Dos Pergaminhos do Mar Morto até o Sudário de Turim

Dos Pergaminhos do Mar Morto até o Sudário de Turim

Johnny Ferraz Dias ¹

                

Guilherme Jorge Toledo - 244526

Outubro/2015

Instituto de Física – UFRGS

Licenciatura em Física

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo relatar sobre o método científico de datação de antigos objetos históricos encontrados, como os pergaminhos do Mar Morto e o Sudário de Turim, explicando também a sua importância para a religião. Fundamentado em uma palestra do professor Johnny Ferraz Dias o qual não cita apenas o método de datação baseado no contexto histórico e religioso, mas também o método científico para a datação destes objetos.

ABSTRACT

The present study aims to report about the scientific method of dating ancient historical objects found, such as the Dead Sea Scrolls and the Shroud of Turin, also explaining its importance to religion. Based on a lecture by Professor Johnny Ferraz Dias which cites not only the dating method based on the historical and religious context, but also the scientific method for dating of these objects.

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¹ Professor do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

1. INTRODUÇÃO 

Este trabalho é baseado na palestra do Professor Johnny Ferraz Dias do Instituto de Física da UFRGS o qual cita os meios de datação de objetos, exemplificando dois meios, um baseado no contexto histórico e religioso, e outro com base científica de uma análise de amostras coletadas do objeto em questão para uma comprovação física da antiguidade deste objeto.

Primeiramente, o Professor cita o manuscrito mais antigo já escrito e devidamente datado, os pergaminhos do Mar Morto no Qumran em Israel, o qual se for analisado a sua literatura e o contexto histórico, é delimitado do Século III A.E.C ao Século I E.C; outro objeto citado é o Manto de Turim, que segundo a história é o manto que foi envolto o corpo de Jesus Cristo depois de morto na cruz, sendo marcado pelo seu contexto histórico no Século I E.C. Porém, estas datações não contem nenhum estudo científico para a sua comprovação.

Posteriormente, é citado sobre o processo de datação que utiliza o Carbono 14, no qual este carbono é um elemento instável na natureza com balanço de energia incorreto; mudando em função do tempo, se transformando em nitrogênio 14. Para ser feita a datação, é necessário saber que um corpo possui o Carbono 12 que é estável e não muda em função do tempo; e que também possuí o Carbono 14, que pode ser verificado em quantidades no corpo. Com o passar do tempo este corpo passa a perder Carbono 14 e mantém a quantidade de Carbono 12, esta relação é o que vai definir a datação do corpo baseado no tempo de meia vida do Carbono 14.

1. DESCRIÇÃO DO DEBATE

Para explicar o meio científico de datação, o professor cita dois objetos antigos de importância religiosa. O primeiro os pergaminhos do Mar Morto que são considerados os manuscritos mais antigos encontrados devidamente comprovados, os quais foram encontrados dentro de potes em ruínas no Qumran em Israel; constando uma literatura de cunho religioso da bíblia dos Judeus escrito de forma mais antiga, fato que ressalta sua importância no posto de vista histórico e pelo seu contexto Religioso é datado como do Sec III A.E.C variando até o Sec I E.C. O outro objeto citado é o Manto de Turim, que acredita-se ser o manto que cobriu o corpo de Jesus Cristo após sua morte na Cruz; que durante séculos foi passado de mão em mão sem ter nenhum dado preciso que comprovasse sua localidade até o ano de 1353, onde passou a ser bem documentado na França. Em 1898 um advogado fotógrafo amador, foi autorizado a tirar uma foto do Manto de Turim, conseguindo analisar no papel a parte positiva da foto e após analisar a parte negativa da foto percebeu que a mesma continha muito mais informação. Havendo a possibilidade de detalhar a imagem da face de Jesus Cristo; com isso vários cientistas tiveram acesso restrito ao Manto para pesquisas, analisando o material e as imagens, com base nas pesquisas e nos contexto religiosos, constatou-se como do Século I E.C.

A ciência passou a contribuir na determinação das idades de objetos com as pesquisas do químico Willard Libby que desenvolveu o método de datação por radiocarbono, conhecido também por Carbono 14. Para entender este método é necessário saber que o Carbono 12 e o Carbono 14 são elementos presentes nos corpos; sendo que o Carbono 12 é um elemento estável e o Carbono 14 um elemento instável. Sabendo-se que um elemento estável na natureza não muda em função do tempo e um elemento instável muda em função do tempo devido ao seu balanço energético.

O Carbono 14 é formado a partir da colisão de raios cósmicos com átomos de nitrogênio que resultam na liberação de um próton do nitrogênio 14 e no decaimento do elemento para o Carbono 14, que possui seu núcleo excitado com excesso de energia e tem a intenção de jogar essa energia fora emitindo radiação; decaindo novamente para o Nitrogênio 14. Este decaimento é analisado paralelamente com a relação de meia vida do Carbono 14, que consiste no tempo necessário para o decaimento de metade da massa de um isótopo em processo radioativo, sendo neste caso o tempo necessário para o decaimento de metade da massa de Carbono 14 para Nitrogênio 14 é de 5700 anos. Nos seres vivos, encontra-se o mesmo numero de Carbono 12 e Carbono 14, porém assim que o organismo morre a relação entre Carbono 12 e Carbono 14 muda, já que o Carbono 14 começa a decair para Nitrogênio 14; não sendo reposto e o Carbono 12 permanece constante, está relação juntamente com a quantidade dos anos de meia vida do Carbono 14 determina a idade do objeto analisado.