologicamente uma substância. Num sentido amplo, entende-se por propriedade reológica aquela que especifica a deformação ou a taxa de deformação que uma substância apresenta quando sujeita a uma tensão.
Dependendo do comportamento reológico da substância pode-se classificá-la em puramente viscosa ou elástica. Esta classificação baseia-se em modelos lineares que relacionam a deformação à tensão aplicada no material. O modelo para líquidos deve-se a Sir Isaac Newton (1642-1727), Eq. (1a), e o modelo para sólidos a Robert Hooke (1635-1703) , Eq. (1b):
[pic 2] (1a)
[pic 3], (1b)
Na primeira equação, a constante de proporcionalidade μ é denominada de viscosidade dinâmica (unidade [Pa.s] ou [kg/s/m]). Na segunda, G é a constante de Lamé (G. Lamé 1852) (unidade [Pa]). Estes dois modelos expressam uma importante diferença existente entre um fluido e um sólido: o fluido, estando sujeito a uma tensão, se deforma continuamente; o sólido, não. Em outras palavras, forças aplicadas em fluidos causam o escoamento; forças aplicadas em sólidos causam deformações. Resulta daí a necessidade de se expressar a tensão atuante no líquido como proporcional à taxa temporal de deformação (comportamento viscoso); em um sólido ela é proporcional à deformação (comportamento elástico). A Fig. 1a ilustra um fluido se deformando contínuamente sob ação da tensão T. De forma análoga, a Fig. 1b mostra um sólido que exibe uma deformação fixa para cada tensão aplicada.
Os modelos se constituem quando a taxa de deformação ou a deformação são especificadas. Considere o retângulo ABCD (elemento infinesimal) com lados Δx e Δy, representado na Fig. 2. Ao ser submetido a uma tensão na face BC, o ponto B se desloca para B’ e o C para C’. A deformação, definida pelo ângulo γ, formado por BAB’, resulta do movimento relativo dos pontos B e B’ em relação ao ponto A, aqui tomado como referência.
Para Δx e Δy infinitesimais, a deformação, expressa em função dos segmentos, é:
[pic 4]. (2)
[pic 5]
[pic 6]
i) Aplicação Eq. (2) para Fluidos:
O segmento BB’ se deforma continuamente. Sendo u a velocidade do fluido em A e Δt o intervalo de tempo, então:
[pic 7], (3)
Substituindo-se a Eq. (3) na Eq.(2) obtém-se a taxa de deformação para o fluido:
[pic 8] (4)
ii) Aplicação Eq. (2) para Sólidos:
O segmento BB’ não se deforma continuamente. Se u é o deslocamento observado em A, o deslocamento do ponto B em relação ao ponto A é:
[pic 9], (5)
substituindo-se Eq. (5) na Eq.(2) obtém-se a deformação do sólido:
[pic 10] (6)
[pic 11]
Fig. 2 – Deformação do elemento ABCD → AB’C’D
A extensão destes modelos para um estado de tensão tri-dimensional é a equação constitutiva do material. Ela, de fato, é um modelo que relaciona deformação com tensão para sólidos Hookenos ou fluidos Newtonianos. Expressa em notação indicial, a equação constitutiva é dada por :
[pic 12], (7)
onde δij é o delta de Kronecker; Dij é o tensor das deformações definido na Eq. (8) (sólido ou fluido); u, v e w são vetores paralelos às direções x,y,z e representam velocidades ou deformações, dependendo se a matéria é um fluido ou um sólido. Finalmente, λ e μ são parâmetros que dependem da temperatura e expressam, tanto para fluidos como para sólidos, uma relação linear entre o tensor de deformações e o campo de tensão. Além disto, eles impõem um comportamento isotrópico no tensor das tensões, isto é: τij = τji .
[pic 13] (8)
Os parâmetros λ e μ são conhecidos por diferentes nomes quando a equação constitutiva é aplicada para líquido ou sólido, veja a tab. 1.
Tabela 1 – Nomes e unidades dos parâmetros μ e λ.
FLUIDOS NEWTONIANOS | ||||
μ | Primeiro coef. de viscosidade ou viscosidade dinâmica | Viscosidade dinâmica | Pa.s ou N.s/m2 | Experimental |
λ | Segundo coef. de viscosidade | Pa.s ou N.s/m2 | λ = (2/3)μ modelo | |
SÓLIDOS HOOKEANOS | ||||
μ | Coef. de Lamé, conhecido por G | [pic 14] E - módulo Young ν - coef. de Poisson | Pa ou N/m2 | Experimental |
λ | Coef. de Lamé | [pic 15] E - módulo Young ν - coef. de Poisson | Pa ou N/m2 | Experimental
ν ≅ (1/4) e λ = G |
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