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As Lições dos Clássicos e os Estilos de Liderança

Por:   •  27/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.812 Palavras (16 Páginas)  •  239 Visualizações

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LIDERANÇA

As Lições dos Clássicos e os Estilos de Liderança

Maicon Alisson Fuzon

Profª. Rosana Michelli

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Administração – Finanças (1º Semestre) 02/06/2017

1 INTRODUÇÃO

    Este trabalho tem como objetivo apresentar diferentes abordagens sobre o tema liderança. No primeiro capítulo apresentará as lições que os grandes clássicos da literatura nos deixam sobre a arte de liderar. No segundo capítulo irá expor os diversos estilos de liderança. E por fim faz conhecer a vida do líder Luciano Hang, sua origem e formação, a criação da Havan, e as características deste líder.

2 LIDERANÇA

    As grandes obras literárias podem nos ajudar a descobrir a distinção entre os grandes líderes e os líderes medianos. Conforme Bass (apud GILL, 2006, p.2), “desde a infância, grande parte do estudo da história tem sido o estudo dos líderes — o que eles fizeram e por que eles fizeram isso.” Conforme Clemens e Mayer (1989, p.23):

 Grandes organizações não são novidade. Já existiram no Egito e na China havia milhares de anos. Mas os gregos foram os primeiros a estudá-las de modo sistemático. Foram os primeiros a levantar questões essenciais sobre comportamento organizacional.”

    Não há como conceituar uma única definição sobre liderança, porém, segundo Las Casas (1993, p.39) “o líder é o indivíduo que chefia, comanda e orienta, em qualquer tipo de ação […]. A liderança é a função do líder”. O autor continua:

Entre eles destacam-se o entusiasmo e o otimismo como fatores de liderança. O entusiasmo é importante fator para a motivação, pois, os subordinados tendem a seguir o comportamento do líder. Em virtude desta tendência, o gerente deve sempre procurar dar bom exemplo, pois, ele estará constantemente “vigiado”. Se ele não transmitir entusiasmo, não poderá exigir entusiasmo, e uma equipe desmotivada pouca coisa fará […]. (LAS CASAS, 1993.p. 39).

    Platão acreditava na necessidade de tiranos benevolentes:

“Platão percebeu que a liderança é, às vezes, um ato solitário; que os líderes devem estar mais preocupados com o bem do empreendimento do que em agradar a multidão. Nas freqüentes ocasiões em que as duas coisas são compatíveis, um estilo relaxado, democrático e consensual de administração funciona – e funciona bem. Mas Platão sabia que, quando o andamento da situação fica difícil, pode ter chegado a hora de um tirano benevolente assumir o leme.” (CLEMENS; MAYER, 1989, p.69)

O discurso de Péricles demonstra que o estabelecimento de uma cultura corporativa forte ( tanto nas sociedades antigas quanto nas modernas) requer duas coisas. Primeiro, um líder deve determinar o que distingue sua organização. Segundo, ele precisa, de modo efetivo e eloquente, comunicar essa diferença aos membros da organização. (CLEMENS; MAYER, 1989) Péricles concentrou-se em quatro características culturais que tornavam Atenas única: Exaltou os aspectos positivos da vida ateniense; Com palavras espantosamente sugestivas das culturas do tipo “trabalhe duro, jogue duro”, Péricles enfatiza a importância de simplesmente usufruir do lazer; Péricles ofereceu a seus ouvintes maiores motivos de orgulho de sua organização ao lembrá-los que Atenas era uma líder de opiniões, uma inovadora; E finalmente, numa eloqüente defesa da cultura corporativa de Atenas, Péricles enfatiza o equilíbrio alcançado entre o indivíduo e a organização.

( CLEMENS; MAYER,  1989)

    Sófocles, amigo íntimo de Péricles, atingiu a imortalidade como dramaturgo, mas também desempenhou, ao longo da vida, importante papel nos assuntos de Atenas. (CLEMENS; MAYER, 1989)  De acordo com Clemens e Mayer (1989, p. 88) “Muitas de suas 123 peças reafirmam o que os administradores modernos mais perspicazes não desconhecem: uma organização só pode florescer se as necessidades individuais e organizacionais convergirem”. As tragédias de Sófocles ilustram de maneira inesquecível o dano que pode ser causado por uma autoridade usurpadora, pelo abuso do poder e pela falta de respeito aos outros. […] Fornecem evidências claras de que os homens e as organizações ascendem e caem de forma imprevisível e que é impossível basear a administração e liderança efetivas unicamente no centro da administração “científica”, ou seja, no cálculo racional. (CLEMENS; MAYER, 1989) Conforme Amorim e Perez (2010):

“A psicologia organizacional, pioneira no estudo sobre liderança, deu notáveis contribuições ao debate e, ao mesmo tempo, propiciou abordagens dicotômicas, demarcando a discussão entre a corrente behaviorista e a fenomenológica, sugerindo que uma das correntes é correta e a outra, errada”.

    Bergamini (1994, p. 84) adverte que “[…] não se pode aceitar a ambas correntes ao mesmo tempo para explicar um mesmo tipo de comportamento”. A autora continua citando Milhoan e Forisha, autores de:

“[…] uma obra de divulgação em psicologia, não muito sofisticada, mas escrita dentro de aceitáveis critérios científicos, propõe […] a diferença entre a visão comportamental e fenomenológica do ser humano: a orientação comportamentalista considera o homem como um organismo passivo, governado pelos estímulos fornecidos pelo meio ambiente; o homem pode ser manipulado, o que significa que seu comportamento pode ser controlado. [ …] a corrente fenomenológica considera o homem como fonte de todos os seus atos”. ( BERGAMINI, 1994, p. 85)

   Maquiavel, ao escrever “O Príncipe”, escreveu o primeiro manual para líderes da História, repletos de estudos de casos cujos principais protagonistas eram os heróis da Grécia e Roma antigas e da Itália renascentista. […] Maquiavel não escreveu sobre como a vida “deveria ser”, mas, ao contrário, descreveu como os líderes de sucesso realmente trabalham. E deixou isso bem claro logo no início de “O Príncipe” (CLEMENS; MAYER, 1989)

“Resta examinar agora como deve um príncipe comportar-se com seus súditos e seus amigos. Como sei que muita gente já escreveu a respeito desta matéria, duvido que não seja considerado presunçoso propondo-me examiná-la também tanto mais quanto, ao tratar deste assunto, não me afastarei grandemente dos princípios estabelecidos pelos outros. Todavia, como é meu intento escrever coisa útil para os que se interessarem, pareceu-me mais conveniente procurar a verdade pelo efeito das coisas, do que pelo que delas se possa imaginar. E muita gente imaginou repúblicas e principados que nunca se viram nem jamais foram reconhecidos como verdadeiros. Vai tanta diferença entre o como se vive e o modo por que se deveria viver, que quem se preocupar com o que se deveria fazer em vez do que se faz aprende antes a ruína própria, do que o modo de se preservar; e um homem que quiser fazer profissão de bondade é natural que se arruíne entre tantos que são maus. Assim, é necessário a um príncipe, para se manter, que aprenda a poder ser mau e que se valha ou deixe de valer-se disso segundo a necessidade”. (MAQUIAVEL, 1983, p. 77 e 78)

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