A Pegada de Água
Por: Gabriel Araujo • 23/9/2021 • Relatório de pesquisa • 1.060 Palavras (5 Páginas) • 76 Visualizações
MANEJO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO II
GABRIEL SILVA DE ARAÚJO
HENRIQUE DE SOUZA
JOSUÉ DE LIMA JUNIOR
RAFAEL BARROS SOARES
RENATO OLIVEIRA DE SOUZA
VITOR JOSÉ GARCIA DE ANDRADE
Atividade 09 – Identificar no Plano de Manejo da UC de proteção integral da Amazônia, considerando o Método 5S, na identificação do Sistema (Alvo de Conservação): 1a) Sistema ecológico que caracteriza a UC; 1b) Espécies, comunidades ecológicas individuais nos sistemas ecológicos importantes; 2a)Espécies individuais ou grupos de espécies que se dispersam, se deslocam por longas distâncias ou usam recursos de diferentes sistemas ecológicos; 2b) Atributos importantes de espécies (ou grupo de espécies) de escala regional que devem ser conservados na UC; 3) Alvos que refletem metas de conservação.
A unidade de conservação escolhida para a realização da atividade foi o Parque Estadual Chandless.
Os resultados do ZEE-AC indicaram, no ano de 1999, que mais da metade da superfície do Estado do Acre era de “extrema” e “muito alta” importância para a proteção da biodiversidade. Da mesma maneira, a biodiversidade presente na área do PE Chandless se caracteriza por sua grande relevância.
A fitofisionomia presente no parque conta com: Floresta Tropical Caducifólia, Floresta Ombrófila Aberta de Influência Aluvial, Floresta Ombrófila Densa, Formações Florestais Secundárias, Formações Pioneiras e Vegetação sobre lagoas de origem fluvial (Queimadas). Já a fauna de interesse para a conservação é composta de inúmeras espécies de lepdópteros, peixes, répteis, anfíbios, aves e mamíferos.
Também vale destacar a existência de ambientes únicos como as áreas de tabocal da Floresta Tropical Caducifólia e as ilhas de biodiversidade muito alta associadas a solos vérticos e solos com deficiência de drenagem (plintossolos e gleissolos). Existe ainda a possibilidade de endemismos ictiofaunísticos, herpetofaunísticos e de espécies de aves.
O PE Chandless, contém cerca de 800 espécies de aves, 200 espécies de mamíferos, 80 espécies de répteis e 120 espécies de anfíbios. Foram identificados também 100 espécies de lepdopteras, e 200 espécies de ictiofauna. Em trabalhos realizados para elaboração do Plano de Manejo da Unidade, registraram mais de mil espécies para a área, sendo 264 espécies vegetais, dentre as quais 24 palmeiras, incluindo formações de taboca. A diversidade contida na área faz com que diversas comunidades individuais vão surgindo, contribuindo para uma maior interação entre elas. Ainda nesse sentido o PE Chandless compõe dois corredores ecológicos importantes abrangendo terras brasileiras e peruanas.
As espécies individuais ou grupos de espécies que se dispersam, se deslocam por longas distâncias ou usam recursos de diferentes sistemas ecológicos são Pseudoplatystoma fasciatum, Pseudoplatystoma tigrinum, Pseudoplatystoma corruscans e Sorubim lima, que fazem parte da Ictiofauna do PEC, embora não haja registro publicado, no rio Purus também foram detectadas migrações de Characiformes tais como sardinhas Triportheus spp., branquinhas Steindachnerina spp., curimatãs Prochilodus spp. e cachorra Cynodon sp. Na comunidade de aves presente nos tabocais, há ainda espécies de distribuição mais ampla, e que ocorrem também em outros tipos de ambiente, mas que no PEC foram encontradas principalmente nos tabocais, dentre elas o uirapurú-laranja Pipra fasciicauda, o udu-de-coroa-azul Momotus momota, a choca-lisa Thamnophilus aethiops, o barranqueiro-de-coroa-castanha Automolus rufipileatus, a freirinha-de-coroa-castanha Nonnula ruficapilla e o rapazinho-estriado Nystalus striolatus, sendo essas parte da Avifauna, também incluindo o piuí-verdadeiro Contopus virens, bastante comum no mês de fevereiro no PEC, e o suiriri-valente Tyrannus tyrannus.
O gráfico abaixo (Figura 1) demonstra claramente os elevados valores dos pontos avaliados como bom e excelente. Seus atributos ambientais, da fauna, flora e hábitats únicos associados a locais de difícil acesso, conferem elevada pontuação de cerca de 58% dos pontos amostrados. Em contraposição, cerca de 17% dos pontos amostrados foram categorizados com baixa pontuação. Há, entretanto, a necessidade de atenção para 25% dos pontos amostrados que apresentaram pontuação regular.
[pic 1]
Figura 1: Valoração da Região do Parque Estadual Chandless e Entorno
Isto indica medidas de proteção em intensidade maior às medidas de manejo (senso stricto), como recuperação de áreas degradadas, erradicação de exóticas etc. A porcentagem de pontos categorizados como regulares é bastante elevada (cerca de 1/4 dos pontos analisados). Para uma área situada na região norte do país, é desejável que a porcentagem de pontos regulares fosse sensivelmente menor, frente a ainda significativa oferta de ambientes íntegros na Amazônia.
A importância da área para a conservação é evidente, demonstrando claramente a correta categoria de manejo adotada para a UC (Parque Estadual), justificando, inclusive, se fosse conferida uma categoria de manejo mais restritiva (Estação Ecológica ou Reserva Biológica). Entretanto, alguns problemas que podem pressionar inadequadamente a UC precisam ser levados em conta, basicamente: (1) manejo inadequado do Projeto de Assentamento de Santa Rosa do Purus; (2) as pressões antropogênicas nas ocupações no PEC não condizentes ao status protetivo inerente a um Parque Estadual.
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