Adaptada do ENADE 1999 Q6 - Embora a literatura focalize essencialmente estratégias voltadas para o mercado

Compósitos a granel: uma revisão da literatura atual

Hoje em dia, os dentistas geralmente fazem uso de luz direta curável composto para restaurar os dentes. Classicamente, uma restauração é colocada em incrementos que são curados separadamente. A limitada profundidade de cura da maioria dos compósitos convencionais impediu o uso de camadas mais espessas em muitos casos clínicos. Outra razão para usar a técnica incremental é reduzir o encolhimento da polimerização, embora essa teoria também tenha sido contraditada. Compósitos de baixo encolhimento foram desenvolvidos para lidar com a questão do encolhimento da polimerização, mas seu sucesso foi limitado, principalmente porque o benefício clínico nem sempre foi claro; nenhuma diferença aparente no resultado foi encontrada e camadas ainda eram necessárias devido à limitada profundidade de cura.

  Além disso, compósitos baseados na nova tecnologia de monômeros de baixo encolhimento eram frequentemente menos práticos de usar devido à exigência de um sistema de colagem específico. Enquanto isso, a demanda por uma verdadeira alternativa de amálgama continuou aumentando, em parte devido à proibição mais abrangente de produtos contendo mercúrio e ao programa global de eliminação de amálgama instituído pela OMS. Idealmente, tal alternativa de amálgama seria um material perdoável e fácil de usar. A este respeito, a possibilidade de encher uma cavidade a granel tem alguns benefícios atraentes; acima de tudo, o procedimento leva menos tempo e a “janela de oportunidade” para erros técnicos, como incorporação de vazio e contaminação entre camadas, pode ser diminuído. Com relação a essa qualidade, os ionômeros de vidro reforçados cimentos (GICs; por exemplo, Equia Forte, GC [Tóquio, Japão]; ChemFil Rock, Dentsply [Konstanz, Alemanha]) também foram comercializados.

Assim como o amálgama, esses GICs podem ser colocados a granel e o uso de um adesivo separado é evitado. No entanto, como os compostos quimicamente curados, eles não têm a grande vantagem da fotopolimerização, o que aumenta o tempo de trabalho e, assim, facilita a restauração controlada colocação em grande medida. Um material baseado em UDMA de dupla polimerização, classificado como “alkasite” (Cention N, Ivoclar Vivadent; Schaan, Liechtenstein), que afirma conter Enchimentos de vidro alcalino capazes de libertar níveis substanciais de fluoreto, também foram recentemente propostos para colocação a granel em preparações retentivas sem a aplicação de um adesivo. Idealmente, o material seria auto-aderente, para evitar o uso de um adesivo ou um design de cavidade retentiva invasiva.

Atualmente, estão sendo desenvolvidas versões experimentais de compósitos auto-aderentes para preenchimento em massa, na tentativa de atender a essas demandas. No entanto, vários critérios devem ser atendidos antes de um composto ser realmente adequado para o preenchimento em massa. Além do aumento da profundidade de cura e do tratamento eficaz dos problemas de contração de polimerização, o compósito deve ter resistência suficiente ao desgaste e à fratura para evitar falhas precoces e deve possuir estabilidade dimensional aceitável. Parece improvável que todas as propriedades necessárias possam ser otimizadas em um material ideal, uma vez que as melhorias em uma propriedade muitas vezes serão feitas à custa de outra; várias propriedades-chave são influenciadas pela mesma variável, de modo que os compromissos são quase inevitáveis. Isso provavelmente explica as grandes diferenças nas propriedades vistas nos compostos existentes de preenchimento em massa. Além disso, devido às grandes variações composicionais, que geralmente não são completamente divulgadas pelo fabricante, uma classificação adequada das propriedades relacionadas à composição com base nos materiais comercialmente disponíveis é impraticável, se não impossível.

O objetivo desta revisão da literatura foi fornecer uma visão geral da tecnologia existente de compósitos de enchimento a granel, divulgar as tendências existentes em suas propriedades e comportamento e identificar as lacunas mais importantes.

MÉTODOS:

Uma pesquisa no PubMed foi realizada até outubro de 2016, usando as palavras-chave “bulk-fill OR bulkfill OR bulk fill” E “composite OR composite”. Uma pesquisa adicional foi realizada com cada um dos nomes comerciais dos produtos de enchimento a granel sendo investigados na literatura. Listas de referência foram ainda verificadas para artigos relevantes. Somente artigos que investigam compósitos de enchimento a granel que podem curar até uma profundidade de pelo menos 4 mm, de acordo com as instruções do fabricante foram incluídos.

ESTRATÉGIAS DE PREENCHIMENTO Bulk Fill

Com base nas diferentes estratégias, os compostos de preenchimento em massa podem ser categorizados em dois grupos (Tabela 1): compostos de preenchimento em massa de base e fullbody. Os compósitos de enchimento a granel base (Fig. 1a) geralmente têm baixa viscosidade (ou seja, são fluidos), permitindo a colocação através de um pequeno bocal de uma seringa, o que facilita a colocação e adaptação em cavidades menos acessíveis. Geralmente, esses compósitos têm um conteúdo de preenchimento, que torna a superfície menos resistente ao desgaste; portanto, é necessário fazer o capeamento com um composto convencional.

Comumente, esses materiais base também são chamados de compostos fluidos para preenchimento em massa. Os compósitos de enchimento a granel de corpo inteiro (Fig. 1b) podem ser considerados como o único tipo verdadeiro de enchimento a granel, uma vez que toda a restauração pode ser colocada de uma só vez sem requerer qualquer cobertura. Estes materiais geralmente têm maiores cargas de enchimento, o que os torna altamente viscosos; Por esse motivo, esses materiais são geralmente chamados de compostos de preenchimento em massa semelhantes a pasta. A maior carga de carga torna a superfície mais resistente ao desgaste e, devido à consistência viscosa associada, a superfície é esculpida. Uma exceção neste grupo é o SonicFill (Kerr), que envolve o uso de uma peça de mão acionada a ar que dispensa o composto ao aplicar vibração sônica. O fabricante afirma que essa vibração reduz a viscosidade do material em 84%, semelhante a uma consistência fluida, o que facilita a adaptação.

 Recentemente, o SonicFill 2 (Kerr; Orange, CA, EUA), que compreende um novo sistema de preenchimento, foi introduzido para substituir seu predecessor. Deve ser mencionado que existem outros tipos de compostos de alta viscosidade que podem ser colocados a granel (Tabela 2); eles contêm partículas de material reforçador de materiais destinadas a fortalecer o complexo dentário restaurado. Por exemplo, o composto condensado de alerta (Pentron; Orange, CA, EUA) e o everX Posterior (GC) contêm fibras de vidro como carga, que fornecem propriedades específicas a esses compósitos.