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Onde inicia a guerra de informações?

Por:   •  22/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  741 Palavras (3 Páginas)  •  137 Visualizações

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Quando se fala em pós-verdade ou “Fake News”, o que vem à mente de imediato são notícias sensacionalistas ou histórias improváveis, mas com alguma atenção, nota-se que notícias falsas não são sempre facilmente detectáveis. Com o advento da internet, algumas barreiras se romperam como, por exemplo, a do tempo e distância, e são as conectividades e mídias digitais que permitem-nos compartilhar e disseminar notícias. O problema se revela quando as notícias não são verdadeiras e impactam o mundo real, além do digital.

Cada dia ficam mais claros os impactos das notícias falsas. Em 2016, a Pepsi sofreu com um boicote que iniciou após a circulação de uma pós-verdade que afirmava que a CEO da PepsiCo, Indra Nooyi, havia feito um pronunciamento com os dizeres “levem seus negócios para outros lugares” \cite{fakeTrump}. Esse pronunciamento supostamente havia sido direcionado aos eleitores de Donald Trump e muitos dos eleitores acreditaram e pararam de comprar os produtos da Pepsi. Segundo a pesquisa “A máquina de notícias falsas”, da empresa Trend Micro \cite{pesquisaTrendMicro}, isso custou à Pepsi uma queda de 35\% em um final de semana. A desvalorização foi minimizada após a empresa refutar a notícia.

Os danos que uma notícia falsa pode causar vão além do viés financeiro. Em 2014, a dona de casa Fabiane Maria de Jesus, foi assassinada a socos e chutes por moradores da região do Guarujá, interior de São Paulo \cite{fakeGuaruja}. O crime teve como motivação uma pós-verdade que “informava” aos moradores da região que a dona de casa era na verdade uma criminosa que sequestrava crianças e as usava para rituais de magia negra. Os moradores não tiveram sequer o trabalho de investigar e tomaram a notícia falsa como verdadeira, antes de agir do modo supracitado.

No meio de tantas notícias, como separá-las e saber a diferença entre o verdadeiro e o falso? O que é opinião, informação ou mesmo uma sátira? Alguns veículos de comunicação decidiram criar ferramentas que auxiliam o usuário a distinguir uma notícia falsa de uma verdadeira. Uma das ferramentas nacionais é o “Fake ou News?” \cite{canalFutura}, que é uma iniciativa da TV Cultura, Agência Lupa e a Google. O projeto visa ensinar as pessoas a checarem sozinhas o que é falso e o que é verdadeiro. O sítio ‘web’ do projeto contém vídeos, “memes” e textos de modo a tornar a abordagem lúdica.

Infelizmente, a maioria dos brasileiros acredita que a indicação de alguém próximo é, por exemplo, mais confiável do que uma reportagem \cite{bercofake}. Como alcançar essas pessoas e incentivá-las a reduzir a quantidade de compartilhamento impulsivo de notícias falsas? Dada a gravidade dos impactos que uma pós-verdade pode produzir, o deputado Luiz Carlos Hauly criou um projeto que visa penalizar àqueles que disseminarem pós-verdades, tornando-os cúmplices da notícia enganosa. O projeto tramita pela câmara dos deputados e ainda não foi aprovado \cite{projetoLei}.

A verdade é que é preciso preocupar-se em validar uma informação antes de repassá-la. A verificação das fontes evita disseminação de ódio, notícias caluniosas e até mesmo manipulação de opinião. Há de se ter responsabilidade ao compartilhar uma notícia, pois, ao compartilhá-las como se fossem verdadeiras nos tornamos coautores dessas pseudonotícias.

Referências

@misc{bercofake,

author = {Pedro Doria},

title = {O berço das ‘fake news’},

publisher = {O Estado de São Paulo},

year = {2018},

...

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