Os Juros Compostos

99% dos brasileiros não conhecem o conceito de juros compostos e isso é preocupante.

(Anderson Pizzutti Bortojotto, 27 de março, 2017 16:04)

Recentemente a Folha de São Paulo publicou uma reportagem elaborada pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), que mostra o desconhecimento dos conceitos de juros compostos e suas aplicações pela maioria dos brasileiros.

Anderson Pizzutti Bortojotto, professor de física e matemática, já constatou várias vezes que tanto os alunos do ensino médio, como os de ensino superior e até de pós graduação não compreendem comos são realizados os conceitos de taxas de juros; e o que é muito pior, até alguns profissionais ligados à finanças não dominava os cálculos financeiros, levando as empresas a perderem lucratividade.

Uma fator clássico que demonstra esse total desconhecimento da educação financeira é o cartão de crédito, por mais que as taxa de juros no país sejam altíssimos, as pessoas continuam pagando o mínimo ou parcial de seu cartão. Isto devido às finanças comportamentais ou até mesmo o total desconhecimento dos juros compostos.

Os juros compostos ou juros sobre juros, podem ser comparados com a reprodução de uma bactéria. Como diz Einstein “juros compostos é a força mais poderosa do universo”.

Em 06/07/2016 saiu uma pesquisa que o Brasil é um dos piores países na qualidade de ensino matemático. Não adianta nada sermos bombardeados diariamente sobre como deve ser gasto ou investido o dinheiro se a maioria das pessoas não sabem nem calcular porcentagem. Isso é muito preocupante, pois a sociedade por inteiro sai perdendo.

Outro exemplo a respeito do desconhecimento desses conceitos são os empréstimos realizados pelos bancos, que de forma estratégica “maquinam” as taxas de juros. As instituições financeiras começaram a divulgar uma taxa de juros e a embutir uma série de custos no valor financiado.

Tudo isso faz com que as instituições financeiras, ao conhecer esse comportamento na sociedade, tem informações para administrar melhor o preço do crédito aumentando ou diminuindo suas margens, e assim manipulando o consumidor.

Para resumir, os três fatores decisivos para definir qual o tamanho das taxas de juros para os tomadores são:

Variedade de oferta de recursos (concorrência);

Baixo risco do banco em não receber os recursos de volta (baixa inadimplência);

Conhecimento sobre empréstimo (cálculos matemáticos) e sobre funcionamento do sistema financeiro (educação financeira).

Em nosso país, somado a nossa ignorância matemática, há também o sistema tributário que faz surgir determinados fatos difíceis de acreditar, como o IOF (imposto sobre operações financeiras) ser ainda maior do que os juros. Esse imposto depende da taxa de juros e do prazo em que a pessoa fizer a operação de empréstimo. Atualmente a taxa de IOF é de 1,10% sobre a operação.

Os empréstimos dos bancos no Brasil é um dos provérbios mais verídicos do que estar registrados na Bíblia: “O rico domina sobre o pobre, e o que