A Atividade de Estágio de Química

Atividade 1

Aluno(a): Ana Carolina Bastos Carvalho

Professor: Célio da Silveira Júnior

O texto presente no livro “Aula de Química: discurso e conhecimento”, o vídeo “A importância das interações discursivas em sala de aula” e a charge tem em comum a abordagem do discurso e do diálogo em sala de aula. O texto discute principalmente a perspectiva histórico-cultural e sua importância na escola, apresentando as ideias de Vigotsky relacionadas à relação pensamento – linguagem e como o estabelecimento de conceitos está diretamente ligado ao processo de interação dos indivíduos e da prática social dialógica. Nele é exposta a ideia do papel mediador utilizando o exemplo da ação de bebês apontarem e os adultos compreenderem o que eles querem. Outro exemplo de papel mediador é o do professor em sala de aula; e esse tema, em minha opinião, é o principal tema abordado no vídeo. Durante o vídeo professores falam sobre como é importante é essa mediação e orientação dos alunos para que eles possam construir seu conhecimento. Outra relação que pode ser estabelecida entre o texto e o vídeo é a caracterização das interações e as diversas maneiras que elas podem se estabelecer. Não necessariamente sendo preciso uma via verbal para que ocorra, já que quando ouvimos outra pessoa e estamos no processo de compreensão formulamos mentalmente nossas próprias palavras-resposta. O capitulo do livro levanta também uma discussão sobre a Teoria de Enunciação, desenvolvida por Bakhtin, onde se considera além das interações as condições de quem as estabelece e as situações em que elas ocorrem. O que atribui diferentes resultados para elas levando em conta os participantes e suas experiências próprias. A enunciação é, portanto um importante fator nas interações e deve ser analisada não somente na perspectiva de quem as faz, mas também na perspectiva dos interlocutores. Voltando ao conteúdo do vídeo, é possível destacar uma ferramenta fundamental para o estabelecimento das interações no ambiente escolar que são as perguntas feitas pelos professores. Os participantes do vídeo discursam sobre essa ferramenta, citam exemplos e fazem questão de ressaltar que não são todas as perguntas que funcionam para esse propósito. O professor não deve fazer perguntas que só tenham uma resposta possível ou perguntas do tipo “complete”. E sim aquelas perguntas que os alunos tenham os elementos necessários para responder e que sirvam para os ajudar na organização do conhecimento. Ao assistir esse vídeo me recordei de um vídeo que assisti no semestre passado, o “Aprender Ciências” produzido pelo professor Eduardo Mortimer. Ele tem como tema a apresentação didática da Abordagem Comunicativa e a caracterização dos tipos de abordagens que podem acontecer em sala de aula. Nele o professor Eduardo começa a apresentação reconhecendo que uma das maiores dificuldades que os alunos encontram ao estudar ciências é o fato de que o vocabulário deles é distante do vocabulário cientifico. O que pode ser relacionado à charge apresentada, porque nela percebemos claramente que o signo e a linguagem utilizados pelo professor não são compreendidos pelo aluno e dessa forma o diálogo não se estabelece. Tendo em vista essas dificuldades o professor deve buscar formas de incentivar os alunos a buscarem conexões com o que está sendo dito. O processo de ensino para ser eficaz deve então possibilitar que esse diálogo possa se fazer ouvir nas interações em sala. Deve também possibilitar a existência de comparações entre os diferentes diálogos, o do professor com o do aluno, dos alunos uns com os outros e dos alunos com o livro. É importante entender que se o professor só ouvir o aluno e o corrigir ou não dar importância ao que ele diz o diálogo não se estabelece, porque dessa maneira a forma como o aluno pensa não é contemplada.

...