A Ética na Inteligência Artificial
Por: Jordanoliveira • 17/12/2021 • Artigo • 3.071 Palavras (13 Páginas) • 170 Visualizações
Ética na Inteligência Artificial
Jordan Silva Oliveira
Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
jordansvaoliveira@gmail.com
Abstract. Since the 1950s, Artificial Intelligence has shown itself to be an area with the potential to change our society, in the most diverse fields of knowledge and our day-to-day life, already being present in systems that we currently interact with, but we are not aware of. of how smart they are. However, great power also requires great responsibilities, demanding from scientists and developers the utmost rigor in the development of intelligent systems, so that ethics are always on the horizon. In this article, we briefly discuss the history of AI, briefly address the concept of ethics and review articles that deal with how ethics should be applied to Artificial Intelligence.
Resumo. Desde a década de 1950 a Inteligência Artificial vem se mostrando uma área com potencial para mudar a nossa sociedade, nos mais diversos campos do conhecimento e do nosso dia-a-dia, já sendo presente em sistemas que interagimos atualmente, mas não nos damos conta do quão inteligente são. Entretanto, um grande poder exige também grandes responsabilidades, demandando dos cientistas e desenvolvedores o máximo rigor no desenvolvimento dos sistemas inteligentes, de modo que a ética esteja sempre no horizonte. Neste artigo fazemos uma breve abordagem da história da IA, abordamos brevemente o conceito de ética e revisamos artigos que tratam de como a ética deve ser aplicada à Inteligência Artificial.
1. Introdução
A forma como homo sapiens percebe e interage com o mundo a sua volta através do seu poder de raciocínio e abstração, deu a nossa espécie larga vantagem na corrida evolutiva, nos permitindo o desenvolvimento cultural e científico que nos trouxe aos dias de hoje, nos permitindo inclusive visitar outros mundos que formam a nossa vizinhança ao redor do Sol.
Naturalmente a forma como pensamos também nos intriga e por isso, durante milhares de anos a humanidade vem tentando desvendar esse mistério, mais recentemente, buscando não só compreender como isso ocorre, mas também construir entidades inteligentes, que possam assim como nós, perceber o meio em que se encontram e atuar sobre ele.
Tendo seu início após a Segunda Guerra Mundial, a inteligência artificial é uma das ciências mais recentes, abrangendo uma grande variedade de outros campos, desde problemas mais gerais como classificação, aprendizado e percepção, mas tendo também uso mais direcionados como a demonstração de teoremas matemáticos, detecção de doenças, criação de poesias. A inteligência artificial sistematiza e automatiza tarefas intelectuais e, portanto, é potencialmente relevante para qualquer esfera da atividade intelectual humana. Nesse sentido, ela é um campo universal. (GOMES, 2010).
Quando falamos em construir entidades inteligentes, essas que estarão cada mais inseridas no dia-a-dia da nossa sociedade, auxiliando ou nos substituindo na tomada de decisões, traçando linhas de pesquisa, entre outras aplicações. Nos deparamos com uma série de questões éticas envolvidos na pesquisa e aplicação dessa tecnologia em nossa sociedade, parte dessas questões serão abordadas neste trabalho, através de uma revisão bibliográfica de artigos científicos que abordam o tema e evidenciam a sua importância e complexidade, passando antes por uma breve introdução aos conceitos de ética e inteligência artificial.
2. Ética
Ética é definida pelo dicionário Oxford Languages(2021) como: “Parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo esp. a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social.”
Sendo um conceito abordado desde sempre pela filosofia, passando por grandes nomes da área, entre eles estão Sócrates, Platão, Aristóteles e Kant e ainda tema de discussão na atualidade, desde sua abordagem profissional através de códigos de ética, até temas ligados à vida humana, animal e ambiental por meio da bioética, sendo presente em todas as atividades que se entrelaçam com o comportamento humano.
Não diferente das outras áreas, a discussão de como a ética deve ser aplicada ao desenvolvimento da inteligência artificial já é uma realidade, sendo inclusive tema do Ethics & Governance of Artificial Intelligence for Health (Ética e governança da Inteligência Artificial para a Saúde) publicado em 28 de Junho de 2021 pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
3. Inteligência Artificial
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial o conceito de uma Inteligência Artificial, ou entidade com a mesma capacidade de raciocínio que o ser humano habita o imaginário da nossa sociedade, sendo retratados por películas e livros que exploram as infinitas possibilidades de ter tais entidades convivendo conosco. Ao mesmo tempo a evolução da eletrônica e computação permitiram que avanços na área fossem obtidos.
Em 1950, o matemático Alan Turing desenvolveu o chamado Teste de Turing, teste esse que serviria como uma forma de avaliar se uma máquina poderia ou não ser considerada “inteligente” (BEZERRA e BARBOSA, 2020).
Bezerra e Barbosa (2020), ainda afirmam que apesar das críticas sofridas com relação ao suposto comportamento inteligente, este teste foi tido como uma experiência pioneira, abrindo novas discussões acerta da IA. Ainda em 1950, Turing publicou o artigo Computing Machinery and Intelligence (Maquinário de Computação e Inteligência), que pode ser considerado o texto fundador da Inteligência Artificial.
As décadas de 1950 e 1960, foram muito importantes em termos de avanços tecnológicos na área de inteligência artificial, em 1957 Frank Rosenblatt apresenta o Perceptron (algoritmos que se configurava em uma rede neural de uma cama, já sendo capaz de classificar resultados), em 1958 surge a linguagem de programação Lisp, sendo adotada na época como padrão em sistemas de inteligência artificial, em 1959 o termo machine learning é usado pela primeira vez, em 1964 Eliza é apresentada ao mundo, desenvolvida por Joseph Weizenbaum foi o primeiro chatbot da história, o qual podia imitar o comportamento de um psicanalista (BUCHANAN, 2005).
Limitações tecnológicas, econômicas e políticas postergaram o desenvolvimento da IA (Inteligência Artificial) até o final da década de 1980, e posteriormente com o disseminação da
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