Análise Crítica Ilha das Flores
Por: eloissan • 13/10/2015 • Resenha • 2.965 Palavras (12 Páginas) • 2.929 Visualizações
ANÁLISE CRÍTICA
Documentário Ilha das Flores. Autor: diretor Jorge Furtado. Ano: 1989.
Ao iniciarmos a visualização do filme documentário, sem que saibamos o seu conteúdo, atentamos para o título do filme “Ilha das Flores”, que nos leva a imaginar que o seu conteúdo nos leva a um lugar bem cuidado, todo florido, daqueles que nos enchem de esperanças sobre um local diferente, longe das grandes cidades, algo próximo de um santuário ecológico. Procurou o autor causar esta impressão aos expectadores, pois o filme começa com uma tela escura e depois vai abrindo para a sua realidade.
A primeira cena mostra uma plantação de tomates, cujo dono é um japonês chamado Sr.Suzuki, localizado nas proximidades da cidade de Porto Alegre-RS. Depois é feita uma demonstração dos benefícios da planta do tomate.
Também fala sobre a inteligência dos seres humanos, que tem o polegar opositor, e a comercialização desde os primórdios da civilização, começando com a troca de mercadorias, até a chegada do dinheiro, papel impresso, que proporciona oportunidades às pessoas de adquirir quaisquer espécies de mercadorias.
No filme, observamos que toda a produção de tomates do Sr.Suzuki é comercializada nos supermercados da região. Depois, entra em cena uma pessoa do sexo feminino, que revende perfumes nas casas das pessoas, e com isso consegue lucrar com a sua atividade. Com o lucro obtido na revenda dos perfumes, ela vai ao supermercado e compra 1 Kg de tomates e 2 Kg de carne de porco. Vai até a sua casa, prepara o almoço para a sua família, utilizando-se da carne de porco e dos tomates para fazer o molho. Durante o preparo da comida, ela verifica que um dos tomates está inadequado para o consumo, jogando este tomate no lixo.
Porto Alegre, capital do RS, tem 1 milhão de habitantes na ocasião, onde são produzidos 500 toneladas de lixo/dia pela população. Esse lixo é recolhido pela empresa que faz a coleta pública do lixo e depois este é enviada para o local denominado Ilha das Flores.
Na Ilha das Flores, tem poucas flores, mas muito lixo, e muitos porcos no local. A presença dos seres humanos na Ilha das Flores dá-se ao fato de estas pessoas não terem dinheiro, e estarem ali para procurar dentre o lixo trazido da cidade, alimentos que ainda possam ser aproveitados para a sua alimentação, como tomates e outras verduras e legumes, impróprios para a comercialização e alimentação na cidade, e que ali foram descartados.
HISTÓRICO DA PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL
A pobreza, as desigualdades e a exclusão social tem sido objeto de preocupação e estudo no mundo atual, tanto pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo Banco Mundial, como também dos países em atender a distribuição da riqueza e renda entre sua população.
Embora fosse observado um crescimento econômico no Brasil ao longo dos anos, a diminuição das desigualdades sociais não ocorreu na mesmo proporção, fato que leva os governos a incluir em suas políticas sociais relatórios e programas relacionados ao atendimento das pessoas carentes e com desigualdades sociais.
O nosso país é considerado “em desenvolvimento”, sendo observada uma distância enorme entre a elite e a camada mais inferior da população, pois o foco das análises tem se deslocado da pobreza para a desigualdade. O problema da desigualdade teria origem na reprodução da pobreza, pois o combate à desigualdade seria mais eficaz se feito através de políticas públicas de distribuição de renda do que outras voltadas ao seu crescimento.
Vale ressaltar que a pobreza é uma condição que afeta os indivíduos ou os membros de uma população, enquanto que a desigualdade refere-se ao conjunto da população em sua totalidade.
A pobreza é uma condição de indivíduos ou grupos os quais se encontram privados de meios adequados de subsistência. Já a desigualdade é uma propriedade da distribuição da riqueza, em uma dada população ou sociedade.
Uma das formas mais tradicionais de se caracterizar a pobreza tem sido defini-la como insuficiência de renda. Para medir sua incidência sobre as populações, são utilizados indicadores tais como o PIB (Produto Interno Bruto) per capita de um país e ou um percentual da renda média/mediana de seus habitantes.
Um indivíduo que desfruta da condição de cidadão é aquele que goza dos direitos consignados pelo Estado, bem como da possibilidade de acesso a uma renda adequada, que lhe permita desfrutar de um padrão de vida comum a seus concidadãos.
Segundo Marshall, em meados do século XX, a cidadania implica um sentimento de pertencimento e lealdade a uma civilização, que se constitui patrimônio comum de uma dada coletividade. Por sua vez, se estabelece a partir dos deveres de cada indivíduo com o Estado, mas também – e sobretudo – pelos direitos que este Estado lhe garante:
- direitos civis, que consistem na liberdade individual, como de expressão e circulação, por exemplo;
- direitos políticos, que fazem referência ao ato de votar e ser votado; e
- direitos sociais, que dizem respeito a um conjunto de garantias legais que assegurem bem-estar econômico, segurança contra riscos sociais e acesso aos bens e serviços essenciais à sobrevivência.
OS ESTADOS DE BEM-ESTAR NA NOVA ORDEM MUNDIAL
Passados menos de 50 anos de sua faze áurea, ao final dos anos 1970, o Estado de Bem-Estar Social foi colocado sob forte questionamento. Para tanto, contribuíram fatores como o envelhecimento da população, nos diversos países (menor número de nascimentos com maior longevidade) – o que aumentou muito os gastos com aposentadorias e pensões -, e a redução dos postos de trabalho, motivada pelas inovações tecnológicas – o que levou à drástica queda da arrecadação tributária sobre o trabalho assalariado. Cada vez mais, portanto, passaram a recair sobre o tesouro dos Estados os encargos com os programas sociais.
No final dos anos 70, a economia mundial entra em crise, em conseqüência dos choques do petróleo e da redução das taxas de crescimento.
BASES ECONÔMICAS DO BEM ESTAR SOCIAL
Após a guerra, as condições econômicas foram essenciais para permitir o desenvolvimento do Estado do Bem-Estar Social.
A reconstrução da Europa, depois do conflito armado, se baseou amplamente nas teorias do economista John Maynard Keynes, que propôs uma mudança radical na forma de conduzir a política econômica, à época.
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