Web Services - Uma solução voltada ao serviço público

Uma solução de software orientada a serviços para o setor público

Bruno Monteiro, Antonio Pires,  Fabio Cezar Salame Silva

Instituto de Ensino Superior da Amazônia (IESAM)
Av. Gov. José Malcher, 1148 – 66055-200 – Belém – PA – Brasil

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Abstract. This paper presents a web services-based solution for human resources management in the Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará (ARCON). This solution includes the creation of a web service, through which a third-part application could query the service to access information regarding the missing work days of their employees.

Resumo. Este artigo mostra uma solução baseada em Web Services, para a gerência de recursos humanos na Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará (ARCON). Esta solução inclui  a criação de um web service, através do qual poderão ser consultados, junto a uma base dados, informações relativas as faltas dos servidores daquela Agência..

1. Introdução

Integração, essa sempre foi uma das palavras chaves na informática. A popularização da internet e a necessidade de integração entre os sistemas de diferentes aspectos; seja ele business-to-bussiness (B2B) ou bussines-to-consumer (B2C) forçou as empresas a buscarem soluções que pudessem atender à crescente demanda pela oferta de serviços (SHODJAI, 2006).

        A necessidade de integração e comunicação entre as plataformas em diversas linguagens tem promovido a ascensão do XML como padrão mundial para transmitir dados estruturados independente da linguagem de programação, software ou plataforma (SHODJAI, 2006).

        O fluxo cada vez maior de informações e a necessidade de manter essas informações organizadas e principalmente atualizadas fazem dos Web Services uma excelente ferramenta de integração, também, entre organizações, empresas, governos e outros.

        Este trabalho se propõe a mostrar o que é a arquitetura orientada a serviços e apresentar um estudo de caso que consiste numa solução baseada em web services. O estudo de caso foi conduzido na Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará (ARCON), e é uma solução que além de auxiliar na automatização de processos rotineiros, aproveita a infra-estrutura de hardware e software já existente

        O restante desse artigo está divido da seguinte forma: na seção 2 explicaremos o conceito de arquitetura orientada a serviços. A seção 3 mostra o que são os Web Services, a plataforma mais comum de arquitetura orientada a serviços. A seção 4 apresenta um estudo de caso e detalhes de sua implementação, mostrando resultados obtidos durante a execução do software. Finalmente, a seção 5 apresenta nossas conclusões.

2. Arquitetura Orientada a Serviços

Tanto a conceito de Arquitetura de Software, quanto a definição de serviços, na literatura acadêmica e não acadêmica, não é tão clara, porém podemos referenciar serviços como um componente de software baseado em um contrato (MACHADO, 2004).

        O termo SOA (Service-Oriented Architecture) é utilizando atualmente para definir aplicativos ou rotinas disponibilizados na forma de serviços, seja na internet, intranets ou extranets. Esses serviços abrangem uma infinidade de demandas, sejam consultas à catálogos de lojas virtuais, seja integração de dados entre prefeituras e governos estaduais. Sempre partindo do princípio da comunicação através de padrões abertos, permitindo assim a integração destes serviços a quaisquer outros softwares ou plataformas, independente de linguagem de programação (IBM, 2005).

        Segundo (ERL, 2004) os serviços baseados em SOA tem uma característica única que os diferencia de outros serviços, tornando-os mais autônomos, visto que um serviço baseado em SOA tem um domínio total sobre seu escopo delimitado por uma regra ou conjunto de regras de negócio.

        As três partes principais da arquitetura orientada a serviços, segundo (IBM, 2004) e (CAMPOS et al, 2005), são:

• Service Provider: Publica a descrição do serviço e provê a implementação do serviço.
• Service Consumer: é a aplicação, módulo de software ou até mesmo outro serviço, consumidor que executará o serviço conforme o contrato.
• Service Broker: oferece um registro do repositório de serviços, facilitando a pesquisa e descoberta dos serviços na internet, facilitando o service consumer.[pic 1]

Figura 1. Modelo da Arquitetura Orientada a Serviços (IBM, 2004)

3. Web Services

Nos últimos anos vários foram os esforços com o intuito de propor novas tecnologias integradoras, podemos citar o COM/DCOM, Java RMI e o CORBA. Porém apesar dos esforços essas tecnologias não foram bem sucedidas. Ou por serem totalmente proprietárias, ou por estarem presas a uma linguagem específica ou ainda por usarem protocolos muitos complexos (MACHADO, 2004).

        O surgimento da internet e principalmente sua popularização, deveu-se essencialmente aos seus padrões abertos e acessíveis a uma ampla diversidade de plataformas.

        O paradigma surgiu a partir do momento que os protocolos da internet, notadamente HTML e HTTP foram projetados para seus documentos fossem lidos por seres humanos não para a comunicação entra aplicações (MACHADO, 2004).

        Para solucionar esse paradigma, foi elaborado em junto com a W3C (World Wide Web Consortium) um protocolo aberto, textual e que pudesse utilizar a base do WWW, surgia assim o XML (Extensible Markup Language).

        Os XML Web Services são atualmente os mais utilizados, justamente pelas diversas possibilidades do XML, que diferente do HTML, permite a criação de um número ilimitado de tags.

        Os três protocolos utilizados pelos XML Web Services são:

• SOAP (Simple Object Access Protocol): fornece a semântica para a troca de dados. O SOAP é baseado em XML, portanto é leve portável e pode viajar via HTTP. (SHODJAI, 2006)
• WSDL (Web Services Definition Language): fornece a descrição do serviço web, bem como sua localização na web e instruções de como acessa-los (MACORATTI, 2005).
• UDDI (Universal Discovery Description Integration): fornece à um mecanismo para a localização do serviço pela aplicação-cliente.

Podemos definir que Web Services são componentes de softwares que se comunicam através de protocolos de internet, capazes de integrar-se diretamente à aplicações ou outros serviços, independente de sua linguagem de programação. Essa conexão, no entanto deve respeitar o as premissas fundamentais de ser feita com protocolos abertos e independentes de plataforma ou linguagem de programação.