CONSIDERAÇÕES SOBRE O TEXTO “UMA FÁBRICA SEM FUMAÇA”

CONSIDERAÇÕES SOBRE O TEXTO “UMA FÁBRICA SEM FUMAÇA”

Andreza Vitória Rodrigues da Silva^[1]

Segundo Mortimer J. Adler (1902-2001), e Charles Van Doren (1926-2019) em Como ler livros: o guia clássico para a leitura inteligente (1972), a leitura consiste em uma atividade ativa e complexa, principalmente quando o objetivo do leitor é ler para o entendimento. Nesse sentido, os autores mencionam que o aspecto principal da leitura ativa é fazer perguntas enquanto lê. Ao se deparar com o texto Uma fábrica sem fumaça: a empresa Li & Fung, de Hong Kong, as principais perguntas que se buscou entender foram sobre o que é logística e a que se refere a cadeia de suprimentos. A princípio, o texto não traz uma ideia clara sobre o que são essas duas, mas algumas palavras que estão relacionadas podem ser citadas, a saber: projeto, produtos, prazos, fornecedores, qualidade e preços.

Logo nas primeiras linhas, ao mencionar a ideia de uma evolução na logística, o texto fez lembrar da aula expositiva, em que se abordou o contexto histórico, que remete a Segunda Guerra Mundial, e os conceitos básicos da logística. Nos campos de batalhas, planos estratégicos ligados ao transporte e armazenamento de armas, alimentos, vestuário etc., são necessários para vencer uma guerra. Análogo, as corporações precisam de estratégias para garantir seu posto no mercado, visto que este é marcado pela competitividade acirrada. Logo, “um bom serviço logístico” é imprescindível para esse fim, sendo o caso da Li & Fung um exemplo a ser imitado.

Em relação às duas perguntas acima, a logística pode ser entendida como um processo de gerenciamento dos fluxos de matéria-prima, produtos/serviços e informações, cujo objetivo é satisfazer as necessidades dos clientes entregando um produto/serviço de qualidade nos prazos requisitados ao menor custo possível. Já a cadeia de suprimentos é mais ampla, englobando a logística. Ela envolve todo o processo, desde as fontes de insumos até a distribuição do produto ao consumidor final. Vale destacar que na modernidade as empresas operam integralizadas, sendo necessário o bom relacionamento com todos os envolvidos na cadeia de suprimentos, fornecedores, parceiros, clientes etc.

No discorrer da leitura foi interessante reforçar que para se manter no mercado a adaptação do negócio é necessária. Ter essa percepção permite focar esforços para o desenvolvimento de planos estratégicos. No caso da Li & Fung, sua implementação permitiu não só a continuidade da empresa como também vantagem competitiva, uma vez que ela conseguiu agregar valor. Outro aspecto interessante é com relação a atenção da empresa na satisfação dos clientes, foco da nova forma de Gerenciamento da Cadeia de Suprimento, comprometida em planejar e monitorar a produção a fim de garantir qualidade e entrega nos prazos acertados.

Destaca-se também o desafio que a empresa precisou enfrentar, como o de custo elevado na produção, e as adaptações que necessitou fazer no terceiro estágio de sua evolução. Claramente, reflete o cenário das organizações que estão inseridas em um ambiente de constantes mutações e incertezas. A exemplo da Li & Fung, a forma para resolver o problema de custo foi com a chamada “manufatura dispersa”, que nada mais é que a descentralização da produção. Uma inovação na indústria.

Certamente, a decisão de investir se dá na expectativa de um retorno. E, com a aquisição da Inchcape Buying Services – IBS o retorno foi satisfatório, a saber: novos clientes e aumento do nível de produção. Outros fatores podem ser citados como a disposição de informações, agilidade nas operações, atendimento às especificações do produto e às expectativas e tantos outros, evidenciando que apesar da complexidade de gerir uma “cadeia produtiva dispersa”, a empresa em questão mostrou-se eficiente.