A Crise 2008 EUA
Por: Kelli Xavier • 18/9/2019 • Trabalho acadêmico • 1.337 Palavras (6 Páginas) • 176 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
De acordo com Natario (2009), em 2007, a crise conhecida como subprime se destacou tornando-se um dos temas mais comentado no cenário econômico internacional. Foi a época em que os mercados financeiros se surpreenderam com as informações de que as perdas referentes ao financiamento de imóveis nos EUA estavam muito altas, ameaçando, consecutivamente, a estabilidade financeira dos bancos e fundos de investimentos mais importantes.
O autor afirma que a reação dos investidores foi de acelerarem na retomada de suas posições quanto aos créditos hipotecários afetando diretamente o funcionamento de diversos mercados. Isso levou alguns fundos de investimento a suspender os resgates das cotas, havendo redução significante na liquidez dos títulos de curto prazo no país.
Para Natario (2009), a partir de então, um grande número de instituições financeiras existentes no ramo bancário, imobiliário e de seguros passava por um processo de fragilização. Tal fato levou os bancos, fundos de investimentos e seguradoras a experimentarem a escassez de crédito.
Desta forma, Gontijo e Cláudio (2009) observam que, no ano de 2008, os EUA viveram, portanto, uma crise econômica que pode ser resumida pelo conceito de subprime, em linhas gerais pode ser traduzido livremente como “segunda linha”. Essa crise foi causada pela confiança que as financeiras americanas depositaram em clientes cujo histórico de pagamento não poderia ser considerado confiável, por isso é um financiamento de alto risco.
Segundo os autores, diversos empréstimos eram realizados e, como garantia de pagamento, os clientes davam suas casas. Contudo, com a crise do mercado imobiliário ocorrido em 2007, o preço dos imóveis cai consideravelmente. Para que não sofrerem com a inadimplência, os bancos criaram dificuldades para realizar novos empréstimos, o número de compradores diminuiu e a crise no setor aumentou ainda mais.
Para Gontijo e Cláudio (2009), é necessário crédito para uma economia funcionar, porém, quando esse crédito deixa de existir, certamente essa economia entrara numa recessão. O que se nota, na verdade, é que o problema no setor imobiliário afetou os principais pontos em que uma economia é baseada: consumo, renda e emprego. Gerando uma recessão no Estado Americano.
Diante do exposto, o objetivo dessa pesquisa é demonstrar quais foram os possíveis fatores que levaram os EUA à crise econômica em 2008.
A escolha do tema é relevante, uma vez que, desencadeada a crise nos EUA, os demais países do mundo sofreram reflexos indesejáveis.
Para que o objetivo fosse alcançado, foi realizado um levantamento bibliográfico como método de pesquisa para o embasamento teórico, utilizado livros, artigos eletrônicos e periódicos que fundamentassem sobre o tema em questão.
2 TEORIAS DE MINSKY: PORQUE A CRISE ECONÔMICA ACONTECE
Hyman Philip Minsky foi um economista norte americano que contribuiu amplamente para a compreensão das crises financeiras. A recente crise imobiliária norte americana abordada nesse trabalho foi explicada por autores como Lourenço (2006), Ferreira e Penin (2007) e Bahry e Gabriel (2010) utilizando-se das teorias desenvolvidas por Minsky sobre as crises econômicas.
As crises como a ocorrida nos Estados Unidos no ano de 2008, são explicadas por diversas teorias, tais como: teoria marxista, clássica e Pós-Keynesiana. O capitulo I do presente trabalho irá abordar a teoria Minskyana.
A teoria de Minsky é baseada na abordagem Keynesiana, porém ele não deixa de mostrar que ela é insuficiente, principalmente no que se refere aos aspectos financeiros do ciclo econômico, que podem tornar uma crise econômica inevitável.
Para Natario (2009), o economista norte-americano Minsky contribuiu de forma significativa para a compreensão das crises financeiras. Com uma visão particular do capitalismo, Minsky acreditava e defendia que a maneira adequada de entender o comportamento das economias que envolviam sistemas financeiros desenvolvidos, era saber o funcionamento da estrutura financeira. Além disso, também era necessário verificar de que forma esta estrutura se inter-relacionava com as demais economias do mundo.
O autor salienta que Minsky enunciava o ciclo econômico a partir de um cenário favorável de expansão dos investimentos e grande aumento da economia que contava com um padrão de financiamento rico. Foi este cenário positivo que validou a estrutura financeira existente, premiando atitudes mais alavancadas, gerando uma agitação que levou a um super dimensionamento dos fluxos financeiros esperados.
Natario (2009) observa que, de acordo com Minsky, as limitações e margens de segurança foram então descuidas, relaxadas, fazendo com que a estrutura de débitos mudasse e ficasse em favor de uma estrutura mais alavancada. Contudo, acreditava-se que a tendência era que esse aumento se tornasse um boom, confirmando a postura especulativa.
Segundo Lourenço (2006), essa teoria e forma de pensamento de Minsky ao longo de toda sua trajetória acadêmica pode ser dividida em três fases distintas. A primeira fase compreende o período de 1957 a 1965; a segunda fase vai de 1965 a 1990 e a terceira fase de 1990 a 1996 (mas aqui as mudanças são pontuais). Para esse trabalho somente serão compreendidos a primeira e a segunda fase.
Sobre a primeira fase, Lourenço (2006) explica que trata-se do período compreendido o período pós-guerra. A influência do pensamento de Keynes (Teoria Geral, lançada em 1936) domina sua obra, baseada no Princípio de Demanda Efetiva, o qual determina que era preciso produzir uma determinada quantidade e não o que ainda poderia ser produzido pelo sistema.
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