Métodos de coleta de dados: Observação, entrevista e análise documental
Por: Karla Terra • 27/6/2017 • Resenha • 497 Palavras (2 Páginas) • 1.787 Visualizações
Universidade Federal de Pelotas – UFPel Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de Alimentos – CCQFA Curso de Licenciatura em Química Nome: Karla dos Santos Terra Metodologia da pesquisa em Educação Química Síntese do capítulo 3 – Métodos de coleta de dados: Observação, entrevista e análise documental |
É um fato bastante conhecido que nossos cérebros são seletivos, que ao presenciar uma situação duas pessoas “veem” duas coisas diferentes, pois o que nosso cérebro capta depende muito da nossa bagagem cultural. Sendo assim, nossas observações da vivência diária são muito influenciadas pela nossa história pessoal. Como então confiar na observação como um método científico?
Para que se torne um instrumento válido e fidedigno (digno de crédito) de investigação cientifica, a observação precisa ser antes de tudo controlada e sistemática. Isto implica a existência de um planejamento cuidadoso do trabalho e uma preparação rigorosa do observador. Planejar a observação significa determinar “o que” e “como” observar, inicialmente delimitando o objeto de estudo, definir claramente o foco da investigação e seu espaço de tempo. É preciso decidir a participação do observador, a duração das observações entre outros aspectos.
O observador precisar estar preparado e treinado para então realizar as observações é preciso preparo material, físico, intelectual e psicológico. É preciso aprender a fazer registros descritivos, saber separar os detalhes relevantes dos triviais, aprender a fazer anotações organizadas e utilizar métodos rigorosos para validar suas observações.
Segundo Lükde e André (p. 26, 1986), “o observador pode recorrer aos conhecimentos e experiências pessoais como auxiliares no processo de compreensão e interpretação do fenômeno estudado”.
O observador inicia sua coleta de dados buscando sempre manter uma expectativa de resultados, sem se desviar do seu objetivo e seus focos de interesse (LÜKDE e ANDRÉ, 1986). Durante as observações, é importante que haja anotações, mas não apenas com caráter descritivo, mas que tenham também reflexões referentes às cenas presenciadas. Nos registros deve haver reconstrução dos diálogos, descrição dos sujeitos, dos locais, de eventos especiais e das atividades, e o comportamento do observador Na parte reflexiva, reflexões analíticas, metodológicas, dilemas éticos e de conflitos, mudanças nas perspectivas do observador e esclarecimentos necessários.
As anotações devem ser feitas próximas aos eventos observados, para que não haja esquecimento dos fatos nem provoque dúvidas nos participantes sobre o verdadeiro papel do observador. Os registros devem conter data, hora, local e o período de duração.
É possível que, ao fazer essas leituras sucessivas, o pesquisador utilize alguma forma de codificação, isto é, uma classificação dos dados de acordo com as categorias teóricas iniciais ou segundo conceitos emergentes. Nesta tarefa ele pode usar números, letras ou outras formas de anotações que permitam reunir, numa outra etapa, componentes similares.
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