Conceito de Sistemas Administração

Conceito de sistemas

Quase todas as coisas podem ser vistas como sistemas. Um automóvel é um sistema mecânico de centenas de peças. Uma flor é um sistema botânico, assim como um animal é um sistema zoológico. Um ser humano é um sistema fisiológico e psicológico, constituído de células, órgãos, atitudes, expectativas e muitos outros elementos. Uma empresa de negócios é um sistema sociotécnico porque combina organização humana com a tecnologia das máquinas, dos materiais, dos processos e assim por diante. O fato comum a todos os casos mencionados é a interação de elementos.

Quando algo, tal como uma organização, é examinado a partir da perspectiva de sistema, isso significa que é dada atenção especial tanto aos elementos como à intenção. Em outras palavras, nenhuma simples pane de uma organização pode ser totalmente compreendida se a relação desta com as outras partes não for examinada.

A utilidade principal do ponto de vista de sistemas, com sua ênfase em uma visão que considera as interações, interdependência e cadeias de efeitos, não é seu valor acadêmico, mas, antes, sua aplicabilidade ao mundo real.

De todos os proponentes de sistemas, C. West Churchman (1913-2004) talvez tenha dado uma das explanações mais lógicas. Churchman destaca cinco considerações básicas relativas ao pensamento de sistema

1- Os objetivos do sistema total (junto com as medidas de desempenho);

2- O ambiente do sistema;

3- Os recursos do sistema;

4- Os componentes do sistema;

5- A administração do sistema.

Essas cinco considerações básicas não significam que todas estejam incluídas simultaneamente, mas apenas que são um guia de comparação com as propriedades básicas dos sistemas considerados por diversos pensadores sobre o assunto. Isso mostra que a maioria dessas propriedades está incluída ou implicaria na abordagem de Churchman.

Cada uma dessas será abordada resumida a seguir:

I. Objetivos: por objetivos dos sistemas Churchman entende aquelas metas ou fins em direção aos quais o sistema tende. Desse modo, a procura de metas é uma característica dos sistemas.

Há uma diferença entre objetivos estabelecidas e objetivos verdadeiros (um estudante universitário tem como objetivo estabelecido a aquisição de conhecimento, enquanto o objetivo real é a obtenção do certificado do curso superior). Os objetivos, entretanto, devem ser operacionalizados - devem ser definidos em termos de operações identificáveis e repetitíveis. A menos que eles sajam tornados quantificáveis de algum modo, não será possível medir o desempenho do sistema comum um todo.

2. Ambientes: constitui tudo o que está do 'lado de fora' do sistema. Este conceito é obviamente um tanto quanto superficial. Dois elementos caracterizaram o ambiente: o controle dos fatores internos do sistema (o sistema pode fazer relativamente pouco ou nada sobre as características ou comportamento do ambiente) e a determinação de como o sistema deve funcionar. Ambos os elementos devem atuar simultaneamente.

3. Recursos: são todos os meios disponíveis ao sistema para a realização das atividades necessárias referentes ao alcance da meta. Recursos são fatores internos do sistema, que incluem todas as coisas que o sistema pode mudar e usar para sua própria vantagem, como pessoas, dinheiro, equipamentos, oportunidades e outras.

4. Componentes: são todos as atividades que contribuem para a realização dos objetivos do sistema. As organizações são tradicionalmente departamentalizadas, o que é rejeitado por Churchman por causa da natureza transcendental das funções de cada departamento. Isso parece verdadeiro em muitos casos, porque, em certas condições, alguns departamentos, para alcançar suas metas especificas, faltam em alcançar as metas do sistema total.

5. Administração: na administração do sistema, Churchman deseja incluir duas funções básicas: o planejamento dos sistemas e o controle do sistema. Os administradores devem estar certos de que os planos devem ser executados como concebidos; se não, deve ser verificado por que não, o que constitui a função de controle em seu sentido mais primário. Em qualquer sistema continuo, mudanças são inevitáveis (algumas pequenas, outras grandes), o que significa a necessidade de revisões periódicas e reavaliações dos planos. Associada com as funções de planejamento e controle do sistema está a noção de fluxo de informações (ou feedback) sobre os desempenhos do sistema.

Esses cinco aspectos básicos dos sistemas como propostos por Churchman mereceriam mais considerações dos estudiosos de sistemas, e com o passar do tempo receberam essa maior atenção.

Hierarquia das sistemas

Em 1956, o economista Kenneth Boulding (1910 -1993) escreveu um artigo em que

descreve a natureza geral, o propósito e as necessidades para uma abordagem de sistemas,

de todos os fenômenos científicos. Boulding cuidadosamente destacou que o propósito da

TGS não era estabelecer uma simples e autocontida teoria geral sobre praticamente todas as

coisas, que pudesse substituir as teorias específicas de disciplinas particulares. Mais do que

isso, seu propósito era estabelecer um meio adequado e justo entre 'o específico, que não

tem significação, e o geral, que não tem conteúdo'.

Boulding descreveu uma hierarquia de sistemas, indo dos mais simples aos mais complexos, classificados em nove níveis de sistemas, como mostrado a seguir:

1. sistema de estrutura estática: os de níveis mais básicos, também chamadas de níveis de armação (estruturação), como a anatomia do universo;

2. sistemas dinâmicos simples: aqueles que já incorporam necessariamente movimentos predeterminados (como os mecanismos de relógios);

3. sistemas Cibernéticos: os que se caracterizam por mecanismos automáticos de controle de feedback (como os termostatos);

4.