A DECADÊNCIA DA ECONOMIA AÇUCAREIRA
Por: dpansutti • 12/6/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 6.283 Palavras (26 Páginas) • 146 Visualizações
A DECADÊNCIA DA ECONOMIA AÇUCAREIRA
A ocupação dos holandeses em Pernambuco, em 1630, além de desorganizar a produção num primeiro momento, colocou os em contato direto com o governo de Nassau.
Os Holandeses aprenderam as técnicas de produção da cana de açúcar e as aperfeiçoaram. Introduziram novas técnicas e tipos de cana de açúcar e melhoria nos engenhos. Ao deixar Pernambuco, em 1654, os Holandeses levaram consigo toda a técnica aperfeiçoada de produção açucareira. Comercializando esse efetivamente com grande capital, não foi difícil enfrentar a rivalidade européia e conseguir que lhes possibilitasse usar as Antilhas, franceses e espanhola.
Assim, em meados do séc. XVII, a economia açucareira brasileira sofria um duro reves, e mesmo com uma ligeira alta no inicio do séc. XVIII, nunca mais recuperaria o mercado internacional.
A busca por metais preciosos por Portugal era percebida facilmente e claro através da carta de Caminha onde afirma:
" Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lhe vimos".
Portugal obtinha algum ouro em abdica, perto de Lisboa, e desde o séc. XV, comercializava o metal na costa africana, é nesse período que se aceleravam a procura e exploração no Brasil.
A DESCOBERTA
A primeira descoberta do ouro, deve ter ocorrido por volta de 1560, á partir da entradas empreendedoras de Brás Cubas. Dois anos depois, Luis Martins encontrou ouro a 30 léguas aproximadamente 180 km de Santos, em Caatiba, atual Jaraguá. Sucederam - se as descobertas de Heliodoro Eobanas, em Iguape, Paranaguá e Curitiba.
Por volta de 1590, percorrendo a Serra da Mantiqueira, Afonso Sardinha encontrou amostras de ouro em Guarulhos, Jaraguá e São Roque. No ano seguinte, Cavendish, ao atacar Santos, afirmou ter deparado com um entreposto de ouro, proveniente da região de Utinga, em São Paulo Embora tenha ocorrido ocupação em algumas regiões, como o litoral paranaense, não representava uma grande atividade.
A GRANDE PROSPECÇÃO
Com o declínio das cotações do açúcar, e uma grande divida à Holanda e Inglaterra o Rei D. Pedro II em 1674, enviava cartas de próprio punho aos Bandeirantes paulistas, para que comecem imediatamente as buscas pelas regiões das minas.
A primeira descoberta de ouro em Minas Gerais é atribuída ao filho de Fernão Dias, Garcia Rodrigues Pais, em 1690, em 1693 Antonio Rodrigues Arzão encontrava ouro em Caetés. Daí em diante, várias descobertas se sucederam, Duarte Lopes em Guarapiranga, Miguel de Almeida, Manoel e João Lopes, em Ituverava, Miguel Garcia, em Gualacho do Sul próximo a Itatiba.
Em 1694 em Mariana foi encontrado ouro e quatro anos depois (1698) Antonio Dias de Oliveira em Ouro Preto. Fabulosas jazidas em Sabará foram descobertas por Manoel Borba Gato.
Bartolomeu Bueno da Silva Filho, o segundo Anhanguera, partiu em 1725 da atual Belo Horizonte para encontrar jazidas em Goiás, seis anos antes Pascoal já teria encontrado em Cuiabá – áreas menos mencionadas, mas bem expressivas.
Os Bandeirantes foram os principais responsáveis pela expansão das regiões mais pobres da Colônia como São Paulo, com a busca dos gêneros que ia compor a economia de exportação, e com mão de obra indígena gerava um escravismo desvinculado do trafico internacional, mantendo recursos na Colônia evitando transferência de valores para a Metrópole e assim desagradando a Portugal.
No inicio do séc. XVIII, houve um grande afluxo em direção ás regiões auríferas, conhecido como a “ Corrida do ouro “, dando inicio a imigração portuguesa em massa ao interior e ao rápido deslocamento do eixo econômico colonial do Nordeste açucareiro para o Sudeste minerador.
Cidades surgiram e desaparecia ao saber das descobertas e pela primeira vez na colônia, a vida urbana sobrepunha – se a atividade agrícola, possibilitando o desenvolvimento do mercado interno, para uma população livre e imigrante, que comandava o trabalho de mais de 6.000 africanos e milhares de índios.
O campo passa a existir em função da cidade, obrigando – se além da pecuária, uma lavoura de subsistência.
Paralelamente desenvolvia – se as pequenas e médias propriedades, propiciando o aparecimento de uma sociedade mais liberal do que a economia canavieira, que era uma aristocracia rural, restrita a uma grande massa escrava.
MEIOS DE EXTRAÇÃO DO OURO
As ferramentas usadas na exploração eram picaretas, bateias, corumbés e almocrafes, tendo um baixo índice técnico, quando se esgotavam a mineração e se tornava difícil, os faiscadores abandonavam tudo e saiam em busca de novas regiões, na maioria nunca formada.
Com isso a colônia nunca chegou a conhecer efetivamente uma empresa mineradora, como se conhece no capitalismo. A única forma empresarial de extração era feita nas chamadas “ Lavras “ – pequenas minas onde se aplicava o trabalho escravo.
A LEGISLAÇÃO DO OURO
Após a primeira Carta Régia sobre o ouro. Em 1603, já estava estabelecida uma legislação que admitia a livre exploração das jazidas ainda por descobrir e reservava à Coroa um quinto de toda a produção auferida.
Em 1702, surgiu uma nova lei que criava o “ Regime dos Superintendentes guardas – Mores e fiscais Deputados para as minas de ouro “ .
Para executa – lá, criou – se em cada capitania que houvesse a extração, uma “ Intendência das Minas, totalmente subordinada à metrópole, onde deveria comunicar toda e qualquer descoberta de jazida.
Depois de feita a comunicação, cabia ao intendente fazer a demarcação dos terrenos, dividindo em lotes chamados de datas, repartidos entre os presentes. Quem descobria tinha o direito de escolher o primeiro lote, o segundo era entregue a fazenda real, que depois leiloava, o restante era repartido por sorteio de 65 metros cada.
A exploração só tinha que começar em até 40 dias depois da entrega, caso contrário era devolvida, poderia negociar, se o proprietário perdesse os escravos, ou se adquirisse mais escravos poderia participar de um novo sorteio.
No intuito de evitar roubo e assegurar o lucro da coroa em 1720, foi criado a “Casa de Fundição”, que só começou a funcionar em 1725.
Com isso ficava proibida a circulação de ouro em pó, só era permitido circular com barra. Quando eram fundidas recebiam o timbre da Coroa, e também já se extraia a porcentagem que cabia a Portugal.
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