Efluentes Gerados por Cortumes

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Efluentes Gerados Por Curtumes

        

Bruno Galliassi

Débora Andrade

Fernanda Santos

Franciele Machado

Gabriela Fidêncio

Miadaira Carminatti

Robson Leal

Thainá Rocha

Prof. Odair D’Alagnol

Panambi, 2015

Sumário[pic 4]

1 ETAPAS QUE GERAM RESÍDUOS        

2 CARACTERÍSTICAS DOS EFLUENTES        

3 GERAÇÃO DE RESÍDUOS        

4 ASPECTOS DOS CURTUMES E IMPACTOS AMBIENTAIS        

4.1 Impactos Ambientais        

5 TÉCNICAS PARA TRATAMENTO DE EFLUENTES        

6 O PROBLEMA DOS ODORES CAUSADOS PELOS EFLUENTES        

7 TÉCNICAS DE COLETA E AMOSTRAGEM        

7.1 Tipos de amostras        

7.2 Etapas de amostragem        

7.3 Pontos de amostragem        

7.4 Organização da coleta de amostras        

7.5 Escolha dos frascos para a coleta        

7.6 Procedimento de coleta        

7.7 Equipamentos para a amostragem        

8. AMOSTAGEM        

1 ETAPAS QUE GERAM RESÍDUOS

Etapas que geram resíduo

A formação de resíduos sólidos e líquidos está ligada a diversas etapas de processamento de couro.

Tendo em vista as etapas de processamento do couro, desde as peles frescas até o couro processado, nas operações de ribeira, curtimento e acabamento molhado, temos que 54% da etapas de produção geram resíduos líquidos, 12,5% geram resíduos sólidos, 8,3% geram resíduos líquidos e sólidos, 4,16% geram resíduos gasosos e líquidos e 8,3% geram resíduos sólidos, líquidos e gasosos.

Já o processamento de couro nas operações de pré-acabamento e acabamento final, temos que 14,28% das etapas de produção geram resíduos líquidos, 14,28% geram resíduos gasosos, 21,42% geram resíduos sólidos, e 50% das etapas de produção não geram resíduos nenhum.

2 CARACTERÍSTICAS DOS EFLUENTES

Cada tipo de efluente possui características diferentes e, sendo assim, os curtumes apresentam características bem especificas relacionadas as etapas envolvidas no processo de produção do couro. Essas características podem variar de um curtume para o outro, dependendo do tipo de processamento que será usado na obtenção do couro e da quantidade de água utilizada no processo.

        Durante o processamento do couro nos curtumes, são responsáveis por 65% dos detritos as etapas de remolho, lavagem, piquelagem, caleação e purga, além das etapas de curtimento, acabamento e lavagem final, que correspondem a 35% dos despejos. Dessas etapas, o acabamento e a lavagem final são responsáveis por 60% da DBO presente no efluente e o remolho, a lavagem, a piquelagem, a caleação e a purga são responsáveis pelos outros 40% da DBO presente nos efluentes.

        As principais características dos detritos provenientes desses curtumes são:

• Cromo potencialmente toxico;
• Elevado pH;
• Alta DBO;
• Alta DBO contendo sangue soro, subprodutos de decomposição de proteínas;
• Cal e sulfetos livres;
• Alto teor de sólidos em suspensão, como pelos, graxas e fibras;
• Alta salinidade;
• Coloração leitosa causada pela cal e azul/verde causada pelos corantes.

As operações de ribeira geram efluentes líquidos fortemente alcalinos e esbranquiçados, contendo sebo, pelos, tecidos musculares, gordura e sangue, além de sais, proteínas e aminoácidos, tensoativos, aminas e, eventualmente, conservantes e inseticidas/biocidas. A obtenção de sebo, gordura ou graxa das carcaças gera um volume pequeno de efluentes, mas que contem altas concentrações de sólidos em suspensão, proteínas e pH ácido.

As operações de píquel e curtimento geram efluentes líquidos contendo cloreto de sódio, ácidos minerais – sulfúrico e clorídrico – e orgânicos – lático e fórmico –, cromo e/ou taninos, proteínas e, ocasionalmente, fungicidas, com aparência turva e coloração verde escura quando o curtimento se dá pelo cromo e castanha quando o curtimento se dá por taninos, com pH ácido e altas concentrações de DQO e DBO.

As operações de acabamento molhado ou pós-curtimento geram efluentes líquidos com certo teor de cromo, sais e colorações diversas e temperaturas elevadas.

As outras operações que não apresentam efluentes líquidos ou, se apresentam, são insignificantes.

3 GERAÇÃO DE RESÍDUOS

Para a transformação da pele em couro, o uso de água é indispensável, assim como outros produtos químicos.

4 ASPECTOS DOS CURTUMES E IMPACTOS AMBIENTAIS

Água: A água é de extrema importância nos processos gerais de curtumes, o volume de água a ser usado pode variar de acordo com a Tabela 1:

Etapas do processo	Consumo de água (m³/ t pele salgada)
Ribeira(até purga)	7-25
Curtimento	1-3
Pós Curtimento ou Acabamento molhado	4-8
Acabamento	0-1
TOTAL	12-37

Tabela 1- Consumo de água em curtumes. (FONTE: “IUE” – Comissão de Meio Ambiente e de Resíduos da União Internacional das Sociedades dos Químicos e Técnicos/Tecnólogos do Couro (“IULTCS”), 2.002 [24]