A INOVAÇÃO NO SETOR FARMACÊUTICO
Por: Bianca Souza • 18/3/2020 • Trabalho acadêmico • 1.758 Palavras (8 Páginas) • 324 Visualizações
INOVAÇÃO NO SETOR FARMACÊUTICO: UM ENSAIO TEÓRICO
Adalberto Oliveira Brito
RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo abordar as principais transformações recentes no ramo da indústria farmacêutica. A análise apresentada destaca as discussões provenientes das produções realizadas ao longo dos últimos anos evidenciando dentre outros fatores as pressões que culminaram no reposicionamento do setor no Brasil influenciado em grande parte pela conjuntura mundial como EUA, Europa e China, por exemplo. No âmbito nacional, são apresentados e discutidos dados referentes a alguns estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Palavras-chaves: Inovação; Indústria farmacêutica; Tendência global
INTRODUÇÃO
Embora as organizações tenham sofrido mudanças interna e externamente ao longo dos anos percebe-se que algumas áreas foram mais influenciadas do que outras em termos das inovações em seus produtos (TIGRE, 2005).
Esse processo foi influenciado em grande parte pelas atividades que migraram de um modelo fechado para o modelo aberto (MOREIRA et al., 2015).
De acordo com as visões de Chesbrough (2003) ao adotar um modelo de inovação descentralizado com o enfoque em colaboração seria possível que as organizações aumentassem seu desempenho e capacidade de inovação.
Para o autor, o modelo de inovação fechado que se volta apenas internamente à organização está saturado. Sendo necessária a expansão de conhecimento, investimento em tecnologia e interação interorganizacionais.
As experiências e reflexões de Akkari et al., (2016) apontaram que caso do mercado farmacêutico há uma tendência para que estratégias de grandes multinacionais sejam revistas, uma vez que as empresas querem crescer e desenvolver seus produtos e para tal enxergam nos mercados emergentes uma oportunidade.
E para tal, alegam ser preciso uma reflexão acerca das orientações que deverão ser tomadas em questão de patentes, visto que parcerias poderão permitir conquista de novos mercados, aumento das vantagens competitivas em setores estratégicos e inovação tecnológica capaz que gere ganho mútuo entre os atores envolvidos (AKKARI et al., 2016).
METODOLOGIA
Para elaboração desse ensaio optou-se por uma revisão de literatura apoiada em publicações presentes em periódicos e submetida inicialmente a uma leitura de reconhecimento, seletiva para que pudessem ser encontradas as produções que comporiam este trabalho.
Posteriormente, foi realizada em cima das publicações selecionadas a leitura crítico-reflexiva, com foco nas principais ideias presentes nas publicações.
Baseado em Meneghetti (2011) optou-se na elaboração de um ensaio que não visa à busca por respostas e afirmações verdadeiras, mas sim reflexões que no decorrer da leitura possibilitarão uma reflexão e interpretação acerca do tema aqui exposto.
CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NOS ÚLTIMOS ANOS
Devido à expansão do acesso a medicamentos genéricos a partir dos anos 2000, observa-e que a indústria farmacêutica baseada em estratégias de inovação e imitação acelerou o seu crescimento. Isso se deve em grande parte, ao processo de inovação que despontou através da entrada dos genéricos no mercado.
A intercambialidade, que é a obrigação de que o medicamento genérico tivesse o mesmo efeito que os medicamentos de referência estimulou a criação e expansão de novos laboratórios que através da imitação proveniente de produtos eficientes permitiram a competitividade nesse mercado.
Durante muito tempo os medicamentos foram divididos entre originais e similares, com baixa confiança no mercado principalmente entre consumidores e médicos, mas nos últimos anos, devido à inovação aberta, esse cenário foi modificado.
Segundo De Queiroz (2008), diversas empresas focadas em inovação investiram no mercado de medicamentos genéricos, voltando-se em outros aspectos a inovação na elaboração destes, com investimentos em pesquisa, tecnologia e estratégias para ganho de mercado.
A janela de mercado segundo o autor se referiu a regulamentação dos medicamentos genéricos no Brasil, com a abertura das patentes. Empresas como EMS, Medley e Eurofarma já eram apontadas como laboratórios que se destacavam e que perceberam nesse mercado a oportunidade de alcançarem expressiva participação no mercado (DE QUEIROZ; DE VASCONCELLOS, 2008).
Em notícia datada de 27 de setembro disponibilizada pelo panorama farmacêutico estima-se que 34% do mercado no país são de participação dos genéricos em que marcas como EMS, Medley e Eurofarma são as que mais se destacam. Corroborando com o apontado por De Queiroz; De Vasconcellos (2008) há mais de dez anos atrás.
Dito isso, identificasse que uma das principais transformações no ramo tem como pontapé a questão da venda massiva de medicamentos genéricos, inclusive com a expansão de marcas que dedicam mais de 80% de sua produção nesse segmento.
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA BRASILEIRA E MUNDIAL
Dos anos 90 até hoje, a indústria farmacêutica passou por um processo de fusões, aquisições e de modificações no padrão de oferta e consumo dos medicamentos. Esses processos culminaram com um maior incremento dos investimentos, muito devido a necessidade de descobertas e comercialização de novos princípios ativos.
Entretanto, ainda que o crescimento tenha sido significativo e que o mercado de genérico tenha impulsionado ganhos, a questão da inovação no Brasil é apontada por autores como Vargas et al., (2010) como um desafio a ser enfrentado visto que é preciso alinhar crescimento, aumento da capacidade produtiva, investimentos para aumento do porte das organizações com estratégias efetivas e ativas em inovação.
Em questões de inovação há organizações brasileiras que investem pouco em inovação, se preocupando mais em investir recursos especificamente na aquisição de equipamentos sem investirem em pesquisa e desenvolvimento, na contramão de indústrias de outros países.
No caso brasileiro, a estratégia adotada tem se voltado a produção de medicamentos genéricos, vide o exposto por De Queiroz; De Vasconcellos (2008) e Akkari et al. (2016).
Devido a pesquisa de Akkari et al., (2016) ser mais recente, é possível afirmar baseado nos dados apresnetados durante sua pesquisa que a inovação farmacêutica no âmbito nacional está bem aquém do adotado pelos EUA, Europa e China, por exemplo, que voltam seus investimentos na detenção de patentes demonstrando elevada capacidade de inovação no setor e capacidade para influenciar a competitividade entre países.
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