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A Guerra do Paraguai

Por:   •  22/10/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.497 Palavras (10 Páginas)  •  330 Visualizações

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Introdução

Este trabalho acadêmico tem como por objetivo buscar um entendimento sobre a importância da justificativa e do referencial teórico na elaboração de uma proposta pedagógica. Citando “Guimarães Rosa”;’’O animal satisfeito dorme”,ou seja a maior virtude que um professor pode ter , é ficar com uma satisfação não completa com o que se sabe,positivamente, sempre estar se aprimorando  e buscando novos métodos de se produzir o conhecimento histórico.

O referencial teórico tem como por objetivo dar um “norte “ para o educador e o educando, pois é através da visão de diferentes autores sobre o assunto que podemos tirar novas conclusões buscando um melhor entendimento . Além de todo o processo de produção do conhecimento devemos ter uma justificativa para que tanto eu como educador, a sociedade no geral e a comunidade escolar saiba da importância  do tema abordado em questão.

Tenho o privilégio de ter tido como tutora de sala, colega de trabalho na rede publica e além de tudo uma amiga  pessoal a Doutoranda, Mestre em história, professora Silvãnia de Queirós e foi através dela que aprendi a gostar e então escolher como tema de meu relatório final de estagio, “ A guerra do Paraguai.” Tema muito discutido e até mesmo “ distorcido”, deixa para nós sempre um porém e foi assim que analisando os mais diferente autores e modos de pensar que chegamos a uma nova visão sobre o contesto que reflete até hoje na sociedade latino americana em especial a bacia do prata.

São vários os pontos a serem discutidos no meu projeto de ensino, dentre eles o que para mim se torna fundamental  na  sua elaboração é ter como base a visão de vários autores sobre o mesmo tema. O primeiro livro que li acerca do conteúdo foi ,” Genocídio americano:a guerra do Paraguai , de Júlio José Chiavenato, no qual tive a primeira visão sobre o assunto. Por sua vez no livro ”Maldita guerra” de Francisco Doratioto, percebi a importância de se analisar os dois lados de um conflito e não apenas ter como base o lado vencedor.  Me aprofundando sobre o tema, fui buscar ajuda em mais fontes como os livros de : Mario Maestri, “ guerra no papel , A primeira guerra do Paraguai  de Fabiano Barcéllos Teixeira, Revista cientifica  : História debates e tendências, (Revista do programa de Pós graduação em história da universidade de passo fundo, “A bacia do prata - o Paraguai ,jul./dez.2011. e o livro  que para mim esta sendo um divisor de águas sobre o tema,” Revisando a Revisão : Genocídio americano a guerra do Paraguai de J.J. Chiavenato , por Silvãnia de Queirós, que faz um estudo aprofundado desde livros escritos no período Militar até livros de autores renomados sobre o tema.


Em 1979 , Júlio José Chiavenato publicou seu livro Genocídio americano: a guerra do Paraguai, um período conturbado no cenário político nacional pois vivia-se uma ditadura militar. Seu livro trazia relatos que viriam a confrontar radicalmente a visão Nacional-patriótica indiscutida no Brasil até então.sua publicação foi marcada pelo esgotamento das vendas, causando a seguir  uma forte repercussão  historiográfica e enorme pôlemica no meio intelectual e político da época. O livro de Chiavenato  desagradou a classe militar dominante da época ,por sua vês tornou-se referencial teórico para estudantes professores e intelectuais políticos, foi um marco que trouxe uma nova maneira de ver o conflito que até então apenas tinha uma visão por parte dos vencedores. Chiavenato trouxe uma nova forma de narrar a guerra com fontes secundarias embasadas na visão paraguaia e argentina dos fatos, que foi contada de forma contraria a visão nacional-patriótica .

O autor iniciou seu trabalho a partir da história  do Paraguai , sua independência e do governo do doutor José Gaspar de Francia, que visava um isolamento ,devido a pressão portenha , passando pela crônica do governo de Carlos Antonio López ate por fim chegar ao governo do Francisco Solano Lópes, daí então entrar no contexto da profunda e injusta guerra contra o Paraguai e sua população.

Chiavenato apresenta em seu livro uma visão de um Paraguai extremamente desenvolvido e alfabetizado , comparando aos demais países da America latina na época, e uma Inglaterra que não queria uma pais independente de sua subjugação em que mantinha na América dos sul ,só então trazia o Brasil e Argentina com seus interesses de dominar o território paraguaio .

Anteriormente a J.J.Chiavenato , a visão que se tinha sobre a guerra é  que as tropas aliadas eram detentoras e salvadoras do povo Paraguaio do domínio do tirano e sanguinário Solano Lópes, verdadeiro motivador do conflito,e  que o governo imperial do Brasil por vezes tentou aproximação com o Paraguai ,mas que Solano rompeu acordos atacando traiçoeiramente o Brasil  forçando o governo imperial do Brasil a declarar guerra ao Paraguai.

O livro de Chiavenato teve como base de pesquisa para historiadores e estudantes , porém criticado por representantes da historiografia nacional patriótica que buscavam desqualificá-lo, qualificando-o como anti – patriótico,antinacional,subversista e comunista.os relatos dos críticos do livros tinham como peça fundamental , que o autor não possuía formação cientifica e que escreveu o livro com base de suas viagens nos momentos de folga de seu real trabalho como jornalista.

No meu ver o livro de J.J. Chiavenato teve um papel importante para a nova historiografia , pelo momento no qual foi publicado e importância   de sua repercussão que teve no âmbito  do período, como divisor de águas sobre o que se era fato e o que se merece ser analisado a partir de novos olhares. Sempre com bases em pesquisas e investigações, devemos filtrar todo tipo de informação,  pois analisando a visão política do autor e seus interesses poderemos tirar novas conclusões que formam partes de um quebra- cabeças .

Tendo em mãos o livro “ A primeira guerra do Paraguai  do autor Fabiano Barcelos Teixeira , entenderemos que tudo não passa de uma jogada política adiada. Ontem e hoje , as narrativas plenamente dominantes no Brasil sobre a guerra do Prata perfilharam a tese de total  inocência do Estado Imperial Brasileiro naqueles sucessos . O Brasil então teria sido atacado vilmente , no sul do Mato Grosso e no oeste do Rio Grande do sul  ,pelas tropas Paraguaias, então sob o tacão de ferro de Solano Lópes , ditador inebriado por desmedidos sonhos de hegemonia e de conquista no sul da América .  Convencido   do poder de suas armas , o estado imperial estrearia na tradicional “diplomacia da canhoneira”,  ao enviar contra o quase desprotegido Paraguai a talves mais poderosa armada que jamais navegara fora das águas territoriais do império . Dezenas de navios , centenas de canhões,milhares de homens   partiram do Rio de Janeiro em direção a Assunción , no coração da América Meridional.(Mario Maestri).

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