TEORIA DE ARMAS DA FRUTA DEPENDÊNCIA QUÍMICA: PREVENÇÃO E TRATAMENTO
Projeto de pesquisa: TEORIA DE ARMAS DA FRUTA DEPENDÊNCIA QUÍMICA: PREVENÇÃO E TRATAMENTO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Cinthia10 • 23/10/2014 • Projeto de pesquisa • 3.055 Palavras (13 Páginas) • 335 Visualizações
TEORIA DA ORALIDADE DE FREUD
DEPENDÊNCIA QUÍMICA: PREVENÇÃO E TRATAMENTO
A história da dependência química acontece desde o início da humanidade, embora a atenção à essa condição só tenha ocorrido no último século. Dependência química é o uso freqüente e exagerado da droga, com ruptura dos vínculos afetivos e sociais, é a perda da liberdade de dizer não à droga à qual o organismo se adaptou, seja droga lícita ou ilícita.
Segundo o dicionário Aurélio, droga é “qualquer substância capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento”. Na definição da OMS é “qualquer produto, lícito ou ilícito que afeta o funcionamento mental e corporal do indivíduo e que pode causar intoxicação ou dependência”.
As drogas são classificadas em três categorias, de acordo com a sua ação no sistema nervoso: Depressores do Sistema Nervoso Central, englobando o álcool, benzodiazepínicos, inalantes, opiáceos naturais, sintéticos e semi-sintéticos; Estimulantes do Sistema Nervoso Central, englobando anfetaminas, cocaína e seus derivados; e ainda os Perturbadores do Sistema Nervoso Central, onde encontra-se vegetais (mescalina, maconha, psilocibina, trombeteira) e sintéticos (LSD, ecstasy).
Precede a Dependência, o fenômeno conhecido como tolerância, no qual o organismo sempre pede uma quantidade maior da droga para obter o efeito de prazer antes obtido com menor quantidade. Tal fenômeno é devido a sobrecarga dos sistemas enzimáticos do fígado, principalmente o citocromo P450 que desempenha uma função adaptativa, transformando produtos estranhos ao organismo em substâncias menos ativas.
No Brasil, segundo estatísticas, 10% da população adulta é acometida pelo alcoolismo e 2% é dependente de outras drogas. Não incluindo o tabagismo, pois se assim fosse, teríamos o número assustador de um dependente para cada dois habitantes (Busnello). Temos portanto um quadro preocupante e merecedor de atenção na Saúde Mental.
Nos últimos anos, devido ao aumento da incidência da enfermidade, muito se tem explorado para tentar compreender a gênese da dependência química, assim como criar mecanismos eficazes de prevenção.
O sujeito propenso ao uso de drogas, segundo a OMS, é uma pessoa sem informação adequada sobre os efeitos da droga; com saúde deficiente; insatisfeito com sua qualidade de vida (falta ou excesso); com personalidade deficientemente integrada; com fácil acesso às drogas. Segundo Zaitter, o vício tem início sob quatro aspectos principais:
Problemas emocionais – 65%
Curiosidade – 20%
Exibicionismo ou auto-afirmação – 10%
Problemas mentais – 5%
Segundo Hawkins, quatro elementos tem se mostrado protetores contra a adicção: forte ligação com os pais; compromisso escolar; envolvimento regular em atividades religiosas; crença em normas e valores da sociedade.
É uma patologia que atinge todas as classes sociais e todo tipo de família. Porque algumas famílias são bem sucedidas na criação de seus filhos, evitando assim a adicção e outras não? Segundo Baurind (1968), os pais são classificados em quatro categorias: pais competentes, pais autoritários, pais negligentes e pais ausentes. Os pais competentes demonstram confiança em si próprios, como pais e como pessoas. São confortadores e afetuosos mas estabelecem limites e padrões de conduta. Disciplinam os filhos quando esses padrões são rompidos, explicando a lógica da disciplina e tendem a não utilizar força física como punição. Exercem a autoridade sem serem autoritários. Seus filhos tendem a ser maduros, independentes, auto-confiantes e com auto estima elevada. Os pais autoritários são os que dizem aos filhos o que fazer sem explicar as razões, estabelecem padrões de conduta rígidos sem levar em conta a necessidade dos filhos, consideram a obediência uma virtude absoluta, quando os padrões são rompidos a punição é insensata e sem explicação, não encorajam discussões. Seus filhos tendem a apresentar baixa auto-estima e dependência. Os pais negligentes são inseguros como educadores, geralmente são afetivos e calorosos mas exercem pouco controle, como se tivessem medo de serem autoritários, organizam a familia como uma pseudo-democracia abdicando do poder de decisão e responsabilidade. Seus filhos tendem a ser inseguros, imaturos e dependentes. Já os pais ausentes manifestam rejeição através da ausência de atenção e afeto, privando a criança de limites definidos e do alimento afetivo necessário para o reconhecimento de sua própria existência. Seus filhos têm dificuldades no convívio social e é comum encontrar esse tipo de característica nos adolescentes usuários de drogas.
Além do desenvolvimento e criação adequada, é no mínimo irresponsável negar o papel da exposição do indivíduo ao ambiente como elemento influenciador ao estabelecimento da adicção. A mídia enquanto “mãe substituta” pode modificar comportamentos. Estudos mostram que nos Estados Unidos, uma criança entre 6 e 17 anos gasta 18.000 horas exposta à televisão e 12.000 horas na sala de aula. Em média, a TV nos EUA veicula por ano 14.000 propagandas com referência sexual, 2.000h com referência à bebidas alcoólicas e 1.000h com referência a assassinatos, estupros e assaltos. Um adolescente ouve rádio, em média, 18,5h durante a semana e 12,8h durante o fim de semana. Em revistas, carros são os primeiros, cigarros os segundos produtos mais anunciados. Bebidas alcoólicas também são muito divulgadas. Em Washington, 1988, uma pesquisa mostrou que crianças entre 8 a 12 anos conseguiam lembrar de mais nomes comerciais de bebidas do que de presidentes americanos.
Várias abordagens psicológicas tentam explicar a dependência química por diversos fatores. Nenhuma delas consegue explicar tal fenômeno na sua totalidade. Talvez, a forma mais compreensível seja a complementação que uma teoria pode ser à outra. Deve-se compreender a Dependência Química considerando as teorias como includentes e complementares e não excludentes.
A Psicanálise contribui para a compreensão da gênese dessa condição com algumas hipóteses. São elas: teoria das gratificações narcísicas, teoria da oralidade, teoria das perversões, e teoria das relações maníacas .
Não pretendo explorar profundamente cada uma das teorias, mas superficialmente informá-las.
Teoria da Gratificação Narcísica : -Freud, em 1897 escreveu “… comecei a compreender que a masturbação é o grande hábito, o vício primário, e que
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