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Contribuições da Química inorgânica para a Química Medicinal.

Por:   •  25/8/2016  •  Resenha  •  1.401 Palavras (6 Páginas)  •  1.423 Visualizações

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Obra original:

Beraldo, Heloisa. ARTIGO CIENTÍFICO: Contribuições da Química inorgânica para a Química Medicinal. Cadernos Temáticos de Química Nova na escola, n°6, p.4-6, Julho, 2005.

Disponível em: < http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/06/a03.pdf >

Acesso em 5 de Junho de 2010.

               Heloísa Beraldo, doutora pela Université Paris VI, é docente titular do Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais, e autora do artigo científico que aborda as contribuições da química inorgânica para a Química Medicinal.

   Escrito em quatro tópicos, os autores apresentam o artigo dividido de acordo com o desenvolvimento da química inorgânica para a química medicinal bem como a importância da descoberta sobre as propriedades antitumorais apresentadas pelo complexo “cisplatina” e aplicações da química inorgânica em medicina. Pode-se perceber que a autora se preocupou em enfatizar que assim como a Química Orgânica tem inúmeras contribuições para a Medicina dentre elas a descoberta de princípios ativos, planejamento e síntese de fármacos, a Química Inorgânica também tem fundamental papel para a medicina, tanto na clínica quanto na pesquisa e no desenvolvimento de novos medicamentos.

  Neste, o leitor adquire rápida apreensão do conteúdo, por estar escrito de forma simples e ser de fácil acesso, além da presença do caráter objetivo com que favorece o conhecimento das áreas como e química inorgânica e química medicinal. O artigo mostra também algumas possibilidades da participação da Química Inorgânica na química medicinal, seja através de exemplos de compostos inorgânicos em uso clínico, compostos sob investigação, ou compostos orgânicos com mecanismo de ação que também envolve a interação com um metal assim como os compostos inorgânicos.  

  A obra tem como objetivo destacar a grande importância da Química Inorgânica tanto em Medicina quanto em pesquisas relacionadas à Química Medicinal (Beraldo, 2005, p.6). O artigo inicia-se pela introdução, abordando a descoberta das propriedades antitumorais do complexo “cisplatina”,  aplicação da química inorgânica em medicina, desenvolvimento da área de química inorgânica  medicinal , conclusão do assunto e referências bibliográficas, contabilizando um total de três páginas.

  Sendo abordado de forma didática, a autora relata sobre o papel importante com que os metais estão presentes no sistema vivo, sendo incorporado às funções essenciais à vida, evidenciando que uso destes em medicina vem sendo praticado há aproximadamente cinco mil anos desde os egípcios e o somente nos últimos cem anos as propriedades medicinais de compostos inorgânicos começaram a ser investigadas, a partir do emprego de compostos de ouro no tratamento da tuberculose, dos antimoniais para o tratamento de leishmaniose e de compostos à base de arsênio para o tratamento da sífilis.

   A Química Inorgânica Medicinal originou-se nos trabalhos de Paul Ehrlich, fundador da quimioterapia, e Alfred Werner, pai da química de coordenação, cientistas que ganharam prêmio Nobel em 1908 e 1913, respectivamente. Inicialmente dedicava-se principalmente ao estudo de compostos orgânicos e produtos naturais. Em 1965, Barnett Rosemberg descobriu das propriedades antitumorais do cis[(diaminodicloro)platina(II)], cis- [Pt(NH3)2Cl2], o chamado “cisplatina”. Após essa descoberta abriu-se uma nova visão, houve surgimento de vários trabalhos dedicados a investigar o mecanismo de ação do complexo “cisplatina” no organismo, contribuindo para talvez o maior sucesso da Química Inorgânica Medicinal, pois a partir do uso clínico do composto, em 1978, o número de mortes de homens por tumor de testículo diminuiu cerca de 80% (Beraldo, 2005, p.5). Havia então o interesse sobre a inclusão de complexos metálicos como possíveis agentes terapêuticos, aumentando assim as aplicações da Química Inorgânica em Medicina, que continua a crescer graças à busca por novos compostos que contribuam para avançar os conhecimentos de participação da Química de Coordenação na Química Medicinal

                 A partir daí, a autora subdivide as aplicações da Química Inorgânica em Medicina em duas categorias: compostos orgânicos, cuja ação ocorre através da coordenação a metais livres ou ligados a proteínas dentro do organismo, e a das drogas ou compostos usados em diagnósticos, contendo metais, como exemplo, ela destaca os antitumorais de platina, os antimoniais usados contra leishmania, antiartríticos contendo ouro ou compostos metálicos usados em diagnóstico para detecção e imagem. Uma aplicação dos compostos orgânicos está no fato desses compostos serem usados como agentes quelantes para o tratamento de excesso de íons metálicos, por exemplo, intoxicação por chumbo, defeitos metabólicos que acarretam  excesso de metais endógenos, como na doença de Wilson (excesso de cobre) ou na talassemia (excesso de ferro). O tratamento é feito pela administração de agentes quelantes orgânicos, os quais devem cumprir requisitos adequados de especificidade, farmacocinética e metabolismo.

    As Metaloproteínas podem coordenar-se aos metais no sítio ativo, inibindo a ação enzimática. Uma estratégia usada no desenho de novos fármacos é o desenvolvimento de análogos do substrato, que se ligam competitivamente ao metal no sítio ativo, um exemplo dessa aplicação ocorre  no desenho de drogas para o tratamento da AIDS e do câncer, em que se procura inibir sítios de metaloproteínas contendo zinco. Outro exemplo citado pela autora é o uso de drogas como agentes anti-hipertensivos, cuja ação das mesmas ocorre coordenando-se ao zinco presente na estrutura da enzima conversora da angiotensina (ECA), envolvida na regulação da pressão arterial. A coordenação aos cátions metálicos pode alterar o perfil fisiológico das drogas, a esse respeito um exemplo é a lipofilia que se modifica pela combinação metal-droga. A coordenação pode acarretar  uma significativa redução da resistência celular, pois os mecanismos de resistência que reconhecem um composto orgânico podem não reconhecê- lo quando complexado a um cátion metálico. Dessa forma, a autora cita exemplos interessantes de interações metal-droga, como a captação celular de complexos de cobre de tiossemicarbazonas (Beraldo, 2005, p.6).

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