Os Complexos de Bismuto Como Agentes Terapêuticos
Por: Natalia Gomes • 1/9/2018 • Relatório de pesquisa • 2.146 Palavras (9 Páginas) • 213 Visualizações
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LEILA CARDOSO DE OLIVEIRA
NATÁLIA DE OLIVEIRA MARTINS GOMES
PAULO FÁBIO NEVES DE SOUZA
Complexos de bismuto como agentes terapêuticos
Trabalho requerido pela professora Larissa São Bernardo como requisito parcial de nota na disciplina de Química Inorgânica II do curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia campus Guanambi.
Guanambi- BA
2017
O bismuto, elemento químico da tabela periódica, foi mencionado, em 1450, pelo monge e alquimista Basilius Valentinus não como um elemento, e sim como uma molécula, mais tarde, ainda no século XVI, Georgius Agricola o citou em dois trabalhos como um metal variante do chumbo, naquela época, 1494-1555, acreditava-se, segundo Aristóteles, que os metais evoluíam-se, então o bismuto era a evolução do chumbo e que, um tempo mais tarde, se transformaria na prata; somente em 1753, Claude François Geoffrey o identificou devidamente como um elemento já que conseguiu sintetizá-lo percebendo discrepâncias entre esse e o chumbo e o estanho. O nome dado ao elemento vem do alemão Weisse Masse (massa branca) devido à aparência do elemento, no latim, o nome é bisemutum. As propriedades físico-químicas do bismuto descobertas por Johann Heinrich Pott e Torbern Olof Bergman no mesmo ano da descoberta do elemento, e outros descoberto mais tarde foram:
Símbolo | Bi |
Número atômico | 83 |
Massa atômica | 208,98mg |
Estado físico/característica | Sólido branco com aspecto quebradiço a 25º C |
Grupo/período | 5A ou 15ª / 6 |
Classificação | Metal de pós transição |
Ponto de fusão | 271,4º C |
Ponto de ebulição | 1564º C |
Densidade | 9,79 g/cm3 |
Configuração eletrônica | [Xe] 6s24f145d106p3 |
Quadra | P |
Maior nível de energia ocupado | 6 |
Elétrons de valência | 5 |
Estado de oxidação | > +5 +3 < -3 |
Estrutura cristalina | ortorrômbica |
Por não ser abundante tem valor comercial caro, ele pode ser encontrado na América e na Ásia, já no Brasil é mais difícil ocorrer, Canadá, Bolívia, Japão, México, e Peru, são os maiores produtores; se encontra na crosta terrestre em forma de minerais tais como a bismutinita e a bismita podendo ainda ser extraído em processamentos do ouro, cobre e estanho; dentre os metais pesados ele é o menos tóxico, em contrapartida seus sais são moderadamente danosos ao fígado.
Comercialmente, as aplicações do bismuto são bem características, pelas suas peculiaridades, sendo eles a baixa toxicidade e baixo ponto de fusão; assim, é principalmente empregado em produtos químicos, cosméticos (pigmentação do batom e do blush, brilho do esmalte, etc.), produtos farmacêuticos, ligas de baixo ponto de fusão, produtos eletrônicos, cerâmica, armamentos, fusíveis, suporte para lentes ópticas, revestimentos para tanques combustíveis, imãs permanentes, produção de ferros maleáveis, catalisador para fibras acrílicas, material de termopares, reatores nucleares como combustível U-235 ou U-233 e em soldas, além disso tem as aplicações terapêuticas.
No que diz respeito a medicamentos, os antibióticos começaram a ser produzidos em 1920 com a descoberta (acidental) da penicilina e uma década depois com a introdução das sulfonamidas no trato de doenças infectuosas, os primeiros antibióticos fizeram muito sucesso diminuindo as mortes por vários tipos de doenças, isso proporcionou grandes buscas por novas drogas para tratamentos médicos. Com o passar do tempo, um antibiótico acaba por perder sua reação pois criam-se cepas resistentes à ação dos mesmos, em artigo publicado em 2011, os autores Rocha et al, comentam o uso de metais associados aos fármacos de forma a fortalecer a ação dos mesmos impedindo que tais cepas consigam contrapor a ação do remédio, além se serem usados também como base para a formação de novos medicamentos, dizem ainda que
[...] vários grupos de pesquisa têm demonstrado que complexos metálicos contendo antibióticos são frequentemente mais ativos que a droga livre e, em alguns casos, os complexos possuem mais propriedades terapêuticas do que o antibiótico não coordenado. (2011)
Assim, esses metais demonstram ter importante papel em compostos onde estão contidos, mesmo que esses metais não sejam sintetizados pelo organismo como por exemplo a Pt, Li, Au, Ag, Ru, As e Bi, os tratamentos consistem
Na morte das células invasoras, sejam elas bactérias, parasitas ou cânceres, e não surpreende que um elemento estranho a uma célula viva, se capaz de penetrar na célula, seja muito eficiente em apresentar citoxicidade (a propriedade de ser letal para uma célula). A penetração de uma membrana celular raramente é uma etapa específica do processo de ataque, e “parentes próximos” de um elemento ou molécula frequentemente entram na célula-alvo com pouca dificuldade. Depois de entrar na célula, como um Cavalo de Troia, as características mais especificas do elemento levam à morte celular. (WELLER et al, 2017, p. 824)
A coordenação de metais a fármacos auxilia no aumento de uma gama de drogas disponíveis para tratamentos terápicos. A interação entre um íon metálico e um ligante possibilita a obtenção de compostos com alta variedade de números de coordenação (NC), estados de oxidação e geometrias. Além disso, as características intrínsecas ao íon metálico, adicionadas aos aspectos cinéticos e termodinâmicos do composto obtido, permite obter estruturas moleculares que possuem um amplo espectro de reatividade e isto deve ser bem explorado.
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