Paracetamol
Por: Heloisa120 • 3/9/2015 • Relatório de pesquisa • 1.083 Palavras (5 Páginas) • 2.114 Visualizações
Extração e Análise do Paracetamol em Comprimidos
Heloisa Rosangela Cadorim, Karin Possebon Bolzan
Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Física e Matemáticas, Departamento de Química, Florianópolis, SC, 88040-900, Brasil
Disciplina QMC5234 – Professor Miguel Soriano Balparda Caro
Abstract: As primeiras observações sobre as propriedades analgésicas e antipiréticas do paracetamol foram feitas ainda no século passado, quando muitas drogas alternativas estavam sendo testadas no combate à febre e no tratamento de infecções. Hoje o paracetamol é um dos analgésicos mais usados no mundo. Pode-se extrair o paracetamol de comprimidos com acetato de etila e caracterizá-lo através de seu ponto de fusão e espectros de ressonância magnética.
1. Introduçâo
O paracetamol (N-acetil-p-aminofenol), derivado da fenacetina, é amplamente utilizado como analgésico e antipirético, possuindo ação semelhante à aspirina (VIEIRA et al, 2003). É um pó cristalino branco, inodoro, com leve sabor amargo.
Sua forma mais comercializada no mercado é o comprimido, que contém o princípio ativo (paracetamol) e excipientes (MARTINELLO, 2005).
Apesar de sua função farmacêutica, em altas doses o paracetamol pode causar sérias lesões hepáticas (10 a 15 g) e até ser fatal (20 a 25 g) (VIEIRA et al, 2003).
Por esta razão, vários procedimentos espectrofotométricos são descritos para determinação de paracetamol em produtos farmacêuticos, baseados na sua absorção de luz na região do ultra-violeta e na região do visível, ou por espectrofotometria derivativa. Método volumétrico, espectroeletroquímico, voltamétrico, e cromatográficos foram também descritos para a determinação de paracetamol em produtos farmacêuticos (SUAREZ et al, 2005).
No presente trabalho, será usado o método de extração do paracetamol de comprimidos (500mg) com acetato de etila segundo Baptistella (2003), e posterior caracterização do mesmo através de seu ponto de fusão e respectivos espectros ¹H-RMN e ¹³C-RMN.
Dados do paracetamol:
- Fórmula molecular: C8H9NO2
- Peso molecular: 151,1626g/mol
- Ponto de fusão: 169ºC
- Densidade: 1,263g/cm³
[pic 1]
Figura 1 - Estrutura do paracetamol
Composição de um comprimido genérico de 500 mg[1]:
- paracetamol.....................500mg
- excipiente s.p.........1comprimido
Excipientes: polivinilpirrolidona, lactose, celulose microcristalina, croscarmelose, estearato de magnésio.
2. Procedimento
Três comprimidos de paracetamol (500 mg/cada) foram triturados em um almofariz e transferidos para um erlenmayer de 125 mL. Foram adicionados 40,0 mL de acetato de etila e a suspensão foi agitada vigorosamente.
A solução foi mantida por pelo menos 5 min com agitação ocasional e em seguida filtrada para um balão tarado. O resíduo foi lavado com mais 10,0 mL de acetato de etila e o solvente foi, em seguida, removido no evaporador rotativo. O produto foi caracterizado através do seu ponto de fusão e espectros de ¹H-RMN e ¹³C-RMN.
3. Resultados e discussão
Após a extração feita a partir do comprimido genérico de 500mg, obteve-se uma massa de paracetamol correspondente a 41,7% da amostra analisada, como apresentado na Tabela 01.
Tabela 01. Dados do paracetamol
Amostra (3 comprimidos) | mParacetamol (extraído) | mParacetamol/ comprimido |
1,632g | 0,68g | 0,227g |
Aparentemente, a massa de paracetamol por comprimido ficou abaixo do estipulado pelo fabricante, que seria de 0,500g. Isto pode ser conseqüência de um método inadequado de extração, que não extraiu todo o paracetamol da amostra, ou um erro de fabricação.
Mediu-se o ponto de fusão do produto da extração, encontrando o valor 165ºC. Este valor encontra-se próximo ao intervalo aceitável do ponto de fusão para o paracetamol disponível na literatura[2], que é de 168 à 172ºC. A diferença encontrada pode ser resultado de alguma impureza que possivelmente, foi extraída com o composto.
Consultando a literatura[3], obteve-se os espectros de ressonância magnética de hidrogênio e carbono (¹H-RMN e ¹³C-RMN) do paracetamol, mostrados nas Figuras 02 e 03, e comparou-se com os espectros de RMN feitos com o produto da extração, que estão anexados a este trabalho.
Ao comparar-se os espectros do produto da extração com os do paracetamol obtidos na literatura, observa-se a grande semelhança,
[pic 2]
Figura 2 – Espectro ¹³C-RMN do paracetamol (em DMSO-d6)
[pic 3]
Figura 3 – Espectro ¹H-RMN do paracetamol (em DMSO-d6)
senão a igualdade entre eles. O que comprova claramente que o composto extraído do comprimido genérico é o paracetamol.
Espectro ¹³C-RMN:
Ao analisar o espectro de ¹³C-RMN do paracetamol extraído pode-se observar que este mostra 6 bandas bem definidas, pois o composto apresenta 6 tipos de carbonos diferentes.
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