Indústria de Desinfetantes
Por: andresa.bispo • 23/11/2018 • Monografia • 20.280 Palavras (82 Páginas) • 204 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
Na Antiguidade egípcia as especiarias, gomas e óleos essenciais eram usados como anti-sépticos e desinfetantes para preservação das múmias.
A preocupação em desenvolver técnicas para acabar com microrganismos que ocasionariam males a saúde humana, iniciou-se no século XVIII. Muitos pesquisadores se dedicaram ao controle e ao extermínio desses seres vivos, através das substâncias químicas.
As propriedades anti-sépticas do iodo e do cloro foram descobertas antes do século XX. Em 1847 Semmeleweis introduziu a cal clorada. A base fundamento da pesquisa de anti-sépticos iniciou-se com Pasteur, Koch e outros cientistas os quais comprovaram a patogenicidade dos microrganismos.
O gás cloro é um energético agente bactericida, destruindo também esporos, vírus e protozoários. Foi utilizado na Primeira Grande Guerra Mundial como um dos agentes sufocantes. Exerce irritação local tão intensa, que hoje ele só é aplicado como desinfetante. O hipoclorito de sódio já foi utilizado em feridas infectadas e em tecidos necróticos. Muito irritante, hoje ele é empregado como desinfetante.
O fenol foi descoberto em 1867 e a princípio ele foi utilizado como anti-séptico, porém foi abandonado devido ao seu grande poder de irritação e intoxicação, hoje ele só é utilizado para a desinfecção de materiais. Em 1867, Lister comprovou que o fenol tinha poder germicida, o que avançou nas pesquisas sobre outros fenóis e os seus derivados na prática médica.
Os compostos mercuriais foram descobertos por Smith em 1869, e Koch em 1881. Geppert aprimorou seu conhecimento e viu que esses compostos não eram bactericidas e sim bacteriostáticos, ou seja, inibem o crescimento das bactérias. A partir daí os estudos de mercúrios orgânicos e inorgânicos não cessaram buscando novas e melhoras dos agentes anti-sépticos.
A uréia já era conhecida em1906 e foi melhorada em 1957, pois tinha baixa ação bacteriostática, resultando em carbonilidas halogenadas que são usadas em sabões e desodorantes. Os corantes também foram descobertos por pesquisadores, que em testes viram poderes anti-sépticos sobre os microrganismos.
Com essas pesquisas, hoje se tem uma variedade de anti-sépticos e desinfetantes: bactericidas, fungicidas, bacteriostáticos e protozoroostáticos, etc.
A ação de um anti-séptico é degradar ou inibir a proliferação de microrganismos presentes na superfície da pele e mucosas. Sendo que os microbicidas matam os micróbios e os microbiostáticos detém o crescimento desses. O mesmo conceito é utilizado para definir os desinfetantes, salvo uma diferença básica e fundamental, os desinfetantes são utilizados apenas em objetos inanimados.
Os desinfetantes e anti-sépticos possuem objetivos semelhantes, tanto que alguns
podem ser usados tanto como desinfetantes quanto anti-sépticos, o que determinará seu uso será o grau de irritação e toxidade para seres vivos.
Para o uso humano um eficiente anti-séptico deve ter menos efeito irritante ou tóxico, pois eles são administrados em via local. Esses compostos são encontrados em pomadas, colírios ou em medicamentos de uso interno fixando-se em um determinado órgão. Os mais utilizados são: iodopovidona (Figura 1) álcool, mercurocromo (Figura 2), ácido bórico, água oxigenada, iodo, sal, e cloro.
[pic 1]
Figura 1 – Anti-séptico iodopovidona
Fonte: farmadelivery.com, 2008.
[pic 2]
Figura 2 – Anti-séptico mercurocromo
Fonte: pt.wikipedia.org, 2008.
O iodo livre e seus derivados são de fundamental importância em anti-séptico, pois possui agentes microbicidas, que é o iodo livre, presente na preparação ou em contato com tecidos.
Tanto a tintura de iodo quanto a iodopovidona são utilizados em hospitais para a limpeza e desinfecção da pele, no preparatório e no tratamento de infecções. A iodopovidona é um dos anti-sépticos mais usados em humanos, ela é formada por um complexo químico solúvel em água e iodo com polivinilpirrolidona (PVP), com 9% a 12% de iodo ativo. O uso de iodopovidona é mais indicado do que a tintura de iodo, porque após sua aplicação, o local pode ser lavado para retirar a mancha, já a tintura de iodo deve permanecer no local muito mais tempo.
Os desinfetantes mais utilizados são: álcool, fenóis, quaternários de amônio, cloro, hipoclorito de sódio e formaldeído.
O álcool etílico pode ser utilizado tanto como anti-séptico como desinfetante. Na proporção de 70%, em peso, ele é mais ativo que na forma de álcool absoluto, pois a diluição facilita a sua penetração em microorganismos, porém é pouco eficaz.
O formaldeído ou aldeído fórmico é um germicida eficientemente utilizado em utensílios diversos, de excreta e de recintos fechados para a desinfecção. Uma série de produtos contém a mistura desse composto, pois ele é muito tóxico.
Muitos detergentes antimicrobianos pertencem ao grupo dos tensoativos catiônicos, entre quais, os quaternários de amônio. Estes são bons agentes de limpeza e apresentam ação como desinfetante que se dá pela inativação das enzimas produtoras de energia, desnaturando as proteínas essenciais das células e rompendo a membrana celular dos microorganismos. Os quaternários têm propriedades anti-sépticas, desinfetantes e sanificantes, e apresentam baixa toxicidade, alta solubilidade em água, alta estabilidade em solução, e não são corrosivos. São utilizados como ativos de produtos para aplicação em assoalhos, paredes de hospitais, enfermarias, estabelecimentos públicos e em equipamentos da indústria alimentícia.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Histórico dos produtores de desinfetantes no Brasil
2.1.1 Bombril
A Bombril se destaca por participar em 70% do mercado de lã de aço e é uma das mais tradicionais empresas de produtos de limpeza doméstica. Atua em amaciantes de roupa, detergentes, desinfetantes, limpadores e abrasivos.
Em 1948, foi fundada a Abrasivos Bombril Ltda., em São Paulo. A fama de 1001 utilidades da lã de aço surge nessa época devido ao produto lançado nos EUA, que era utilizado para polir panelas, limpar vidros, louças, azulejos e ferragens.
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